Formação

Por um amor maior

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  Dom RedovinoRizzardo

No dia 3 de outubro, por ocasião dos 40 anos da publicação da “Humanae Vitae” de Paulo VI, o Papa Bento XVI,através de uma mensagem enviada aos participantes de um CongressoInternacional que se realizava em Roma naqueles dias sobre a encíclica,retomou e aprofundou a doutrina católica sobre o assunto.

Paracomeço de conversa, o Pontífice afirma que só podem entender o alcancee a mensagem do documento os cristãos que desejam fazer de seucasamento uma escola de santidade, transformando o amor conjugal numdom sem reservas, sempre aberto à vida: «Só os olhos do coração chegam a captar as exigências próprias de um grande amor, capaz de abraçar a totalidade do ser humano».

Para Bento XVI, o sentido da sexualidade depende da qualidade de um amor que não se fecha sobre si mesmo: «Apossibilidade de gerar uma nova vida está implícita na doação integraldos cônjuges. Assim, não só se assemelha, mas participa do amor deDeus, que quer comunicar-se chamando as pessoas à vida. Sob esta luz,os filhos não são apenas fruto de um projeto humano, mas reconhecidoscomo um autêntico dom a ser acolhido, numa atitude de generosidaderesponsável diante de Deus, fonte da vida humana».

Aprofundandoo tema, o Papa recorda que a Igreja defende os métodos naturais deplanejamento familiar por estarem mais de acordo com a dignidadehumana: «Eles exigem uma maturidade no amor, que não é imediata,mas que precisa de diálogo, de escuta recíproca e de um domínioparticular do impulso sexual, num caminho de crescimento na virtude.Permitem ainda ao casal administrar tudo que o Criador sabiamenteinscreveu na natureza humana, sem perturbar o significado íntegro dadoação sexual».

Evidentemente,num mundo onde tudo parece permitido e a ciência substitui a moral, atentação é buscar sempre o mais cômodo, sobretudo quando se confundefelicidade com prazer: «A solução técnica, também nas grandesquestões humanas, parece ser com freqüência a mais fácil, mas, narealidade, esconde a questão de fundo, que se refere ao sentido dasexualidade humana e à necessidade de um domínio responsável, para queseu exercício possa chegar a ser expressão de amor pessoal»».

Em sua mensagem, Bento XVI levanta uma dúvida que, a meu ver, só pode ser retórica: «Comoé possível que hoje o mundo, e também muitos fiéis, encontrem tantadificuldade em compreender a mensagem da Igreja, que ilustra e defendea beleza do amor conjugal em sua manifestação natural?». “Só podeser retórica”, porque a resposta está ao alcance de todos os que seguiam pela fé: a partir do pecado de Adão e Eva, a humanidade tendemuito mais para o mal do que para o bem, e sem a força do Espírito,quem toma conta da vida, são os instintos.

Nateoria e na prática, não há ninguém que, em são juízo, se oponha a umapaternidade responsável. Contudo, os métodos e caminhos que a elaconduzem são diferentes. Dependem de uma série de fatores, que vãodesde a saúde até a fé religiosa de cada casal. Uma coisa, porém, écerta: é inútil, senão prejudicial, exigir que pessoas desprovidas demotivações superiores sigam métodos naturais. Elas precisam, antes detudo, de uma conversão que as renove interiormente e as liberte dospreconceitos impingidos pela sociedade.

Semdúvida, nesse campo, enorme e intransferível é a missão dos sacerdotes– confessores e diretores espirituais –, os primeiros responsáveis pelapastoral familiar. Se não se pode pecar por um laxismo avassalador, queimpede qualquer avanço no caminho da maturidade humana e cristã, tambémnão se deve cair no extremo oposto, impondo aos fiéis pesos que nemeles próprios têm condições de carregar – como é demonstrado pela quasetotalidade dos que deixam o ministério presbiteral para contrairmatrimônio.

Nos tempos da teologia escolástica, aprendia-se que “bonum ex integra causa”,ou seja, numa tradução livre, “para ser reconhecido como tal, o bemprecisa englobar todas as dimensões da pessoa humana”. É por isso quenão se pode exigir que um criminoso faça longas horas de oração. Que ummarido infiel seja um pai extremoso. Que um político corrupto renove asociedade. Que um libertino tenha compaixão dos que sofrem. E assim pordiante: são situações que se excluem mutuamente.

Deoutro lado, é inevitável que a conversão diária, mediante uma buscasincera de Deus, tenha reflexos na vida política, profissional,familiar e até mesmo sexual de quem se decide a trilhar o caminho doamor.


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