O mercado se prepara com promoções, lançamentos, novidades em brinquedos, roupas, eletrônicos, blackfriday, gerentes que ficam malucos, consumidores que fazem economias, ou dívidas! Ufa! Dentro de você não tem algo que acelera como se estivéssemos em uma maratona? Parecemos realmente correr, só não tenho certeza de que sabemos para onde.
Consigo imaginar a cena, os magos entrando no castelo de Herodes com o que tinham de melhor, talvez economias de um ano inteiro, à procura do Rei. Vindos da Pérsia, da Babilônia ou da Arábia do Sul, não se sabe ao certo, chegaram em Jerusalém guiados por uma estrela. Só queriam adorar e homenagear o recém-nascido.
Nós também queremos homenagear o menino que vai nascer. Com a melhor intenção do nosso coração, preparamos o melhor que temos em nossa casa, em nossa dispensa e em nosso guarda roupa. Assim como os magos, não estamos errados em fazê-lo. O que acontece conosco, assim como com eles, é o que provavelmente tenhamos entrado no castelo errado.
“Caçada ao menino Rei”
E o príncipe desse mundo, querendo ser adorado tal qual, na verdade, mais que o verdadeiro príncipe, anunciou uma “Caçada ao menino Rei” e tenta fortemente seduzir até aqueles que verdadeiramente O procuram, para que ajudem também a matá-lo (por vezes, sem nem que percebam).
Nós, cristãos, temos duas opções. Igual aos reis magos, podemos, tendo encontrado e reconhecido o rei que é falso, e também tendo descoberto a alegria e a paz do Rei verdadeiro, seguir o nosso caminho, contrário ao que Herodes tinha pedido. Ou, mesmo tendo visto com seus próprios olhos quem de fato cumpria a profecia, voltar a adorar o que não é digno de ser adorado.
2019 foi um ano louco, todos dizem e eu concordo! Ocasião perfeita para nós, que guiados pela estrela, desejamos presentear o Cristo que nasce. Quantas oportunidades tivemos de nos tornar homens novos. E, nesse ano de tantos desafios, tivemos chances de ganhar diversos presentes para ofertar.
Talvez, não tenhamos mirra, incesso e muito menos ouro (não está fácil pra ninguém, né?). Não sendo uma caixa decorada, cheia de compras, que seja um coração abastecido de novas virtudes adquiridas. E mais do que desejar ganhar os pacotes de debaixo da árvore, almejar ser todo em si uma forma de agradar o verdadeiro anfitrião da festa.
Maria, José e o silêncio
Imaginemos agora Maria, José e o silêncio em volta da manjedoura preenchida. A estrela acabou de parar sobre este local. Chegamos! Homenageemos aquele que adoramos com o que de mais verdadeiro tivermos trazido. E o que daremos a ele nessa chegada? O que daremos ao menino ao encontrá-lo? Mais importante que o embrulho bem enlaçado, o caminho percorrido.
Quando a estrela sumir, seguiremos seus passos. Quando não soubermos por onde ir, nos guiará seu silêncio. Quando não parecer suficiente, a graça dele bastará. E ao chegarmos, entregaremos o que nosso coração ganhar (dele mesmo) pelo caminho. Continuemos, pois, a caminhar. Está quase lá.
Adriane Sousa