Jesus, no Evangelho de hoje, alerta os seus discípulos a estarem atentos contra os falsos profetas e os convida a reconhecerem estes falsos profetas pelos frutos que eles dão. Essa afirmação poderia nos fazer preocupar mais com os frutos do que mesmo com a árvore. Mas se nós pensarmos que também nós precisamos de conversão e também nós, de alguma maneira, podemos ser enquadrados como esses falsos profetas, vamos estar atentos a uma necessidade de uma conversão muito profunda do nosso coração, para que assim possamos produzir frutos bons.
A nossa preocupação ao olharmos para nós mesmos, não deve ser com a aquilo que conseguimos fazer, os frutos que conseguimos produzir, mas deve ser com a mudança, a transformação, a purificação do nosso coração. Uma árvore que é tornada boa – por que no plano da graça também uma “árvore má” é transformada em uma “árvore boa” – , e é isso que Deus realiza em nós, uma árvore tornada boa ela vai naturalmente, consequentemente, produzir os frutos bons.
Estar atentos a qualidade da nossa árvore, a qualidade do nosso relacionamento com Deus, a qualidade do nosso coração, do nosso exercício das virtudes, é fundamental para que os nossos frutos depois comecem a ser produzidos. Preocupar-nos mais com os frutos do que com o nosso coração seria inverter a ordem das coisas e nós não colheríamos muitos resultados. Podemos até de maneira artificial produzir frutos bons, mas mais cedo ou mais tarde, o fruto daquilo que está no nosso coração aparece, seja ele bom, seja ele ruim.
Peçamos então a Deus a graça de sermos árvore boa, e sendo árvore boa poder dar ao Reino os frutos que Deus deseja que nós demos. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Homilia do Pe. Karlian na Diaconia Shalom