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Na expedição somos 20 voluntários brasileiros e uma italiana, que sou eu

A jovem, Anna Scacchioli, conta sua experiencia na Expedição Missionária Shalom em Cabo Verde

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Começamos o nosso primeiro dia de missão com a Santa Missa celebrada na casa de missão da Comunidade Shalom em Praia. Depois da Missa, tivemos um momento de oração muito forte no qual todos confiaram a Deus tudo o que iríamos fazer por aquele povo. Rezamos pedindo que Ele nos guiasse e nos desse as graças necessárias, para fazê-los conhecer o Seu amor do qual têm tanta necessidade.

Ainda pela manhã fomos a um quarteirão muito pobre. Nos dividimos em grupos e saímos evangelizando de porta em porta. Vimos realidades muito difíceis; famílias que vivem em risco e não tem mais nenhuma esperança. Poder falar com elas, só para arrancar um sorriso ou um abraço, chegar no coração delas anunciando a Palavra de Deus, foi uma experiência que me encheu de alegria e que mudará muitas coisas dentro de nós.

Nesta ocasião, vimos como essas pessoas, apesar de não terem nada, oferecem tudo o que têm gratuitamente.

Depois de conhecermos tantas pessoas, convidamos algumas crianças para brincar. Enquanto organizávamos os jogos, outros, ao mesmo tempo, faziam o aconselhamento das mães que traziam vários problemas. Além disso, os missionários dentistas encenaram um teatrinho para explicar às crianças a importância da limpeza dos dentes e como fazê-lo. Por fim, colocamos em prática o que foi explicado, dando-lhes as escovas de dentes e fazendo a escovação.

De tarde fomos para uma outra cidade, São Tomé, fora de Praia. Este também é um lugar muito pobre; é como uma favela ao pé de uma montanha. Em grupos fomos evangelizar. Fiquei muito impressionada com a fé das pessoas mesmo em meio a tanta pobreza. Eles não têm nada, mas sabem que, mesmo que submersos por dificuldades muito maiores do que eles, não estão sozinhos. Deus está presente ao nosso lado e nos dá força para seguir em frente. Depois de conhecer as famílias, nós os convidamos para a missa que aconteceria no dia seguinte, festa de São Tomé.

À noite o Responsável pela Secretária Turismo e Economia de Cabo Verde e um padre da Diocese de Praia vieram nos visitar. O primeiro nos deu um resumo da situação econômica e política do país e o segundo tratou de tópicos como a história e a fé desse povo.

O segundo dia começa com louvor ao Senhor para poder agradecer-lhe por todas as experiências e reuniões que nos fizera experimentar no dia anterior. Depois disso, dedicamos um tempo para oração pessoal. A oração é uma parte muito importante da Expedição porque sem ela não poderíamos dar passos, muitas vezes, muito maiores do que nós. É necessária para nos abrirmos aos outros e aprendermos a amá-lo de graça, como Ele nos ama.

De manhã voltamos ao primeiro quarteirão visitado, novamente convidamos pessoas daquela região para participar de atividades como no dia anterior. Fizemos vários jogos, cantamos acompanhados por bateria e violão, dançamos e desenhamos com as crianças. Os médicos e enfermeiros receberam as mães ouvindo seus problemas de saúde e ofereceram um serviço de orientação e informação.

Na hora do almoço voltamos a São Tomé, para comemorar a Festa do Padroeiro: São Tomé. Todos éramos convidados para viver esse momento. Fomos para as casas das famílias que conhecemos no dia anterior. Eles nos hospedaram como se fôssemos parte da família e nos ofereceram muitos pratos típicos locais. Nesta ocasião, vimos como essas pessoas, apesar de não terem nada, oferecem tudo o que têm gratuitamente. O acolhimento e generosidade com pessoas que não conhecem e talvez nunca mais verão, tocaram nossos corações. Depois de um longo almoço, tivemos a procissão e a celebração da Santa Missa no dialeto deles:  o crioulo.

Para terminar o dia compartilhamos as experiências que mais nos impressionaram. Todos nós vimos que não estamos apenas ajudando-os, mas também estamos aprendendo muito. Eles nos fizeram perceber que, muitas vezes, só damos amor depois de recebê-lo, que ainda amamos sob condição, que muitas vezes temos dificuldades em demonstrar afeto. Aprendemos que é fácil amar a nossa família e amigos, mas é muito difícil amarmos aqueles que não conhecemos, mas, como cristãos, somos chamados a fazê-lo. Um ensinamento muito significativo aprendemos com eles: dar de graça mesmo o pouco que tem.

Este é apenas o começo de uma missão que está mudando nossos corações.

 

Anna Scacchioli


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