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Shalom Maná: Uma família feliz não se improvisa

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casalNa edição deste mês, apresentamos na seção “Só Família” artigo da missionária Laura Martins, que nos fala sobre o desenvolvimento de um projeto conjugal para a vivência de um matrimônio feliz. Segundo ela, é preciso identificar-se e se envolver nesse projeto de forma dedicada, canalizando sua atenção e suas forças em vista dessa construção. Confira trecho do artigo publicado na Shalom Maná.

A deficiente preparação para o casamento origina ou contribui para o agravamento da situação familiar e é causa de outras dificuldades e sofrimentos para muitos casais. Os jovens são tão absorvidos pelo estudo, pelo trabalho e pelas diversões, fruto da mentalidade hedonista, egocêntrica e individualista do mundo pós-moderno, que lhes faltam tempo e disposição para o diálogo e a reflexão crítica a dois, condição indispensável para um sério projeto conjugal e familiar.

Para viver um matrimônio feliz, segundo o coração de Deus, é preciso desenvolver um projeto de vida em comum. Identificar-se e se envolver nesse projeto de forma dedicada, canalizando sua atenção e as suas forças em vista dessa construção.

Conhecer-se e conhecer o outro

O conhecimento é uma característica essencial do projeto conjugal. Conhecer hábitos e necessidades do outro não significa renunciar aos desejos próprios, mas buscar novas formas que garantam espaço para a realização de ambos, respeitando a personalidade de cada um.
Conversar, por exemplo, sobre a vida passada – os hábitos, as preferências, os papéis e os costumes que tinham – podem parecer coisas banais, mas falar sobre o antigo modelo de vida vai possibilitar a organização da nova vida em comum. E não se trata só de falar, de igual importância é também o escutar. Em seguida, ir tornando concretas as metas da nova vida a abraçar.
O casal forma um novo relacionamento em que as pessoas fazem duas experiências básicas: de um lado, eles criarão um espaço físico, um novo lar; do outro, constroem um espaço afetivo em comum. Na construção deste espaço, dois seres humanos trazem cada um elementos psíquicos, físicos e espirituais que necessitam ser reunidos, para que deles possa surgir um novo lar, uma nova família, um novo ambiente de convivência humana. Nesse espaço, Deus, que é a fonte de todo amor, deve reinar com Seu Espírito vivificador, gerando unidade, comunhão, santidade, fecundidade e abertura para os outros.

O esforço de duas pessoas para construir este projeto é o que une os elementos isolados, trazidos por cada um dos parceiros, pois os dois têm um passado e foram profundamente marcados por ele. Afinal, o casamento não resulta em mudança de personalidade, daí a necessidade de um conhecimento muito grande um do outro. As duas pessoas, tão distintas uma da outra, têm de aprender a conviver. É claro que as dificuldades são consequência normal desta interação.

As etapas na preparação para o casamento

O Conselho Pontifício para a Família, no documento Preparação para o Sacramento do Matrimônio, apresenta três etapas no itinerário para a preparação ao casamento, que não são rigidamente definidas, mas é útil conhecê-las como itinerários e instrumentos de trabalho:

a. Preparação remota

A preparação remota abraça a infância, a pré-adolescência e a adolescência, desenvolvendo-se, sobretudo, na família, bem como na escola e nos grupos de formação. É um período em que são transmitidas e incentivadas a estima pelo valor humano, a formação do caráter, a estima de si, o respeito para com as pessoas do outro sexo, hábitos de vida, personalidade, etc. Esse caráter encontra seu estímulo, apoio e consistência no exemplo dos pais, que se tornam para os filhos um verdadeiro testemunho.
Conhecer a família e a história do outro facilitará a compreensão dos traços de personalidade, de comportamentos, hábitos, feridas emocionais, etc. Existem algumas realidades difíceis de mudar, portanto, neste caso, é necessário estar consciente delas para aceitá-las e bem conviver com as mesmas. É importante ainda avaliar-se nos próprios limites, a fim de perceber sua capacidade de tolerância e aceitação diante das realidades percebidas.
Você conhece e confia na história pessoal do outro? Como foram seus relacionamentos anteriores? O que ele(ela) aprendeu sobre o casamento de seus pais? Os dois devem lançar um olhar atento para os pais (o que cada um está trazendo de sua família de origem para o relacionamento conjugal?); relacionar os aspectos que considera bons e os difíceis; avaliar juntos, com sinceridade, essas realidades e dialogar sobre como se ajustarão diante delas. É importante partilhar com alguém que tenha experiência sobre o assunto, pois um olhar de fora ajuda a perceber nuances que, algumas vezes, passam despercebidas aos dois envolvidos afetivamente.

b. Preparação próxima

A preparação próxima desenrola-se durante o período do namoro e do noivado. É o tempo de perceber o outro nos seus relacionamentos diversos: família, trabalho, vida comunitária… Conhecer seus limites e capacidades, virtudes e fragilidades.

A preparação próxima precisa oferecer aos namorados/noivos os elementos que favoreçam a construção desse projeto conjugal, por isso, durante esse tempo de namoro, deve-se criar oportunidades de aprofundarem suas convicções sobre diversos aspectos importantes da vida familiar: educação dos filhos (definição clara dos papéis na família); organização da vida familiar (necessidades afetivas de cada um, hábitos, limites, anseios, divisão de trabalho, administração e planejamento financeiros, relacionamento com os pais, sogros e familiares, entre outros); vida espiritual (pessoal e conjugal); relacionamentos sociais, foco de interesses pessoais, entre outros aspectos relevantes.

 

 Ana Laura W. Diniz Martins

Confira o artigo na íntegra na Revista Shalom Maná deste mês
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Comentários

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  1. Estou como dirigente de Pós Encontro da Paróquia São Vicente de Paulo – Mauá – SP e gostaria muito de saber se é possível contatar com a Laura Martins para ter a honra de uma palestra com ela no nosso Pós que ocorrem todas as quartas. Sou leitora e fã de seus artigos e agregaria muito amor e valor às famílias da nossa comunidade. Que Deus continue iluminando e abençoando essa linda missão de evangelizar as famílias. Grata Tati do Cris.

  2. Caríssimos paz e bem!!!

    Gostaria de que se possível obter o contato da Ana Laura Wanderley Diniz pois adorei um artigo que ela escreveu a respeito de psicoterapia e gostaria de conversar um pouco sobre o tema.

    At.