Chegamos, com alegria e esforço, ao fim do ano litúrgico, que acontece antes do 31 de dezembro, porque devemos nos preparar para a vinda do Senhor Jesus, no Natal. O Natal, para nós que temos fé e também para os que não têm, é o fio grosso que divide o antes do depois.
O antes de Cristo, cuja sigla é a.C., e o depois de Cristo, sigla d.C., são um marco difícil de ser retirado, aliás, isso é impossível, embora existam pessoas que apenas ao escutarem o nome de Cristo ficam furiosas como diabos e gostariam de eliminar toda marca do cristianismo.
Não sei o porquê desta raiva. Querendo ou não, basta ter um pouco de inteligência, pois nem a Igreja pode anular as coisas boas feitas antes de Cristo e depois Dele por tantas pessoas sem fé, e nem quem não tem fé pode anular o que os cristãos fizeram.
A festa de Cristo Rei coroa o caminho do ano litúrgico na Igreja, que sempre caminha à luz do seu Senhor, O ama e O prega para todos, porque vê Nele um modelo de vida, um sinal de esperança. Jesus é semente de vida nova que, ao encontrar terreno bom, dá fruto de 30, 60, 100 por cento.
Jesus Rei é um modelo para todos, quer sejam políticos ou não, ou seja, Ele é modelo para todas as pessoas. Aliás, na minha modesta visão, cada um de nós é um “pequeno rei”, que tem a responsabilidade de melhorar o mundo em que vive. Se cada pessoa fizer o que deve fazer com amor, o mundo não vai ser deteriorado, mas curado e cuidado com carinho.
Cristo Rei é modelo para todos
Sem dúvida, Cristo Rei é modelo para todos os políticos do mundo que lutaram para sentar na cadeira mais importante do próprio país, como é o caso dos presidentes, que tanto dinheiro gastam nas campanhas políticas; há também outra forma de eleição, como no caso na Igreja, na qual os Bispos, os Cardeais e o Papa não fazem ou não deveriam fazer campanha política e não gastam nem um tostão.
Cristo Rei defende sempre as pessoas, seus direitos humanos. Ele se coloca sempre ao lado dos pobres e não fecha nem a porta e nem o coração a quem necessita de ajuda. Quem tem autoridade não pode usá-la, então, para si mesmo, mas para aliviar o sofrimento físico e moral das pessoas.
Jesus é um rei maravilhoso que passa no meio de todos fazendo o bem. Ele veio pobre, viveu pobre e morreu ainda mais pobre, porque deu tudo, não dando coisas, porque não tinha, mas dando a vida até o sangue.
O livro de cabeceira de todos os políticos deveria, pois, ser o Novo Testamento, ou melhor, toda a Bíblia, uma vez que nela encontramos normas para a economia, para a política, para as relações com os outros, enfim, para todas as coisas. Quem a segue diminui a criminalidade, anula a fome, a desigualdade e acolhe todos, porque todos são irmãos que devem ser amados.
É tempo de mudar a universidade que forma os políticos, é tempo de deixar de lado a diplomacia, que tenta enganar, e viver a política do encontro, do diálogo, do amor e da vida. Cristo Rei é o modelo para que todos sejamos reis e servos. Quem vive como Jesus é feliz e faz
felizes os outros.
O rei era um símbolo religioso e político
É simplesmente triste e deprimente acompanhar as campanhas eleitorais do mundo inteiro, é uma baixaria, com tantas insinuações sobre a vida dos candidatos. Uma família honesta nunca deveria ficar diante da TV para escutar as bobagens dos que prometem e não cumprem. O que dá força a tudo isso é a esperança do dinheiro.
Normalmente, não sei se você notou, os candidatos entram pobres na política e, quando saem dela, saem ricos. Deve existir um “segredo escondido a sete chaves” que todos sabem… É claro que também no tempo de Davi existiam coisas assim, mas se davam em menor quantidade.
O rei era um símbolo religioso e político, era ungido como tal pelos sacerdotes. O ponto de desencontro era o profeta que normalmente gritava sempre com tons diferentes. Hoje devemos recuperar a sacralidade da política como dom de Deus, serviço ao povo, e capacidade de não fazer alianças que prejudiquem o povo de Deus.
Três características do Senhor Jesus
Ao lermos as cartas do apóstolo Paulo, nunca devemos esquecer que ele é um enamorado de Jesus. Sabe que não pode viver sem anunciá-Lo com todos os meios que tem à sua disposição, e não pode esquecer as palavras que escutou no caminho de Damasco, quando ele mesmo perguntou “quem es tu?” ao que a voz respondeu “sou aquele Jesus que tu persegues”.
Neste trecho da Carta aos Colossenses, Paulo não faz outra coisa a não ser apresentar o Senhor Jesus, dom supremo do amor do Pai, mostrando três características Suas.
A primeira é de que Jesus nos tem libertado da escravidão do pecado com Sua morte e Ressurreição; por meio de Cristo, temos recebido a Salvação e a Redenção.
A segunda é de que Jesus é a imagem do Deus invisível, imagem de toda a perfeição e de todas as coisas. Diante Dele todos se ajoelham no Céu e na Terra. É o Senhor, o Rei de todos, não para dominar, mas para libertar e dar a verdadeira liberdade.
E a terceira é que Jesus é a Cabeça visível do corpo, que é a Igreja, e Nele habita toda perfeição. É belo, na festa do Cristo Rei, colocar em evidência estas qualidades de Jesus.
A mais bela profissão de fé
Jesus é o rei que dá vida, o rei que veio para servir, o rei que não julga, mas que salva e abre para nós as portas do Paraíso. Mas quando o ser humano se reconhece como rei e quer sê-lo e tudo dominar não é possível que reconheça Jesus como rei da sua vida.
O ladrão, do alto da cruz, faz a mais bela profissão de fé, reconhecendo Jesus como rei que fez tudo bem, e O reconhece também como fonte do perdão e da misericórdia e, por isso, sabe que será salvo.
Não há diálogo mais belo entre Jesus e um pecador que este. Devemos meditá-lo com calma e conservá-lo sempre em nosso coração. “‘Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado’. Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso’”.
“Amemos, portanto, o nosso Dileto, mas com amor calmo e profundo! Permaneçamos em recolhimento ao lado Daquele que é (Esd 3,14), junto ao Imutável cuja luz sempre resplende sobre nós. Nós somos aqueles que não são. Vamos até ele, que quer que sejamos todas suas e que nos envolve por toda parte, de maneira que já não somos mais nós que vivemos, mas sim ele (cf. Gl 2,20).” (Santa Elisabeth da Trindade)