Institucional

Família: Igreja procura chegar junto das periferias

comshalom

O padre José Manuel Pereira de Almeida, pároco em Lisboa, espera que as Igrejas locais possam promover serviços que ajudem a trabalhar com “as periferias”, numa atenção a quem se encontra em situação familiar “irregular”.

O sacerdote, responsável pela Paróquia de Santa Isabel, no Patriarcado de Lisboa, afirma à Agência ECCLESIA que é necessário que se criem “serviços que apoiem as dioceses nesta atenção a todas as periferias” da vida familiar.

O responsável afirma não existirem “cristãos de primeira ou de segunda”, mas pessoas que concretizam a “história da salvação”, pois “o caminho para viver a vida humana está acessível a todos”.

O padre José Manuel Almeida comentava o inquérito dirigido a todas as paróquias numa consulta sobre as principais questões ligadas à família e ao casamento, cujos resultados, recolhidos a nível mundial, serão considerados para o instrumento de trabalho da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, marcada para outubro de 2014, no Vaticano.

A Igreja Católica reconhece novos “desafios” na sua missão evangelizadora, querendo com o inquérito aferir a realidade local em questões como o matrimónio, a pastoral familiar, a união entre pessoas do mesmo sexo, os divorciados recasados, a abertura dos casais à vida e a educação dos filhos.

O pároco de Santa Isabel dá conta de “sinais” e de um “pensar global sobre a evangelização” que deve chegar “aos pastores que, com os seus colaboradores, vão ter de possibilitar novos espaços e caminhos”.

Também em Santa Isabel, Soledade Carvalho Duarte e João Virotte da Costa, procuram através do grupo ‘Reparar’ acolher divorciados recasados, casais “a atravessar uma fase menos boa no seu casamento ou a viver uma separação”.

“O que as pessoas procuram no Reparar é inclusão e sentir-se em Igreja”, explica Soledade recordando os seus sentimentos quando, depois de terminar um casamento de 16 anos e de uma vivência diária da Eucaristia ao longo de toda a sua vida, deixou de poder aceder aos sacramentos da comunhão e reconciliação.

O padre José Manuel assinala a importância da partilha entre pessoas “com histórias acidentadas”, mas que “encontraram o seu lugar na Igreja e fazem Igreja a partir dessa situação”, não estando “à espera da palavra do «Senhor Prior»”, gerando através destes exemplos “comunidades verdadeiramente cristãs”.

Uma porta aberta da Igreja é o que um grupo de homossexuais católicos encontram na oração e partilha que quinzenalmente os reúne numa capela, em Lisboa, acompanhados por um sacerdote que acredita que a Igreja deve estar onde estão a pessoas, ajudando-as a interpretar os seus dilemas à luz do Evangelho.

Rui, participante neste grupo, conta à ECCLESIA que ali pode “falar abertamente da vida espiritual, da caminhada de fé mas também de outras vertentes da vida”.

Foi um sacerdote que o acolheu no grupo e onde, numa conversa, Rui não encontrou “um “discurso já feito”, onde o quisessem “encaixar” sem saber nada da sua história.

Estas e outras histórias podem acompanhadas este domingo no programa de rádio na Antena 1 e no programa ‘70×7’ (RTP2).

O documento preparatório da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos foi divulgado pela Santa Sé no último dia 5 de novembro e está disponível desde então para leitura e download no site da ECCLESIA.

Fonte: Ecclesia


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.