Na sexta feira, após o feriado de Ação de Graças, celebra-se o feriado das compras, conhecido como Black Friday (sexta- feira Negra, na tradução livre), que não é bem um feriado, mas que é comemorado com muito mais alegria do que muito feriado por aí – principalmente aqueles que caem no domingo.
O Black Friday teve origem nos Estados Unidos, e não se sabe ao certo porque tem esse nome – existem muitas teorias sobre o assunto -, e consiste basicamente em um dia em que a maioria das lojas de varejo entram em liquidação. Aqui no Brasil não celebramos o dia de Ação de Graças, mas o Black Friday não poderíamos perder. A febre começou inicialmente nas lojas de varejo online e posteriormente migrou também para o varejo físico, hoje o evento já faz muito sucesso no país.
Tudo pela metade do dobro
Para muitos o Black Friday, não é só a oportunidade de comprar um produto do qual se tem necessidade por um preço mais acessível, mas tornou-se momento onde compra-se pela metade do preço – ou como alguns diziam que acontecia aqui no Brasil “pela metade do dobro”- aquilo de que não se precisa.
Papa Francisco em uma de suas homilias alerta:
“Num coração desesperado, é muito fácil ganhar espaço a lógica que pretende impor-se no mundo de hoje. Uma lógica que procura transformar tudo em objeto de troca, de consumo: vê tudo negociável. Uma lógica que pretende deixar espaço para muito poucos, descartando todos aqueles que não «produzem», que não são considerados aptos ou dignos”.
Consumimos coisas para saciar o vazio que temos de nos relacionar com outras pessoas, e logo em seguida queremos consumir e possuir pessoas como se fossem coisas.
Rael da Rima, rapper paulistano, em uma de suas letras diz: ”Sociedade e os padrões que ainda insistem que a felicidade se consiste em ser o que tem, porém fato triste… esse consumismo sem freio é quem nos mata”. E segue dizendo: Vou “Dar um rolê no shopping só pra ver o tanto de coisa que existe e que eu não preciso para ser feliz”.
Felicidade não se compra no cartão
Como a vida às vezes soa contraditória, não é?! São Paulo dizia em uma de suas cartas, que por conta do pecado não era capaz de fazer o bem que desejava, mas o mal que não desejava. Por conta do pecado e toda mentalidade que deriva dele, compramos o que não precisamos, mas a felicidade que desejamos não conseguimos obter.
Primeiro porque felicidade não se compra no cartão, a felicidade não está nas coisas que possuímos, não está nos bens adquiridos. A felicidade verdadeira é fruto do relacionamento com uma pessoa, a felicidade é uma pessoa, e essa pessoa se chama Jesus Cristo. São João Paulo II dizia: “Ninguém, senão Jesus, poderá dar-vos a verdadeira felicidade”.
Acho que, às vezes, é preciso que se dê um “rolê” pelos shoppings da nossa vida, sobre o amontoado de lojas de departamento que criamos em nossos corações, sobre todas as coisas que juntamos para tentar nos convencer que ao possuí-las, possuímos a felicidade, “só pra ver o tanto de coisa que existe e que eu não preciso para ser feliz”, só pra ver que a felicidade verdadeira me é dada gratuitamente.
Marcos Nunes