Uma operação realizada nesta quinta-feira por navios humanitários permitiu salvar todos os 600 emigrantes a bordo de um barco pesqueiro que havia partido da Líbia e estava prestes a naufragar no Mediterrâneo.
“Acabamos de concluir nossa operação de resgate mais perigosa e complexa”, tuitaram a Médicos sem Fronteiras (MSF) e a organização maltesa Moas, que realizam este tipo de operação conjunta desde abril nas águas líbias.
As tripulações do “Phaenix” e do “Bourbon Argos”, que haviam participado das operações de resgate de sobreviventes após o naufrágio que deixou mais de 200 desaparecidos na quarta-feira, salvaram hoje 613 pessoas no total, incluindo mulheres e várias crianças, confirmou a guarda costeira italiana.
O barco estava tão sobrecarregado que para efetuar o resgate foi preciso pedir a vários emigrantes que nadassem até boias lançadas para evitar que emborcasse, revelou a MSF.
Os emigrantes vinham de “Síria, Eritreia, Bangladesh e outros países. Estavam aterrorizados e gritavam”.
Christopher Miller, jornalista americano a bordo do “Phaenix”, contou no Twitter o pânico dos passageiros e o esforço dos socorristas para que mantivessem a calma.
“Dois homens a bordo ajudaram mulheres e crianças a sair na frente para o resgate”.
Os emigrantes socorridos “têm histórias de sofrimento e guerra na Síria, Líbia, Bangladesh (…). São professores de História, sapateiros, estudantes…”, escreveu Miller. “Sobreviveram a muitas coisas antes de arriscar suas vidas no mar”.