Em meio adezenas de e-mails sobre as próximas eleições, acabo de receber uma cândidamensagem introdutória de um vídeo do saudoso Festival Nacional da Canção:
Estávamos (quase) todos na idade dourada dos 20 anos. Mudaram os tempos, mudamos nós, partiram muitos. Apenas a roda viva continua a mesma.
Fiquei a pensarna lista de sessentões para quem o e-mail havia sido encaminhado, mas logo meupensamento voou para meus jovens filhos e meus netos ainda crianças, para osmilhões de jovens do Brasil. Foi então que questionei: Mudaram os tempos? Mudamosnós? A roda viva continua a mesma?
O texto queacompanhava o vídeo de Chico Buarque e o MPB4 cantando “Roda Viva” chamavaatenção para o uso de um único microfone para cinco pessoas a se espremerempara lhe ter acesso. Hoje, com certeza, teríamos, no mínimo, cinco microfones,fora o do apresentador. Parece, entretanto, que o número de microfones é amudança mais significativa entre o Festival dos anos 60 e os anos seguintes.
Os temposmudaram, talvez, só na aparência. Nos anos 60, estávamos em tempo deditadura “braba”. Imprensa censurada, músicas censuradas, filmes censurados,universidades censuradas, professores e alunos do ensino médio e universitárioigualmente censurados em suas falas e ações. Mas também após a ditadurasoubemos de mentira, de corrupção, de fantasia,de populismo, de falatório vazio, de discursos enfáticos que não dizem nada comnada, tudo apoiado no aumento do poder aquisitivo das classes C e D, em umjusto aumento de brasileiros considerados “classe média”. Mais uma vez, odinheiro aliado ao poder justifica todo erro, fecha os olhos a toda mentira,aliena todo um povo.
Alienação eirracionalidade poderão nos levar a tempos de falta de liberdade e de valoresmorais semelhantes aos que vivemos nos anos 60. Basta votarmos errado.Precisaremos, então, aumentar a abrangência e número de metáforas geniais doChico Buarque para que aqueles que não são afeitos à leitura não entendam queestamos falando deles. As metáforas, então reduzidas ao “regime” terão agoraque abranger também a defesa da vida desde a concepção até o ocaso natural (oque já é uma metáfora para aborto descriminalizado e eutanásia – que, por suavez, é metáfora para aborto provocado, por sua vez metáfora para assassinato deinocentes pela própria mãe e pela metáfora de “saúde pública” – ora deixem-merir!).
E se votarmosem políticos e partidos errados, que vençam as eleições, que triste e profundolamento ecoará do coração de Deus e do nosso pelos milhões de brasileiros a seremabortados legalmente? Que metáforas utilizarão os escritores e poetas para ocruel infanticídio do aborto que chamam “assunto de saúde pública? Quemetáforas usaremos para a eliminação sumária do doente ou idoso que “dá trabalho”e gasta à toa dinheiro do governo?
Será queos tempos realmente mudaram? Nos anos 60 e 70, censurada a imprensa, as artes,todas as formas de fazer cultura, falava-se em “Roda Viva”, que calava a viola,emudecia as canções, roubava a alegria, cerceava a liberdade. E agora, qualseria o nome da roda diante do fascismo-comunismo moderno com seus métodos dedar inveja a Lênin e Trotsky, a Hitler e Mussolini? Que metáforas usaríamospara “tem dia que a gente se sente como quem partiu ou morreu”? Haverá outra?Não se sentirão assim os jovens que se iludiram com tantos na época da eleiçãocom discursos tão atraentes? Como se sentirão os jovens ludibriados portais discursos, por obras “de mentirinha”, por manobras econômico-financeirasque cedo ou tarde explodirão? Ou será que todos estamos alienadamente felizespor ter mais e “ser gente”, como ouvimos na TV?
E os pais defamília? Como se sentirão quando não puderem mais educar seus filhos na fé,como gostariam? Ou quando ensinarem algo em casa e o virem destruído pelosprofessores que seguem cartilhas partidárias, repletas do ideário derepresentantes do partido em cada esfera política, resplandecente em maquiagense luzes que encobrem os defeitos e maquiagens, vestidosde povo ou de executivo, revestidos de mentira do marketing exportado – pasmem!– dos Estados Unidos!!! Ironia das ironias!
Os que seguiremJesus, como se sentirão ao serem perseguidos por causa de sua fé? Como reagirãoao verem banidos dos locais públicos, do Senado, do Congresso, das AssembléiasLegislativas, das escolas todos os símbolos do catolicismo? Que novaalternativa usarão para evangelizar livremente, para falar, escrever, ler,expressar-se sobre sua fé?
É! Os tempos,de fato, mudaram. Que diferença abissal entre 2010 e os anos 60! Quem não mudoufoi o homem em sua sede de poder e de ter a qualquer custo, colocando, comoMaquiavel, o fim a justificar os meios, descaradamente, sem nenhum escrúpulo. Ametáfora “roda viva”, portanto, continua a servir. Na verdade, é apropriada atoda ditadura, seja militar, seja fascista, seja dos que querem se perpetuar nopoder.
Em 1989,presenciamos, todos, a queda do muro de Berlim. Morte do comunismo, pensamos..Fim do autoritarismo, festejamos. Nossa Senhora de Fátima havia cumprido suapromessa de, através da oração do rosário, livrar o mundo do comunismo. O queninguém esperava era que, justo na América Latina estivéssemos em problemas tãograves políticos e partidários.
Há, porém, umaesperança de que nós, a partir de 2011, estejamos livres para nos expressar,para educar nossos filhos, para viver nossa fé em um regime democrata, justo,que não trunca a verdade nem a joga para baixo do tapete. Sim, as metáforas deChico poderão, se Deus quiser, ser dispensadas, pois quem é livre só usametáfora para exaltar a beleza e expressar o mistério do amor e de Deus amor.
O quefará o milagre? Nossa oração a Nossa Senhora de Fátima, que livrouPortugal e o mundo inteiro do comunismo. Ela “fala português” e vive melhor queninguém o Evangelho. Ela é Mãe dos homens, é a verdadeira Mãe do Brasil.
Como NossaSenhora de Fátima e de Aparecida, livra-nos, Mãe, dessa nova ditadura.Livra-nos da mentira. Livra-nos das instituições não confiáveis. Livra-nos deum governo anti-evangélico e manipulador da cultura de morte. Livra-nos, Mãe,dos métodos fascistas. Livra-nos do Comunismo Moderno. Então, as metáforas doChico servirão para te agradecer, como cristãos, o imenso e inalienável direitoà liberdade.