Os dados históricos sobre Maria Madalena (da cidade de Magdala, na Galiléia) são encontrados no Evangelho. Ela tem uma importância singular por ter sido a primeira a ver Jesus ressuscitado e ser a primeira que ele envia a anunciar esta ressurreição.
Lucas a incluiu entre as mulheres que seguiam (“akolouthein”) e serviam (“diakonein”) a Jesus: “A seguir, caminhava Jesus de cidade em cidade, aldeia em aldeia, pregando e anunciando a boa nova do reino de Deus. Iam com ele os Doze, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos maus ou de doenças: Maria, chamada a Madalena, da qual tinha saído sete demônios; Joana, esposa de Cuza intendente de Herodes; Susana e muitas outras que lhe prestavam a assistência com seus bens” (Lc 8,1-3).
Supõe-se que devido a esta menção tivesse sido uma prostituta, havendo também quem entenda que seu nome Madalena seja não só sua origem galiléia mas signifique “do quartel”, como pejorativo de sua prostituição, também é comum mencionarem-na como como sendo a adúltera que é mencionada no evangelho. Mas historicamente, muitos exegetas quiseram identificar a Maria Madalena com a pecadora pública, mencionada logo antes de sua primeira citação bíblica, de que fala Lucas no capítulo anterior ( Lc 7,36-50), e também com Maria a irmã de Lázaro, Maria de Betânia, citada como amiga do Senhor, em uma das passagens estava a seus pés ouvindo-o, emocionando-o ao falar da morte de seu irmão, e por fim ungindo seus pés na semana de sua Paixão. Infelizmente não existe nenhuma confirmação fechada sobre isto.
Depois de ter seguido Jesus durante a sua vida, Maria Madalena foi-lhe fiel até o pé da cruz. “Perto da cruz de Jesus, estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19,25).Ela estava ao lado de Maria quando da crucificação do Senhor, e testemunhou de pé sua oferta redentora.
Seu amor esponsal, seu desejo de Deus, sua coragem acima de todas as provas, é vista na madrugada da Páscoa, tanta a saudade que sentia de Jesus que foi chorar à porta do sepulcro e cuidar de embalsamá-lo saindo ainda de madrugada para ir ao encontro do Senhor. De repente, ouviu a voz, que jamais esqueceria, chamar seu nome. Assim, as profecias cumpriram-se diante de seus olhos. Jesus ressuscitara!
Foi a primeira a testemunhar a sua ressurreição. Anjos em forma de pessoas “Perguntaram-lhe: Mulher, por que choras? Levaram o meu Senhor, respondeu ela, e não sei onde o puseram. Dizendo isto, volta-se para trás, e vê Jesus de pé, mas não percebeu que era ele. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Tomando-o pelo jardineiro, ela lhe diz: Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste, para que eu vá buscá-lo. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe em hebraico: Rabbuni!, que significa: meu mestre. Disse-lhe Jesus: Deixa-me; não subi ainda ao Pai. Vai antes procurar meus irmãos, e dize-lhes que subo a meu Pai, meu Deus e vosso Deus. Foi Maria Madalena anunciar aos discípulos: Vi o Senhor, e eis o que me disse!”.
Depois disso, segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Lá, tinham ido morar também João, o apóstolo predileto de Jesus, e Maria, Mãe de Jesus. Daquela remota época, até os dias de hoje ainda são guardadas – com cuidado milenar – relíquias suas, pela diocese de Toulon na França. Tais relíquias, por sua vez, já vieram ao Brasil em algumas ocasiões.
A liturgia bizantina celebra-a como “Apóstola dos Apóstolos”, para que continue a sua missão de anunciar a ressurreição do Senhor no seu rito apostólico. Festejada no dia 22 de julho, santa Maria Madalena tornou-se a padroeira de muitas ordens religiosas, sendo especialmente venerada até mesmo pelos padres pregadores (de São Domingos).
Formação: Julho/2009
São Josafá Kuncewicz e Santa Maria Madalena pelo saneamento e pela paz e compreensão entre os povos!
Santa Maria Madalena, rogai a Deus por nós.