Os meios de comunicação são ferramentas poderosas para aformação ou a deformação das consciências da sociedade. É por esse motivo quenós, como cristãos não podemos prescindir de tal expediente para anunciar aSalvação, ou seja, a Pessoa de Jesus Cristo.
Segundo estudiosos, os meios de comunicação possuem trêsfunções distintas, a saber: informar, educar e distrair. Apesar de seremfunções aparentemente excelentes, escondem atrás de si uma propriedadeextremamente desafiante, que é a transmissão de conteúdos e opiniões prontas,conceitos indiscutíveis e supostamente verídicos. Isso é um perigo, pois aocontrário do que acontece no relacionamento interpessoal, a relação com o meiode comunicação é unilateral, ou seja, não admite interpelações, mas apenas umaatitude passiva de receber, receber, receber.
A argumentação daqueles que são favoráveis à utilizaçãoindiscriminada desses meios se resumem em algumas afirmações como “se nãogostou, não acesse”, ou ainda, “se não gostou, mude de canal ou desligue”. Arealidade, todavia não é tão simples assim.
Subordinados que são a grandes interesses, esses meiosadotam formas bastante aprimoradas de comunicação sensorial, afetiva eracional, de maneira que conseguem arrastar multidões atrás de si. Inclusive estaé umas das formas que países mais poderosos se utilizam para influenciar osmais fracos. Nesse sentido, o Papa João Paulo II já afirmava no ano de 1982 quehá “uma tendência para o exercício de pressão externa sobre o mundo daimprensa, rádio e televisão, impondo, por parte de países mais poderosos, nãosó tecnologia, mas também ideias. (…) E esta pressão de ideias é maisprejudicial e insidiosa do que muitos meios evidentemente coercitivos”.
Exemplos disso são as maneiras de agir sugeridas pornovelas, filmes e outros; a criação de necessidades de produtos que até entãoinexistiam, em razão da excessiva publicidade; o modelo de felicidade baseadoem dinheiro, poder e status; os hábitos alterados nos lares com elementosestranhos incorporados no interior das famílias.
As mensagens emitidas são tão imediatas, apelativas eimpactantes que dificultam o desenvolvimento da crítica acerca do que éveiculado. O que fazer?
Em primeiro lugar não podemos nos esquecer que os meios decomunicação são ferramentas. São como uma faca. Uma faca pode nos ajudar aviver. Exemplo disso é que ela pode servir de instrumento para a preparação dealimentos. Ela, todavia, pode nos matar.
Em segundo lugar precisamos relembrar que somos todos, semexceção, missionários e que por isso um dever se nos impõe: “proclama apalavra, insiste, no tempo oportuno e importuno, refuta, ameaça, exorta comtoda paciência e doutrina” (2Tm 4, 2).
Ora, se os veículos de comunicação adentraram as casas,tornaram-se um dos meios de maior penetração de todas as sociedades, espaços elocais, eles devem ser usados para anunciarmos o Cristo Ressuscitado! Suacapilaridade é vasta!
A respeito, o Papa Paulo VI exortou:
“Postos ao serviço do Evangelho, tais meios são suscetíveisde ampliar, quase até o infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra deDeus e fazem com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas. A Igreja viria asentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse mão destes meiospotentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. Éservindo-se deles que ela ‘proclama sobre os telhados’, a mensagem de que édepositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito. Graças aeles consegue falar às multidões” (Evangelii Nuntiandi, 45).
É sem dúvida nenhuma uma maneira extraordinária deenriquecer a missionariedade da Igreja.
Por fim, tal evangelização precisa ainda ser feita com “parresiae inteligência missionária”, sem descurar de uma forte unção do Espírito SantoParáclito. Somente assim, a Palavra chegará “com a capacidade de penetrar naconsciência de cada um desses homens, de se depositar nos corações de cada umdeles, como se cada um fosse de fato o único, com tudo aquilo que tem de maissingular e pessoal, a atingir com tal mensagem e do qual obter para esta umaadesão, um compromisso realmente pessoal” (Evangelli Nuntiandi, 45).
Não percamos tempo, portanto! Corramos aos meios decomunicação para evangelizar!