Formação

Vocações, Orações, Missões

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Estamos chegando ao final deste abençoado mês de agosto,chamado de mês vocacional, quando a mãe Igreja nos convida a refletir acercadas vocações. É grave dever de todos os católicos o incentivo e o fomento dasvocações sacerdotais. Este dever pertence a toda a comunidade dos fiéis, paraque a própria comunidade ofereça seus membros para a vida ministerial.

 Quantas vezes não ouvimos a citação bíblica: “a messe égrande, mas são poucos os operários”, e pela qual reconhecemos que precisamosde mais pastores. Mas, como somos indiferentes com a prática vocacional!Sabemos que as necessidades de operários são muitas, mas sem dúvida que anecessidade de presbíteros para a Igreja está sempre sendo cobrada pelascomunidades que desejam ter o seu pároco.

 Não podemos esquecer o apoio às famílias, que devem estarimbuídas em total espírito de oração, onde lá se encontra o primeiro semináriodas vocações.

 Os presbíteros, entretanto, em primeiro lugar sãoresponsáveis pelo fomento vocacional, pelo incremento das vocações, seja peloseu testemunho pessoal, seja pelo seu zelo pastoral em suas comunidades. Issocertamente atrairá os jovens para que também abracem esse mesmo testemunho eeste mesmo amor pelos irmãos.

 Nesta semana, consultado o Conselho de Presbíteros de nossaArquidiocese, estamos encaminhando à Cúria Metropolitana a autorização paraelaborar decretos para a criação de cinco novas paróquias. É um claro sinal decrescimento do trabalho da Igreja e das necessidades que o crescimentopopulacional nos impõe. Muito mais presenças, tanto de paróquias como depequenas comunidades, grupos, núcleos de evangelização, círculos bíblicos ououtros tipos de organizações são necessárias para que a capilaridade daevangelização aconteça em nossa arquidiocese.

 Junto com as preocupações de um bom início para as novascomunidades paroquiais surgiu também o incremento do trabalho de partilha entreas paróquias para a ajuda mútua nas necessidades que vão surgindo. Aqui iremosver até que ponto o interesse pela evangelização e catequese está acima dosdemais interesses em nossas comunidades e suas lideranças. O projeto “que todossejam um” de partilha entre as paróquias já existia como um embrião, agora foifomentado com um grupo de padres, representando todos os vicariatos, responsabilizando-sede levá-lo adiante.

 Com o tamanho atual das paróquias, que exigem que tenhamosmais que um padre atendendo à comunidade, também o criar novas circunscriçãosupõe a existência de sacerdotes para serem nomeados párocos. Daí vem o nossoapelo neste final de mês vocacional, rezando em especial pelas vocaçõessacerdotais, supondo, é claro, a caminhada de santidade na vida de nossosjovens. Para isso supõe valorização dos mesmos, unidade entre o presbitério,preocupação com o que é essencial nessa caminhada e, principalmente, buscacomum da santidade concreta. As riquezas da diversidade devem contribuir para aunidade ainda maior e a valorização das diferenças enquanto caminhamos juntos.

 A vocação, certamente, sempre depende da livre ação de Deus,mas também é incentivada pelo testemunho dos sacerdotes, generosos, alegres,sinceros, verdadeiros. Urge, portanto, o testemunho daqueles que já deram o seu“sim” ao Senhor, como, aliás, em todas as vocações.

 Poderíamos destacar três aspectos mais significantes dessetestemunho vocacional: o primeiro, a amizade profunda com Cristo, ou seja,permanecer no seu amor e aprender a estar com Ele, em sua comunhão, e mantendocom Ele diálogo constante pela oração (“vinde e vede”, “permanecei comigo”). Osegundo será o dom total de si mesmo a Deus, de onde vem a capacidade daentrega total e incondicional, completa, contínua e fiel (“quem quiser meseguir”, “quem põe a mão no arado…”, “alguns não se casam por causa do reinodos céus”). Terceiro: viver em comunhão com os irmãos e irmãs de caminhada(“que todos sejam um”, “vede como se amam”).

 No testemunho sacerdotal, as pessoas devem perceber asuperação das divisões, das rupturas, das incompreensões deste mundo. Nele aspessoas devem conhecer o que é o perdão.

 Portanto, não sejamos indiferentes. Pelo poder da oraçãopeçamos ao Senhor, mas também sejamos generosos quanto ao apoio efetivo e realàs vocações. Vivemos num mundo materialista, em que parece que o espiritualestá anulado. Precisamos de pessoas que nos digam o contrário; pessoas quecaminhem firmes em sua fé e que espalhem para outros o olhar de misericórdia deDeus. Estes serão os bons sacerdotes de que tanto precisamos.

 A chave de toda vocação é perceber que Deus tem um planopara cada um de nós. E se eu for chamado a segui-Lo, devo responder comgenerosidade e amor a este chamado. É sentir-se atraído por Deus!

 Recordemos o apelo feito pelo Papa Bento XVI aos jovensamericanos, em sua visita aos EUA: “lança para tua vida um estilo caracterizadopela caridade, pela castidade e pela humildade, imitando a Cristo, Sumo eEterno Sacerdote, do qual devem tornar-se pedras vivas”. Toda a Igreja éresponsável, portanto, pelo fomento das vocações.

 De forma concreta, temos a chamada obra pelas vocaçõessacerdotais – OVS, que, infelizmente, não vemos constituídas e organizadas emmuitas de nossas paróquias e outros grupos vocacionais como o Serra, GVA. É umagrande responsabilidade, pois os Ministros Ordenados e os Leigos deveriam teressa grande preocupação pelo fomento e apoio incondicional ao serviçovocacional.

 Temos, porém, testemunhos que nos alegram, como acompreensão e ajuda tanto em alimentos como de outras maneiras de muitasparóquias que fazem coletas em prol dos Seminários Arquidiocesanos São José eRainha dos Apóstolos. São exemplos que deveriam se espalhar em todo o ambientedo nosso Arcebispado.

 Em um cântico vocacional antigo dirigido a São José sedizia: “mandai vocações, padres pedem as multidões, sacerdotes para o Brasil” –vemos como isso continua muito atual. Cada dia ouço pedidos desse tipo chegandoe um povo sedento de verdadeiros, coerentes e santos pastores. Indo à casa damãe, peçamos a José que também interceda por nós.

 A nossa alegria é também pelos nossos atuais seminaristas,seja pelo entusiasmo juvenil e cheios de ideais que nos fazem agradecer aoSenhor ao ver vocações de todas as regiões e situações de nossa Arquidiocese edesejosos de abraçar a vida presbiteral renovando assim o nosso presbitério queos acolhe como confiança e generosidade. A cada época encontramoscaracterísticas próprias nas vocações e quando temos abertura para a ação doEspírito Santo saberemos valorizar a diversidade em cada situação histórica. Agradeçosinceramente a todos que trabalham nessa área, desde o despertar e acolher,passando pela formação em todos os níveis até o acolhimento generoso e ajudamaterial.

 Lembremos, portanto de Maria, neste final de semana que,como dissemos, iremos ao seu Santuário Nacional, que nos convida a um simsincero. Imitemos o seu exemplo, cultivando em nosso coração a capacidade denos maravilharmos com o projeto salvífico de Deus em nossas vidas e de sermosdóceis aos Seus apelos. Ela, certamente, nos ajudará a prosseguirmos firmes nocaminho do nosso discipulado.


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