A Igreja não está impedindo o combate à AIDS, pelo fato de não concordar com o uso da camisinha´. Quem afirmar o contrário está difundindo uma inverdade insidiosa que muitos aceitam passivamente sem ulteriores verificações. Como uma pequena mostra disto que acabamos de afirmar copio um artigo de, ISTMO, uma conhecida e prestigiosa revista cultural mexicana, – não de uma revistareligiosa – escrita por um especialista na matéria e não por um
moralista: Se analisarmos a AIDS na África, devemos pensar que a influência da Igreja Católica se circunscreve a 15,6% da sua população total. Alguém se atreveria a afirmar que a AIDS prejudica em maior medida aos católicos do que aos muçulmanos ou animistas? Não seria possível fazer isto, já que diversas estatísticas demonstram que a comunidade católica sofre em medida bem menor a praga da AIDS: é lógico que o ensinamento em favor da monogamia e da castidadetenham os seus efeitos positivos em ambiente de promiscuidade generalizada.
Então entre que grupos humanos a atitude da Igreja poderia contribuir para disseminar AIDS? Entre os católicos sem prática religiosa, nem vivência dos seus princípios morais? Seria sensato supor que quem é infiel a sua esposa, virá a respeitar a orientação da Igreja que desaconselha o uso do preservativo? Nestas condições correria, por acaso, o risco de contaminar-se para ser fiel às orientações de uma religião que não pratica? Seria um absurdo. Evidentemente que quem não têm escrúpulos de ter relações com uma mulher fácil ou uma prostituta, nem se apresentará a questão da licitude moral do preservativo. Portanto acusar a Igreja Católica na difusão da AIDS por esse motivo é, mais do que um absurdo, uma manobra para negar-se a reconhecer a realidade contrária: sem a moral católica a sociedade seria mais promíscua e, em conseqüência, a AIDS estaria muito mais estendida[1].
The Wall Street Journal, no 14 de outubro último, deixou constância que 25% dos doentes de AIDS no mundo são atendidos por instituições católicas. E, igualmente, afirmou que os estudos científicos – um deles a cargo do Serviço de Saúde dos Estados Unidos e outro à responsabilidade da Universidade de Harvard – coincidiam em alertar sobre os decepcionantes resultados da prevenção da AIDS baseados no preservativo. Menciona-se o caso de Uganda que em 1991 contava com uma taxa de infecção de 20%, enquanto que no ano de 2002 tinha descido aos 6%, em virtude de uma política sanitária centrada na fidelidade e na abstinência, não no preservativo, (à diferença de Botsuana e Zimbábue que ainda ocupam os primeiros lugares nos contágios)[2].
Chama a atenção que estes fatos são sistematicamente silenciados. Por baixo das realidades verdadeiramente científicas desliza uma correnteza estranha e anticientifica que silencia estas realidades positivas. A agência LifeSite e a agência ACI, por exemplo, denunciaram recentemente que a maioria dos informes sobre a AIDS na África ignoram sempre os êxitos conseguidos em Uganda, por haver apostado, na sua política sanitária, na promoção da abstinência sexual, da fidelidade e da castidade.
Muitas autoridades, incluindo o Secretário de Estado norte-americano Colin Powell, louvaram e reconheceram o êxito de Uganda em reduzir a taxa de infecção uns 50% desde 1992. Inclusive a CNN informou que no ano 2000 foi o país ´com maior sucesso na luta contra a AIDS´. No entanto a Life Site adverte que por uma razão desconhecida ´o êxito de Uganda poucas vezes é mencionado´[3].
Questionamo-nos se essas razões, desconhecidas e entranhas, são as que fazem a alguns cientistas brasileiros dizerem que ´desconhecem a existência de pesquisas sobre falhas nos preservativos´ e os levam a formular críticas maldosas dizendo que a Igreja ´desconhece a realidade´ e ´nega o óbvio´.
O jornal espanhol La Gaceta de los Negócios, (16/12/02) comenta nesse sentido: ´os patrocinadores do preservativo, como principal instrumento de prevenção da AIDS, em lugar de aceitar esta evidência – o grande sucesso da Uganda – se obstinam nas políticas de extensão do uso do preservativo, que leva inevitavelmente consigo o implícito convite à promiscuidade sexual sob a mentirosa promessa do “sexo seguro”. O resultado é o que temos diante dos olhos. Há loucos dispostos a tudo antes de propor o domínio sobre as paixões´. A afirmação está feita por um jornal comercial, não por um boletim paroquial.
O governo Bush procura, agora, incorporar um treinamento de abstinência ao Programa Internacional Americano para a AIDS. Este plano questiona a efetiva prevenção da Aids por preservativos[4].
Há evidentes realidades de que o chamado ´sexo seguro´ não têm contido a expansão da doença. Por exemplo, conduzida por Nelson Mandela, a África do Sul abraçou firmemente a estratégia do ´sexo seguro´, e o uso de preservativo aumentou. Mas a África do Sul continua a liderar mundialmente os casos de infecção por AIDS com 11,4% de sua população atualmente infetada. Há Notícias do Mercury News de Miami que a Fundação Bill e Melinda Gates gastarão US$ 28 milhões para estudar o potencial dos preservativos no controle de natalidade e no combate a AIDS na África. Porém, as mesmas notícias de Mercury News, acautelam que: ´As bases científicas para a prevenção da AIDS através de preservativos são mais teóricas que clinicamente provadas´[5].
Insistimos: não entendemos como, depois de tantos questionamentos de tão alto nível, algum professor universitário brasileiro ou algum representante do Ministério da Saúde afirmem, sem fazer nenhuma ressalva, ´a segurança absoluta dos preservativos´. Perguntamos reiteradamente: é ignorância ou uma versão nova da ´conspiração do silêncio´?
[1] Ernesto Aquilez – Alvarez Bay. Istmo. México, DF, Março a Abril de 2003, p. 38.
[2] Aceprensa. Madrid, 22 de outubro 2003, p.3.
[3] VII Congreso Nacional Sobre el SIDA, maio de 2003, Bilbao, Espanha.
[4] LifeSite Daily News (lsn@lifesite.net)
[5] LifeSite Daily News (lsn@lifesite.net)
Fonte: www.presbiteros.com.br