A catequese do último dia de Halleluya Rio, 30 de setembro, teve como tema a vontade de Deus. Conduzida pela missionária da Comunidade Católica Shalom Gabriella Dias, a pregação abordou a necessidade de crescer no dom do discernimento para renovar a cada dia o sim a Deus. “A cada manhã o Senhor te chama. Toda vocação é matutina, toda vocação se renova a cada dia. Deus não muda, o seu chamado é para sempre, mas Ele se dá o trabalho de a cada manhã nos despertar para a nossa vocação”, explicou Gabriella.
De acordo com Gabriella, é preciso buscar responder ao chamado de Deus como Mateus (Lc 5, 27) e não como o jovem rico. “Mesmo eu que sou consagrada em promessas definitivas e celibatária com votos perpétuos posso acordar em uma manhã como o jovem rico. O jovem ouvindo o chamado de Jesus saiu pesaroso porque era possuidor de muitos bens. Eu posso ser esse jovem rico que diz: eu já faço tudo certinho, deixa eu viver isso hoje. Mas também podemos ser como Mateus. (Lc 5, 27) Mateus se levantou, seguiu Jesus e fez uma grande festa. Ele acolheu o chamado com alegria. Ele viu que Jesus o chamava e considerou aquilo motivo de grande alegria”.
Ainda mergulhando na Palavra de Deus, Gabriella meditou sobre uma passagem muito querida por Santa Teresinha, Mc 3, 13-15. De acordo com a missionária, Deus dá algumas chaves para a meditação sobre o chamado à santidade. “Esta passagem bíblica é uma das que tocou o coração de Santa Terezinha. Ela gostava muito desta passagem: chamou a si os que Ele quis. A liberdade de Deus que chama aqueles que Ele quer. E eles foram até Ele. O Senhor também quer nos dar a liberdade de dar o sim”.
“Um chamado inclui muitos chamados. E é na intimidade com Deus que nós vamos vivendo o discernimento da vontade de Deus. O dom do discernimento é importante para também tomar as decisões pequenas de cada dia segundo aquele chamado que Deus me faz. Por isso que o chamado é diário. A gente escuta o Senhor que dentro do nosso chamado, vai nos chamando a outras graças. O Senhor nos chama a coisas novas. A cada manhã o Senhor me chama a viver de uma forma nova para Ele. A gente faz discernimento para reconhecer como cumprir melhor a nossa missão, como eu vou seguir melhor a Jesus”, disse.
Ainda segundo a passagem do evangelho de Marcos, Gabriella falou de algumas características do chamado de Deus: permanecer próximo a Ele, pregar o evangelho e expulsar os demônios. “Deus quer que a gente fique com Ele. O fazer é importante, mas é um transbordamento do estar com Ele. O Senhor nos chama porque Ele quer nos possuir. Ele quer que você diga como São Paulo: ‘já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim’. É na oração que o Senhor vai nos dando a graça do discernimento da sua vontade nas nossas vidas a cada dia”.
De acordo com a missionária, a segunda característica do chamado de Deus é que envia a pregar. Para Gabriella existe três formas de pregação:
- Aquela que nos ensina São Francisco: vão pelas ruas e, se precisar, usem as palavras. “Que a nossa vida seja de tal forma que talvez eu nem precise usar as palavras para pregar o evangelho. Todos nós somos chamados a pregar sem palavras,pelo seu modo de vestir, pelo seu modo de se relacionar. O Papa Francisco tem falado muito do poder da gentileza que faz com que as pessoas se deparem com uma caridade tão simples. O mundo precisa de testemunhas que apontem o caminho, dizia o Papa Paulo VI”.
- Pregação informal, como nos ensina o Papa Francisco.
“Aquela conversa em que eu falo de Jesus. Todas as ocasiões me dão a oportunidade de falar de Jesus. Nas conversas normais da nossa vida, o Senhor vai nos dando oportunidade de anunciar o evangelho. O Senhor nos chama a pregar o evangelho sem microfone. Deus quer se utilizar de nós na informalidade da nossa vida para trazer pessoas para Ele”. - Pregação formal.
A última característica do chamado de Deus é expulsar os demônios. “O Papa diz que um dos grandes enganos que podemos ter é desconsiderar o inimigo. O demônio é um ser pervertido que age continuamente nos tentando. Devemos expulsar os demônios que nos tentam continuamente com o ódio, com a tristeza, com a inveja e com os vícios. O demônio não precisa nos possuir. Ele nos tenta e aproveita para destruir nossas famílias, nossos trabalhos, nossos relacionamentos”, finalizou.