Sabemos que nossas crianças são os principais alvos de apelos comerciais, com programas televisivos, propagandas coloridas e ações infinitas dos marketings da vida, que precocemente influenciam os bebês que mal sabem falar, e nos primeiros passos, já conhecem marcas e logotipos. Os personagens infantis, explicitamente associados a embalagens de alimentos, roupas, brinquedos, sapatos e produtos higiênicos, cada vez mais, aguçam de forma desenfreada o consumismo infantil.
Mas como educar para consumir de forma responsável e ao mesmo tempo promover o bem-estar dessa geração e da próxima? Afinal, cada uma de nossas ações tem um impacto no coletivo, e ninguém nasce consumista. Seria possível mudar esse hábito que nasce a partir de valores materialistas e ao mesmo tempo explicar aos pequenos que, muitas vezes, aquele brinquedo tão desejado e sonhado é apenas um desejo provocado pela campanha comercial e assim ensinar valores mais humanos?
A mediação de um adulto
Possuir bens materiais ou ter status social nada tem a ver com felicidade. As crianças precisam ser protegidas e orientadas nas complexas relações do consumo. A mediação de um adulto (pais, responsáveis e educadores) a estimular o desenvolvimento de um espírito crítico positivo seria um grande auxílio para a garotada aprender a lidar com o consumo e refletirem melhor sobre suas reais escolhas na hora da compra.
Coragem de dizer “não”
A cada pedido de consumo desnecessário, dizer “não” é de suma importância para a criança. Aprender a lidar com frustrações próprias de cada idade educa e, ao mesmo tempo, ensina a fazer algumas reflexões amadurecidas a cada novo pedido. “Eu quero ou preciso? ”, “Preciso realmente comprar isso? ”, “Já não tenho algo parecido que possa ser reaproveitado? ”. Não é dizer um simples “NÃO”, mas uma abertura para um diálogo verdadeiro sobre o assunto do consumismo e seus impactos.
Brincar de forma criativa
O planeta agradece!
Uma alternativa para o consumo desenfreado destes produtos é animar a criançada a brincar de forma criativa, e em algumas atividades a utilizar de brinquedos confeccionados por eles mesmos, substituindo o brinquedo tradicional. Desligar os botões e entrar em contato com a natureza é uma outra alternativa de brincadeira criativa.
Que tal, nesse dia das crianças, fazer algo diferente, curtir um passeio na praia, no parque ou fazer uma trilha e descobrir locais ao ar livre, aonde a curiosidade e a imaginação tomam o lugar dos computadores e jogos eletrônicos.
Cuidar do futuro das crianças de hoje é ensinar e educar a serem adultos e consumidores responsáveis, e isso é também uma obra de misericórdia. O amor em atos revela os verdadeiros “presentes”, como o dom da partilha, principalmente, com aquela criança que hoje espera ganhar de você um gesto concreto. Que tal “Ganhou, doou?”
Angela Barroso
