Sem Categoria

Celibato: “te pertencer e ser feliz, feliz”…

comshalom

IMG_20151207_201400464

Meu nome é Danielle, sou consagrada na Comunidade de Aliança Shalom, sou a mais nova de três irmãs. Minha irmã do meio faleceu quando eu tinha 10 anos e ficamos eu e minha irmã mais velha, isso alimentou em meu coração o desejo de um dia ter minha própria família e que ela fosse numerosa (enquanto isso, enchia minha casa de amigos) para que caso qualquer eventualidade acontecesse, sempre conservássemos a casa cheia. Não é que minha família não tenha pensado assim, na verdade, muitas eventualidades aconteceram. Além das que foram citadas, minha mãe perdeu espontaneamente um bebê antes de mim e outro depois.

Fui crescendo e sempre adiando esses planos familiares, acredito que no fundo, sempre soube que era chamada ao celibato, mas nunca tive a ousadia de escutar aquela voz interior que me falava. Me distraí bastante dessa voz, preferia ainda seguir aquela outra dos meus sonhos e fiquei muito tempo da minha vida com os pés nos dois barcos. Em meu coração existia esse desejo de tudo dar, por algum tempo até passei por um rediscernimento vocacional, depois de 10 anos na Comunidade Aliança, pensei se meu lugar não seria a Comunidade Vida, mas não era isso.
Na verdade, eu nunca me imaginei celibatária, achava que me faltava uma série de requisitos que via em outras pessoas, um exemplo, sou reservada ao extremo e sempre vi nos celibatários pessoas muito relacionais. Por outro lado, alguns outros sinais iam me conduzindo, em meu coração tinha esse desejo de tudo ofertar, e também descobri que o celibatário é um missionário por excelência, e isso é algo que sempre vi em meu coração. Enfim, por essas e outras razões, resolvi dar espaço àquela voz interior, e Deus me deu a coragem de segui-la. Acredito que tudo aconteceu em seu tempo.

Me perguntam como foi o processo, e eu não me recordo de nenhuma epifania apocalíptica, não veio, em minha oração, nenhum coro angélico tocando a trombeta enquanto outros cantavam “vem formosa e bela”, não; eu rezei, segui um processo de discernimento, contei com a ajuda de várias pessoas, abri meu coração à vontade de Deus, e um dia eu simplesmente soube. E a partir disso, como disse São João Paulo II: “O amor me explicou tudo”.IMG-20151213-WA0008(2)

Claro que tudo isso levou tempo, silêncio e paciência. A missa foi marcada para o dia 07 de dezembro. Foi uma celebração muito simples e íntima, tudo foi preparado com muito amor por meus irmãos da Comunidade Shalom de Braga. Havíamos preparado tudo para celebrar a liturgia do dia, o Padre, no entanto, quando chegou, disse-nos que celebraria a liturgia da Imaculada Conceição, pois já era noite, e assim o foi. Para mim esse pequeno detalhe foi um grande sinal de Deus, pois tenho grande devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria. Alguns me perguntam como me sinto, ainda é cedo para responder, me sinto diferente, mas não sei explicar em quê, pois sei que essa história está apenas começando, e sei também que em meu coração ainda ecoa o verso da música que escolhemos para a ação de graças da Missa: “te pertencer e ser feliz, feliz”.

Especial Celibato Shalom


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.

  1. Eu admiro todos aqueles(as) que decidem dedicar a sua vida à causa de Deus porque cada vez menos sentimos essa doação mesmo entre os cristãos e católicos. Daí que encontrar quem se dedica por inteiro às causas santas é para mim um sinal de muita coragem. É com satisfação e, quem sabe, com uma vontade pessoal de me inserir na comunidade Shalom para tentar sentir algo de diferente na minha vida. Talvez encontre aqui aquilo que falta para voltar à minha experiência de antanho e que eu não olvidei de todo.
    Quero desejar a todos(as) que se dedicam a esta nobre causa as maiores felicidades pessoais e evangélicas.