Formação

O que o martírio de São João Batista tem a nos ensinar hoje?

São João Batista, com a sua oferta de vida, colaborava de uma forma única na missão de Cristo.

comshalom

Diante da vida de São João Batista, deparamo-nos com o maior dos profetas que serviu da sua vida como percussor do nascimento, da pregação e da morte do Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, antes mesmo de celebrarmos, como Igreja, a festa do Martírio de João Batista (que tem por origens antigas desde o Século V na França), devemos trazer para o nosso coração a meditação do martírio de João Batista à luz do mistério e da missão de Cristo.

Para iniciarmos, é preciso que reflitamos primeiramente como João Batista definia-se diante do povo judeu da época:

“Quem és para darmos uma resposta aos que me enviaram? Que dizes de ti mesmo? Disse ele: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.”(Jo 1, 22).  

Ora, João Batista vem preparar os caminhos do Nosso Senhor como aquele que seria o último e maior dentre os profetas do Antigo Testamento, e isso evidenciava como uma verdade devida, ou seja, a sua identidade estava profundamente relacionada com a sua missão. Essa preparação já fora iniciada desde o ventre da sua mãe, no qual cheio do Espírito Santo, visitado pela Virgem Maria, já exultava e apontava o caminho do Messias.

“João se vestia de pelos de camelo e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre” (Mc 1, 6). Esse caminho de preparação deu-se de forma evidente quando João Batista optou por uma vida ascética e mística, no deserto, como forma de penitenciar e de motivar a purificação do povo judeu, em vista da devida acolhida do Messias em meio ao seu povo: “Eu batizo com água” (Jo1, 26), ou ainda, “E iam até ele toda a região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os pecados” (Mc 1, 5).

Vida ascética de João Batista

O que podemos compreender, meditando acerca da vida ascética de João Batista e do Batismo que ele ministrava àquele povo? 

Ora, João Batista, com a sua oferta de vida, colaborava de uma forma única na missão de Cristo, e isso ele tinha pleno conhecimento, mas nem por isso ele se vangloriava, “depois de mim, vem aquele que é mais forte do que eu, de quem não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias” (Mc 1, 7). Por isso, por conta do conhecimento de quem ele era e de quem era Deus, ele apontava a Cristo, dando a glória que é devida a Deus: “Ele vê Jesus se aproximar-se dele e diz: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”(Jo 1, 29).

A “voz” do grande profeta

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Essa saudação tão bem ressoou no seu martírio, pois com a sua oferta devida, serviu não só para preparação do povo judeu para a acolhida do Messias, mas serviu também como resposta radical ao relativismo do mundo de hoje:

“São João Batista, quando acusou de adultério Herodes e Herodíades, pagou com a vida, selando com o martírio o seu serviço a Cristo, que é a Verdade em pessoa” (Bento XVI).

“Mediante o Evangelho, João Batista continua a falar através dos séculos, a cada geração. As suas palavras claras e duras ressoam saudáveis como nunca para nós, homens e mulheres do nosso tempo, no qual também o modo de viver e compreender o Natal está tomado infelizmente, com muita frequência, de uma mentalidade materialista. A “voz” do grande profeta pede que preparemos o caminho ao Senhor que vem, nos desertos de hoje, desertos exteriores e interiores, sequiosos da água viva que é Cristo. Guie-nos a Virgem Maria a uma verdadeira conversão do coração, para que possamos fazer as opções necessárias para sintonizar as nossas mentalidades com o Evangelho”. (Bento XVI)

Márcio André Teixeira Barradas


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.