Crônicas do Céu: Um anúncio esperado

Era um dia tranquilo. Eu estava cuidando do… Bem, não é tão simples para explicar assim em tão pouco tempo. A família se reuniu para discutir um assunto muito importante. Eles se reúnem com frequência, mas dessa vez parecia diferente. Percebi que o Filho estava particularmente animado.

Gabriel estava ao meu lado, ele estava pensativo. Nunca o tinha visto daquele jeito, nem quando precisou orientar alguns profetas. Eles o chamaram para conversar naquele instante. Gabriel me olhou e disse: “É grande!” e foi aonde estavam. As trombetas ressoaram. E isso só acontece em ocasiões muito importantes. Gabriel organizou todos e pediu que esperássemos porque o Pai iria nos dar um Grande Anúncio.

Quando as portas da sala de reunião se abriram, a Família saiu e cada um tomou o seu lugar. O Pai começou dizendo que seria um grande dia:

– Sabemos que, depois do pecado original, o homem decidiu se afastar livremente. Isso foi uma grande dor para Nós, mas era parte do plano fazê-los livres. Entretanto, decidimos que a história não estava acabando ali. Estava começando e agimos concretamente em suas vidas manifestando Nossa promessa de salvação do povo escolhido através dos muitos profetas que enviamos para anunciá-la.

Todos escutavam o que o Pai dizia com muita atenção. Ele continuou:

– Hoje é o Grande Dia! Vamos enviar a salvação de Israel. Na Galileia há uma jovem virgem, noiva de um homem justo, que foi criada para gerar Meu Filho em seu ventre e auxiliá-lo até a concretização de Sua missão. A ela dei a graça de nascer imaculada. Hoje enviarei meu mensageiro que a perguntará se aceita ser a mãe do Emanuel. Pois mesmo imaculada, a fiz livre para decidir.

Acredito que não demonstramos grande reação, pois, depois de uma pequena pausa, o Pai disse:

– Reuni todos aqui para esperarmos sua resposta, Gabriel está com ela agora. O nome da jovem é Maria.

Gabriel se apresentou a Maria:

– Alegra-te cheia de graça! O Senhor está contigo!

Ela parecia assustada e um tanto quanto questionada com aquela saudação. Ele anunciou sua missão:

– Não temas Maria! Encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás em teu seio e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; Ele reinará na casa de Jacó para sempre e seu reinado não terá fim. 

E ele perguntou se ela aceitava ser a mãe do Filho de Deus. Ainda questionada, Maria perguntou a Gabriel como seria possível se ela ainda não havia se casado com José. Como teria um filho? Gabriel explicou que o Espírito Santo viria sobre ela e que o poder do Altíssimo a cobriria com a Sua sombra, e que por isso seu filho seria chamado de Filho de Deus. Ele acrescentou:

– Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Pois, com efeito, para Deus nada é impossível – completou.

Depois disso, Maria ficou em silêncio e junto com ela todos nós. O Céu inteiro parou. Foi o maior silêncio que já escutei. Você deve se perguntar se é possível escutar o silêncio. Aquele era! Estávamos todos ansiosos esperando a resposta da jovem Maria até que ela proclamou:

– “Fiat!”.

Não é possível descrever o que sentimos naquele momento, você vai entender um dia. O que posso dizer é que a cada “Fiat!” inspirado no dela, fazemos a mesma festa do dia do Grande Anúncio.

Por Maria Angélica