Institucional

“Se mil vidas tivesse, mil vidas te daria”

comshalom

glaucio

O mundo do Futebol e cada um de nós fomos acordados na madrugada desta terça (29) ,com uma trágica notícia. O avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, caiu a poucos quilômetros do seu destino. Em meio ao luto coletivo que nosso país e todo o mundo estava vivendo, algumas horas depois, eu vivi uma das maiores experiências da minha vida missionária.

Estava voltando de uma visita apostólica que havia feito à missão de Aparecida no voo Guarulhos/Fortaleza com escala em Juazeiro do Norte. Quando sobrevoávamos Minas Gerais, o avião teve uma pane. A turbina fez um forte barulho gerando não só um ronco estranho, que permaneceu durante toda a viagem, bem como uma fumaça asfixiante que se espalhou pelo interior da aeronave, que chegou a tender para o lado da turbina com defeito. Todos a bordo, inclusive os comissários, ficaram apavorados e pensei que seria minha última missão. Estava dando meu testemunho para a Claudiana que se encontrava ao meu lado, e no momento da pane, perguntei se poderíamos rezar o terço. Convidamos o Ítalo, que estava no outro acento, para rezar conosco. Em meio as ave-Marias, Maria foi pacificando nosso coração. No momento em que o avião tendeu para o lado, diante do desespero, pensei: “se hoje fosse o último dia da minha vida, teria válido à pena ofertar a minha vida a Deus?”

Há dez anos consagrei minha vida à Deus na Comunidade Católica Shalom, pela evangelização dos jovens. Em meio àquela aflição, lembrei do rosto de cada jovem que passou por mim e que eu havia evangelizado, e percebi o quanto minha vida tem sentido. Sou um jovem realizado, apaixonado por Deus, pelo carisma Shalom e pela missão que Ele me confiou.

Essa experiência me fez refletir ainda sobre a fragilidade da vida. A palavra de Deus diz que “não sabemos o dia, nem a hora”.[1] Por isso, não podemos nos perder no que é provisório, mas buscar sempre o essencial, o que não passa, vivendo cada momento como se fosse o último dia, a última chance. Deus me concedeu uma nova chance ao me poupar de algo pior. Senhor, se mil vidas tivesse, mil vidas te daria.

A aeronave não tinha condições de continuar a viagem. Fizemos um pouso de emergência no aeroporto internacional de Brasília, onde permanecemos até o dia seguinte. Com essa experiência Deus me uniu de maneira bem próxima àquele evento trágico. Pude sentir algo semelhante ao que a delegação da Chapecoense possa ter sentido momentos antes do desastre. Me uno a dor e em intercessão aos parentes daqueles que perderam a vida naquele voo.

Força chape!

Shalom!

Glaucio Rocha – Missionário da Comunidade de Vida Shalom   

[1] Mt 25,13


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.

  1. Deus é muito bom no momento do desespero pensei que ia morre em meio ao alvorosso só conseguia fala jesus misericórdia de nós quando Gláucio chamou para reza o terço da virgem Maria, em meio às ave Maria sentir um paz imenso no meio de nós ali refletindo tudo que tinha feito na minha vida e veio em mim uma lembrança que tinha comentado com uma amiga que não queria participar de mais nada na igreja. Em meio a tudo que aconteceu Deus nos deu uma nova oportunidade principalmente pra mim de faz as coisas diferente .