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São Sebastião: um verdadeiro soldado de Cristo

Coragem, renúncia e disposição. Conheça a história de um homem que encarnou essas três palavras com a própria vida.

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Foto: Unsplash

Hoje, 20 de janeiro, a Igreja celebra a festa de São Sebastião. Mas, afinal, quem foi este homem, tão venerado em nosso país e no mundo inteiro? O quê se pode aprender com esse amigo no Céu?

Um jovem cheio de coragem

Sebastião nasceu em Narbona, cidade francesa, no ano de 256 depois de Cristo. Ainda criança, mudou-se para a Itália e foi morar com a sua família em Milão.

O seu pai era militar, e o jovem garoto optou por seguir a mesma carreira, alistando-se ao exército romano. O seu diferencial era um profundo desejo missionário: Sebastião sentia em seu coração uma árdua vontade de defender os cristãos e tinha grande compaixão por aqueles que eram presos ou perseguidos injustamente por defenderem a fé.

Empenhado e fiel, logo foi reconhecido pelo imperador da época, Maximiano. Chegou a ocupar um cargo ilustre no exército, por ser muito correto em tudo o que fazia e um excelente soldado.

Uma personalidade madura

A sua fidelidade a Cristo mesmo em meio à uma realidade sangrenta de constantes batalhas era o seu grande diferencial. Sebastião não recuava diante do medo para defender o que acreditava. Como homem de coragem, se colocou à disposição para servir com dignidade e fé.

Aconteceu que, certo dia, o imperador romano Maximiano, resolveu retirar de seu exército os soldados cristãos, expulsando-os de maneira severa. Sebastião, por ser filho de militar, precisava permanecer alistado e servindo, por obrigação, mas foi tido como traidor e pediram que ele renunciasse a sua fé a Jesus Cristo.

Fiel até o fim, ele não negou Jesus, por isso a sua morte foi ordenada, como motivo de humilhação pública. A sua condenação era um sinal para que os outros militares que ainda professavam a mesma fé soubessem o que poderia acontecer com eles caso continuassem se afirmando cristãos em meio ao exército romano.

A justiça de Deus

A sua primeira tentativa de execução aconteceu em público, de maneira crua e dolorosa, com flechas atiradas por vários arqueiros, a mando do imperador. Sebastião foi amarrado em um poste e sangrou até desfalecer, sem roupas e muito ferido. A sua imagem mais conhecida até hoje, representada em estatuetas e ícones, é com uma flecha no abdômen, amarrado em árvore e com poucas vestes.

Mesmo bastante machucado, Sebastião não morreu, como os soldados romanos e o próprio Maximiano pensavam que havia acontecido. Ainda no mesmo dia, outros cristãos perceberam que ela havia sobrevivido, apesar dos muitos ferimentos.

Sebastião foi socorrido, tratado, e voltou a evangelizar com toda a ousadia. Por ser muito honesto, chegou a se apresentar novamente para o imperador Maximiano, que assim soube da sua sobrevivência.

Uma santa ousadia. Um martírio escondido.

São Sebastião fazia apelos ao Chefe de Estado, pedindo insistentemente que ele parasse de perseguir os cristãos daquele tempo. Com muita raiva, mais uma vez, o imperador pediu que açoitassem Sebastião até a sua morte, mas que dessa vez jogassem os seus restos mortais em um bueiro de Roma, para que nenhum outro cristão soubesse do seu falecimento. Assim, supostamente,  ele não seria venerado por outros cristãos.

Assim Sebastião morreu.

Primeiros milagres

Pouco tempo depois da sua morte, ele apareceu para uma cristã, avisando que buscasse o seu corpo, que seria encontrado em um poço.

Na aparição, o santo pediu para a mulher que os seus restos fossem sepultados juntamente com o dos apóstolos, mártires, seguidores de Cristo.

Nos primeiros séculos que sucederam a sua execução, os seus restos mortais permaneceram em um lugar que hoje é conhecido como “Basilica di San Sebastiano fuori le mura” (Basílica de São Sebastião fora dos muros de Roma), hoje uma Igreja muito visitada pelos peregrinos. Mas devido a um risco de perseguições e assaltos, no ano de 826 depois de Cristo, o seu corpo foi transferido para a Basílica de São Pedro, onde se encontra até hoje.

Uma inspiração atemporal

São Sebastião é hoje, para nós, exemplo de fidelidade a Cristo, mesmo em meio às adversidades da vida. Ele atendeu ao chamado da missão que lhe foi confiada com prontidão: ser soldado de Jesus em meio aos que serviam ao exército dos homens.

Ele deixou um legado que hoje reverbera no mundo inteiro. Morreu pela causa certa, mas acima de tudo, mostrou que o serviço é uma ponte para anunciar a Cristo. A sua trajetória nos mostra que para seguir à pessoa de Jesus e tornar o Seu Nome conhecido, é preciso ter a coragem de sair das nossas comodidades e se colocar à disposição, seja aonde for.

Esteja atento ao contexto que lhe chama a ser santo

O passo de fé do jovem Sebastião foi se alistar ao exército romano, porque ele sabia que ali, onde não havia Amor, ele ia anunciá-Lo com a vida, se fosse necessário. Nas estradas acidentadas da Itália, ele decidiu ser sal e luz em meio às trevas e à desolação. Consolou os corações dos presos e levou Jesus às estradas do mundo.

Que hoje, esse amigo no Céu possa ser para nós um exemplo de missionariedade, de decisão por Deus, de coragem, renúncia e disposição por Jesus.

Que Cristo nos dê a graça da fidelidade, para anunciarmos o seu nome até o fim. São Sebastião, rogai por nós! E ajuda-nos a ter um coração valente de Amor!


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