Formação

Seis filhos??? SIM!!!

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Eleonora Ximenes
Comunidade Católica Shalom

 Meu nome éEleonôra, sou casada com o Ximenes, somos noviços na Comunidade Católica Shalom,temos seis filhos e uma história do amor de Deus em nossas vidas. Quero começareste testemunho com a frase que veio do coração de Deus pela boca de um grandesanto chamado João Paulo II: “O gravíssimo dever de transmitir a vida humana,pela qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de DeusCriador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias, se bem que, algumasvezes, acompanhadas de não poucas dificuldades e angústias.” (Humanae Vitae).

 Quando noscasamos planejamos ter somente dois filhos, pois era muito mais fácil criar enossas condições financeiras eram poucas. Tínhamos também em nossa mente quecasamento só duraria as mil maravilhas até o sétimo ano, pois todo mundo falana “crise dos sete anos”.

 A nossa primeirafilha nasceu em 1985 e logicamente espacei a próxima gravidez com uso deanticoncepcionais, preservativos e em seguida o DIU (DispositivoIntra-Uterino), o qual não funcionou e acabei engravidando. Comecei a sentirmuitas dores e acabei descobrindo através de uma ultra-sonografia que o DIUhavia se deslocado para o colo do útero o que causou sangramentos até que tiveque submeter-me a uma cirurgia para a retirada do DIU sabendo que o bebê queestava em meu ventre poderia morrer. Sem perceber que o Senhor já colocava suamão poderosa sobre mim, os médicos retiraram o DIU e minha gravidez prosseguiuna mais santa paz.

 Foi em 1988 quenasceu nosso único filho do sexo masculino, com muita saúde e trazendo para nósmuita alegria.

 A partir daí jáse aproximava o famoso tempo da “crise dos sete anos de casados” e já nospreparávamos para uma possível separação, pois brigávamos por tudo. Dizíamos:“É incompatibilidade de gênios.” Só que sutilmente o Senhor nos fez um convitemaravilhoso para fazermos um tal de Seminário de Vida no Espírito Santo atravésde uma dentista, uma amiga chamada de Nizinha (grande presente de Deus emnossas vidas). O Senhor nos renovou e fez cair por terra todos esses conceitosde que temos planejamento e idéias formadas de quantos filhos teremos ou sóseremos felizes até os sete anos…

 É Deus quem nosguia, é Ele quem nos leva para as águas refrescantes, é Ele quem põe sua mãopoderosa sobre nós e nos faz reconhecermos que casamos para fazermos o outrofeliz.

 A partir doSeminário de Vida no Espírito Santo o Senhor foi mostrando que a sua vontadepara a nossa vida foi que tivéssemos mais filhos. Sempre comentávamos sobrenossos pais que tiveram muitos filhos e quando víamos aqueles filhos todosreunidos sempre era uma grande alegria.

 Nos abrimos paraum terceiro filho, que foi uma menina à qual demos o nome de Talita (levanta-tee anda!). Nessa época D. Guido nos ensinou a sermos devotos da beata GiannaBeretta Molla. Quando os médicos saíram da sala de cirurgia e foram me visitarno leito, comentaram que a minha decisão de não ligar as trompas (já era aterceira cesárea) era um a decisão arriscada, pois meu útero estava muito finoe uma próxima gravidez poderia gerar uma ruptura uterina que seria fatal para amãe e para o bebê. Com todo respeito aos médicos, preferi entregar a minha vidaao Senhor através da eucaristia diária.

 Mesmo porque tiveprovas de que Deus estava totalmente ao nosso lado, pois no quarto mês destagravidez fui para um retiro do meu grupo de oração (Filhos de Javé) e lá tomeisorvete na mesma colher de duas irmãs que estavam com rubéola e ainda nãosabiam. Quando saiu o resultado dos exames delas, a minha mãe rezou por mim edisse que Maria, a mãe de Jesus, estava a interceder por mim e que eu precisavaser fiel na Santa Missa e precisava recitar todos os dias o “MAGNIFICAT” (Lc1). Assim fiz e pedi para Maria que me desse um “sinal” na sala de parto queminha filha nasceria sem nenhuma seqüela.

 Ainda na sala departo, a pediatra veio com minha filha e mostrou um pedacinho de carne na pontade sua orelha e disse: “Eleonôra, tem um “sinal” na orelhinha dela, você querque tire?”. Imediatamente veio em meu coração que era literalmente o sinal quehavia pedido a Nossa Senhora. Então falei: “Não, pode deixar porque esse sinaltem uma história e quando ela crescer e entender ficará livre para tirar oudeixar esse brinquinho em sua orelha”. Hoje Talita tem dez anos, é saudável econhece sua história.

