Escrito por Bete Garcia
“Deus do céu, criador das águas e senhor de toda a criação, ouvi uma pobre suplicante que só confia em vossa misericórdia.
Lembrai-vos, Senhor, de vossa promessa; inspirai as palavras de minha boca e dai firmeza à resolução de meu coração, para que a vossa casa vos permaneça (para sempre) consagrada e que todos os povos reconheçam que só vós sois Deus e que não há outro fora de vós”
Livro de Judite-Capítulo 9;17,18
É impossível fazer que o que já aconteceu passe a não ter acontecido e que o que ainda não aconteceu passe a ter acontecido. Os nossos atos, dos mais significantes aos mais insignificantes, são imutáveis, eternos.
Podemos corrigir nossos erros, mas não podemos fazer com que não tenham sido cometidos. Podemos destruir nossos acertos, mas não podemos dizer que antes não acertamos.
Podemos mudar de atitudes, mas não podemos negar as que já tivemos.
A sucessão dos fatos, seu deslocamento temporal, são a nossa história de vida. Cada ato ( ação) que fazemos ou sofremos, compõe a nossa história vivida. Ora, se da parte que nos cabe escrever da nossa história, escrevemos normalmente com “atos positivos”, somos considerados pessoas bem sucedidas, no entanto se nosso fazer comum são os “atos negativos”, somos o que se pode chamar de fracassados. Por certo, na vida, ninguém age em sua totalidade, só positiva ou só negativamente. Somos uma mistura de ambos os fazeres. Mas aqui cabe destacar a questão da quantidade. Sim, quanto de positivo ou de negativo eu faço?É uma questão de números ( aqui há Sabedoria).
Fomos todos chamados à santidade, e para isso nos esforçamos em aumentar o nosso saldo de “atos positivos”, num esforço contínuo, batalha vencida ato a ato, minuto a minuto, dia a dia de nossa existência terrena. Nem sempre conseguimos nos manter fiéis às nossas resoluções, mas o importante depois de uma queda é levantar e continuar a Caminhada na Estrada do Bem.
A vida na sociedade moderna, nos chama constantemente para outros caminhos, aponta para os “Atalhos das Facilidades”, ilusório caminhar, real chegada à porta do nada, ao vazio do construído, ao não edificadado. O que fazemos com o tempo que temos para viver esta Vida Terrena é de fundamental importância, pois a chance é única, não há outra Vida Terrena a ser vivida, é pegar ou largar.
Eu prefiro pegar e mesmo me ralando toda na trilha cheia de espinhos que escolhi por ser católica (todos sabemos que quem quizer segui-Lo tem de ser pela via da cruz), expor meu pensamento e sofrer as críticas humanas, do que largar e viver uma existência medíocre, rica em objetos e prazeres e oca de conteúdo e realizações dignas. Dignidade, palavra esquecida, quase perdida no tempo, dignidade, quem a procura viver nos dias atuais?
E aonde nos levará uma vida vivida com dignidade? Certamente à Estrada do Bem, Caminho sem erro para a Casa do Pai. Chega de vagar perdidos, chega de cegueira mental e emocional. Filhos de Deus que somos, acordemos! O primeiro presente que recebemos nos foi dado por Deus, e foi a nossa vida. Depois vieram outros (“Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.” ; “Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome.” – Genêsis ) e os presentes não cessaram mais de vir. Deus nos presenteia todo dia, vem Dele o nosso “presente”, cabendo a cada um , pelo uso do Livre Arbítrio, fazer desse presente algo que valha a pena ter vivido. E quando por fim, finda a Estrada, formos convidados para retornar à Casa do Pai, podermos dizer que valeu à pena ter vivido, poder dizer como o Justo: Vivi e não julguei!