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Papo Jovem
Renata Mattos Dourado Bezerra
Comunidade Shalom
Vestibular, segundo o dicionário, é o “exame para ingressono ensino superior”; na prática, sabemos que não é assim tão simples. Este“exame” é marcante na vida de todo jovem (e infelizmente nem sempre as marcasdeixadas são positivas); este é capaz de fazer os maiores sacrifícios, dedeixar tudo, amigos, grupo de oração e qualquer espécie de lazer e divertimentopara obter a aprovação.
Cada vez mais cedo, os colégios começam a preparar os alunospara este concurso. E os jovens, atônitos, vêem-se jogados numa rotinaestafante de muitas horas de estudo, aulas, simulados e toda uma parafernáliamontada em torno deles, tendo em vista unicamente o seu “sucesso” no famigeradovestibular. À sua volta, gritam muitas vozes internas e externas: “Você tem deser o número um!”; “Ser bom só, não é suficiente!”; “Meu filho vai fazermedicina, afinal ele não pode desperdiçar tanta inteligência…”; “Quer morrerde fome, menino? Onde já se viu ganhar dinheiro fazendo vestibular paraFísica????”; “Enquanto você está aqui perdendo tempo, tem um concorrente seuestudando!”…
No meio de tudo isso, mergulhado numa rotina que chega a sercruel, raramente o jovem é capaz de perceber a importância e o sentido dessemomento, afogado que está na objetividade do ter de passar de qualquer jeito.Por causa da falta de sentido, o que era para ser apenas um exame, acaba setornando uma verdadeira tortura, um gigantesco turbilhão gerador defrustrações.
Antes de ser “vestibulando”, o jovem é um ser em busca desentido, que originalmente deseja e procura a felicidade, ou um motivo para serfeliz, como diria Viktor Frankl, fundador da Logoterapia.
Descobrir o sentido de sua vida: este é o grande desfio dojovem de hoje. E este sentido pode estar muito ligado à profissão que vaiexercer ao longo da vida. Somos chamados a transformar, a recriar o mundo, efazemos isto através dos talentos que nos foram confiados por Deus, dentro doexercício de nossa profissão, do nosso trabalho. E, no que toca esta questão,os estudos têm grande importância, porque, além de proporcionarem ao jovem adescoberta daquilo para o qual foi criado, também vão prepará-lo, dar-lhesubsídios para colocar isso em prática.
Os estudos figuram, então, como um caminho de crescimento ede amadurecimento na descoberta do sentido, não só porque trazem à tona ostalentos e aptidões, mas também, e principalmente, por causa da disciplina e dotrabalho que eles desprendem. A partir desse tempo de descoberta ediscernimento, a pessoa vai se conhecendo, descobrindo suas inclinações econciliando aquilo de que gosta com aquilo que sabe fazer.
Nos dias de hoje, mais do que nunca, a educação precisa servoltada para a responsabilidade. Ser responsável é ter a capacidade de fazerescolhas. E a escolha profissional é de cada um e não dos pais. Cada um é livrepara escolher o que quiser, e essa escolha, de um modo bem particular, é muitoséria. Não deve de modo algum ser feita aleatoriamente e nem se basear em ummito do tipo: “Vou escolher o curso X porque é o que dá dinheiro” ou então, oque é mais triste: “Não sei o que vou fazer, vou marcar qualquer um”.
Não se deve trocar a realização pessoal e profissional poruma brincadeira, por uma escolha feita pelos pais, amigos ou quem quer queseja; e muito menos pela ilusão do dinheiro ou do “status”. É por causa dessetipo de engano que vemos tantos profissionais medíocres, tantas pessoasfrustradas. É preciso escolher bem e ser responsável por aquilo que se escolhe,e ir até o fim, dar o melhor de si. Se não somos coerentes com aquilo para oqual fomos criados ou se não nos responsabilizamos pela escolha que fazemos ouainda, se brincamos com nossas escolhas, corremos o sério risco de jogar nossavida e seu sentido pela janela. Temos um compromisso, uma responsabilidade coma nossa vida e ninguém pode fazer a escolha no nosso lugar. Ninguém pode nosimpor o modo nem o montante com o qual vamos contribuir com Deus na missão aque fomos chamados, já que esse chamado é pessoal; e a escolha livre quefazemos, ou não, a partir desse chamado também o é.
Nesse caminho, Deus mesmo vai abrindo as portas que deseja.Muitos jovens já sofreram com o fato de não terem passado no vestibular;entretanto, não conseguiram essa aprovação porque, certamente, Deus tinhareservado algo muito melhor para eles.
Porém, não se pode culpar a Deus quando, aparentemente, nãorecebemos nada “em troca”. Muitas vezes o “não passar” é fruto de uma negligêncianossa, por não abraçarmos esse tempo como um momento único da vida, como umaoportunidade de crescer, conhecer, aprender. Deus quer que vivamos esse tempocorrendo todo tipo de “risco”; com as alegrias e conquistas, mas também com osaparentes erros e fracassos, para que com eles amadureçamos como jovens deDeus, que têm nele a razão de passar por isso tudo. Se a vontade de Deus é arazão do nosso vestibular, não sofreremos tanto com as decepções, pois játeremos a paz garantida.
É preciso, portanto, perceber o vestibular não como um fimem si mesmo, muito menos como um instrumento de mensuração da inteligência –como muitos querem afirmar –, mas como uma maneira de descobrir e começar arealizar aquilo para o qual fomos criados; e de, dando o melhor de si,contribuir com Deus em favor da humanidade e da construção do Reino.