No último sábado (22), o Projeto Juventude Para Jesus e o ministério de Promoção Humana da Missão São Paulo visitaram o orfanato Irmã Clara de Assis. A instituição atende crianças com grau severo de paralisia cerebral que foram abandonadas por suas famílias. O intuito da visita foi proporcionar aos jovens a vivência de forma concreta de alguma das obras de Misericórdia, aproveitando o finalzinho do Ano Jubilar que se encerra no próximo dia 20 de Novembro.
Embora os visitantes estivessem com o coração transbordando para “dar de graça o que de graça receberam”, sentiam-se inseguros pois não sabiam como poderiam fazer a abordagem e nem como seria a receptividade.
“Confesso que estava titubeante em ir porque estava com medo de não saber lidar com a situação e com as crianças”, conta Juliana Barbosa. “O primeiro impacto pra mim foi bem forte, mas junto dele também veio uma sensação de paz”.
Essa resistência ficou do portão para fora. Assim que pisaram dentro do orfanato, contemplaram a felicidade das crianças ao verem que havia visita. Foi como se estivessem contando os dias para serem visitados e receberem aquela manifestação de carinho.
“Assim que chegamos eles estavam assistindo desenho, pensamos que estaríamos atrapalhando. Mas quando fomos ver já estávamos brincando, dando risada, cantando, empurrando as cadeiras de rodas pelos corredores. Estavam muito felizes”, relata Jéssica Yumi.
As crianças não conseguem se locomover com precisão e têm muita dificuldade para se comunicar, com exceção de um dos garotos, que mexia um lado do corpo e conseguia falar. Assim que viu o violão, que o grupo levou para animá-los, correu até o instrumento e começou a tocar. Estava muito empolgado também porque no domingo iria passear de carro, iria para a igreja.
Na visão de Juliana, não foram eles que fizeram bem às crianças, mas foram as crianças que deixaram um aprendizado a eles. “Nesse dia eu pude ter a experiência do cuidado, um cuidado que não é dado por obrigação, mas por amor ao próximo. Não fui eu quem fiz um bem àquelas crianças, foram elas que com toda aquela fragilidade abriram meus olhos pra humanidade”, enaltece.