Quando eu o vi pela primeira vez eles eram seis: Um pai, uma mãe, três filhas, e o primeiro filho, José, ainda no colo.
Quando o conheci, anos depois, eles já eram oito: Um pai, uma mãe, três filhas, José corria, e depois dele corria também o João. Dessa vez era o Felipe que estava no colo.
Ficamos muito amigos e os anos passaram voando, de repente eles se tornaram nove, nasceu a Miriam. Lembro bem que quando a Miriam nasceu, nós, amigos e familiares, ficamos na expectativa do oitavo filho, a quem chamávamos carinhosamente de “Otávia” (num trocadilho muito sem graça, eu sei!). Fazíamos apostas e bolões pra descobrir se era menino ou menina, e sim, veio o oitavo filho, e era oitavo mesmo, um menino, chegou o André. E nada de fechar a fábrica, nessa família sempre haverá espaço pra mais um. E ele veio, nasceu o nono, nasceu o Pedro.
Eu sei, é muita informação e você que lê esse texto deve estar confuso. Vou explicar: Estou falando de uma família muito especial, um querido casal de amigos. Seus nomes: Clayton e Cristina. Seus nove filhos: Marcelle, Maíra, Marília, José Tiago, João Paulo, Felipe, Miriam, André e Pedro.
Você deve estar pensando: “Nossa! Que loucura!”, “Que coisa linda ter tantos filhos!”, “Deve dar muito trabalho”, “Deve dar muita despesa”, “Eles devem ser loucos” e tantas outras frases que a gente escuta por aí. Sabemos, não é possível nadar contra a corrente deste mundo e permanecer “ileso”.
É uma loucura. Uma loucura santa, atrevida e corajosa. É belo, é lindo, é maravilhoso. Dá muito trabalho, mas tem festa o ano todo. As despesas são muitas, na ousadia de tudo investir por amor, em paz, na vida e no perdão. Investir na vida…
Investir na vida! Neste dia tão especial, separado para homenagear os pais, eu quero contar um pouco da história de um pai bem pai, um pai de nove. Clayton começou sua jornada de jovem pai aos 22 anos quando a primeira filha nasceu. Ao lado de uma mulher muito maravilhosa, soube, escolheu e quis dizer sim a vida, todas as vezes que Deus permitiu que ela acontecesse. Ainda hoje eu pergunto quando virá o décimo, a resposta é a mesma: “Quando Deus quiser, enquanto Ele quiser, vamos acolher.”
E acolhem. Acolhem todas as alegrias e todos os desafios. Há festa o ano todo, às vezes mais de uma por mês, inevitavelmente alguém chora no meio da festa, ou por um arranhão, uma cabeça quebrada, uma queda e depois tem risada. Amor sempre tem.
De vez em quando aparece uma pessoa “muito sabida” pra dar palpite… Lembro de uma ocasião em que estávamos na missa e as crianças sentadas uma ao lado da outra (coisa rara). Uma senhora disse: “Nossa, mas pra quê tantos filhos?”. Ele singelamente respondeu: “Você acha que algum deles não deveria ter nascido?”. Ela não soube o que responder. Não há o que responder.
É, meu amigo, todos devem nascer. É com assombro que constatamos os que não conseguem compreender a grandeza dessa verdade. Uma verdade tão grande quanto a sua paternidade, quanto seu desejo de trabalhar em favor de sua família e com ela em favor do Reino de Deus, pra que ele seja conhecido, esperado, construído e amado.
Em meio a tudo isso e pela graça de Deus, você consegue ser um grande líder de louvor, missionário, profissional premiado e reconhecido, amigo, irmão, filho. E sabe que tudo isso está diretamente ligado a mulher incrível que Deus colocou ao seu lado.
Feliz seu dia, feliz privilégio de ser pai e sendo pai abraçar todos os outros papéis que a vida lhe deu. Feliz de seus filhos, feliz de sua esposa, feliz de sua Igreja, feliz de sua Comunidade, feliz de seus amigos. Eu mesma já falei de você tantas vezes e quando alguém diz: “Mas que Clayton?”, eu respondo: “O que tem nove filhos”, e retrucam: “Mas não eram sete?”. “Eram, mas agora são nove”. Serão quantos Deus quiser.
Essa é sua marca. Muitos filhos. Legado precioso. Neste dia, e em todos os outros, que você continue sendo inspiração e referência, que a sua casa seja sempre festa, presença e perdão, ainda que haja de vez em quando um joelho ralado, uma cabeça quebrada, uma grande bonança, uma tempestade ou chuvisquinho aqui ou ali. Na caixinha do coração está guardada a certeza de que o Amor jamais passará.
Fabielle Gomes
Que lindo, também estamos abertos à vida. Quantos teremos? O Senhor quem sabe, Ele sabe de tudo. Parabéns pela coragem, pelo sim.
Cada vez mais Deus nos chama a defender a vida e esse casal soube ,como poucos nos dias de hoje, acatar e dizer sim à vida. Deus abençoe sempre essa família!!!