 Na quarta filha,conseqüentemente quarta cesárea, começaram a surgir às cobranças da ligadura detrompas, gravidez de risco, deixar quatro filhos pequenos, etc…, mas nossocoração estava firme no propósito de Deus para nós. Na sala de cirurgia aanestesista indagou: “Doutor, como o útero dela não se rompeu se está dandopara ver os cabelinhos da criança?”, e o médico que havia passado os nove mesesdizendo que eu iria morrer, que isso era loucura (a sabedoria de Deus é loucurapara os homens), respondeu: “ A Eleonôra é a paciente que te falei que é doShalom… isso, com certeza, é o povo rezando por ela”. Essas palavras foramsinal de Deus para minha vocação para mais uma vez o meu sim.

 Quando fiqueigrávida da quinta filha o médico olhou para mim em seu consultório e disse:“Pode procurar outro médico porque eu não vou acompanha-la, não tenho coragem.Essa gravidez é de grande risco. Sei como está o seu útero… essa gravidez éloucura!” Eu gosto demais desse médico e naquele momento chorei muito e pedi paraele me acompanhar, pois confiava no seu profissionalismo, então ele aceitou.

 Ele sempre diziaque só assim a fé dele aumentava, pois tinha que pedir muita luz a Deus paraacompanhar minha gravidez. Nesse tempo fiquei muito abalada, pois as pessoas olhavampara mim com muita pena e todos da família me aconselhavam a ligar as trompas.Fui, então, aos poucos aceitando esta idéia, até que resolvi me afastar do meugrupo de oração como uma forma de fugir daqueles que não concordavam com minhadecisão. Minha filha nasceu com uma insuficiência respiratória e foi diretopara a UTI, nem sequer a vi quando nasceu. Logo que saí do centro cirúrgico,senti-me profundamente arrependida por ter ligado. Passei nove dias com minhafilha na UTI. Todos os dias seu quadro piorava.

 Dentro da UTIencontrei uma enfermeira chamada Patrícia (filha do Fidelis e da Margarida),anjo de Deus. No sétimo dia um casal do Shalom levou o Pe. Teles para batizarnossa filhinha. Quando o Pe. Entrou na UTI viu minha filha com uma coroa defralda na cabeça e cheia de agulhas, seus bracinhos abertos e amarrados, emcada lado havia uma agulha com a medicação devida. Suas perninhas estavam umasobre a outra amarrada com fralda, e em seus pés também havia agulhas… O Pe.Teles exclamou: “É o próprio Cristo!”.

 Logo após obatismo, Tâmina teve uma melhora impressionante; saímos do hospital dois diasdepois. Mas meu coração doía por ter desobedecido a Deus. Quando via alguém comum recém-nascido, sentia que minha missão de mãe não deveria se encerrar naquinta cesárea. Eu havia barrado a graça de Deus.

 Num dia em queestava sentindo essa grande dor, diante do santíssimo, prostrei-me e pedi queEle reparasse meu pecado, que tivesse misericórdia de mim. Pedi que o Senhor memandasse o tanto de crianças que necessitasse de mãe e podia deixar na minhaporta que eu criaria como se fossem filhos das minhas entranhas. Vinte diasdepois desse momento fui ao ultra-sonografista que sempre me acompanhou, poisestava sentindo dores na bexiga. Esse médico sabia que eu fizera ligadura e,com muita surpresa, deu-me a notícia de uma nova gravidez.

 Nesse momento oSenhor mostrou-me que havia acolhido meu pedido. A nossa alegria foi imensa!Sabíamos que Deus estava disposto a dar continuidade ao seu plano de amor emisericórdia.

 No quinto mês degravidez perdi meu anjinho. Compreendo que Deus o levou para que houvesse umintercessor no céu por nossa família. Poucos meses depois fiquei grávidanovamente, mudei de médico e houve indicação para repouso absoluto a partir doquarto mês. Foram quatro meses em que, deitada, o Senhor me amou através dosirmãos. Como são importantes nossos irmãos! Apesar de todas as dores quesentia, Deus me dava uma alegria constante. Um grupo de oração em peso deixoude comer doce em oferta por mim, uma doçura de irmã me ensinou a fazer ponto decruz e me visitava todos os dias; outra querida saía do outro lado da cidadepara estar comigo. À noite inteira ficava sem dormir, sentindo dores. Masofertava isso ao Senhor pelos que sofrem porque não conhecem a Ele, pelasalvação de seu povo. Mesmo sem sair de casa evangelizava através da rádioAssunção, no programa “Sala de Estar”, através de pessoas que me visitaram comproblemas sérios, até de separação. O Senhor derramou graças abundantes nanossa família.

 Nossa filha TaísMaria nasceu com sete meses e meio, saudável. Não foi sequer para a incubadora.

 Na sala decirurgia uma enfermeira dizia para um médico, que é muito famoso e estavaacompanhando meu caso a convite de minha santa médica Regina Coeli: “Doutor,convença a Eleonôra a ligar, pois é a sexta cesárea”, ele respondeu: “Eu não, oútero dela está perfeito, grosso, dá para ter mais três filhos sem nenhumproblema!”.

Bendito é o nome do Senhor que faz benditas todas as coisas!


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