Formação

Estudo Bíblico: O Senhor é discreto, caminha ao nosso lado e podemos não perceber

A frustração que os discípulos de Emaús traziam dentro de si, fazia com que eles estivessem presos em um círculo vicioso, o do desapontamento, da frustração, da tristeza, da aparente perda definitiva do mestre e Senhor.

comshalom

Estudo bíblico 15/04/2020 – 4ª-feira na Oitava da Páscoa
 
1ª Leitura – At 3,1-10 | Salmo – Sl 104, 1-2. 3-4. 6-7. 8-9 (R. 3b) | Evangelho – Lc 24,13-35

 

Cristo Ressuscitou, aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, aleluia!

Oração

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. Espírito de Deus, nós suplicamos a Tua presença para que em tudo escutemos as palavras de Cristo e nos conformemos a ela. Sobretudo nesse tempo Pascal, que a graça de Cristo nos penetre e nos transforme. Amém.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,13-35

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: ‘O que ides conversando pelo caminho?’ Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?’ Ele perguntou: ‘O que foi?’ Os discípulos responderam: ‘O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.’ Então Jesus lhes disse: ‘Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?’ E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: ‘Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!’ Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: ‘Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?’ Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’ Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Palavra da Salvação.

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“Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido”. Quais acontecimentos? Os referentes à Paixão de Cristo, que é o que vem no capítulo 23. Nós estamos nesse dia da Ressureição ainda. Neste dia da Ressurreição eles ainda estão discutindo sobre o que aconteceu na sexta-feira.

Então, nós temos esse belíssimo testemunho do dia da Ressurreição. É interessante que temos até o nome de um desses que caminhava, Cléofas. O outro não é dito. Alguns pensam, e não é, vamos dizer assim, fruto de muita fantasia pensar isso! Pensam que Cléofas, ele mesmo, tenha retratado para Lucas o ocorrido, de modo que o seu nome ficou marcado dentro do Evangelho.

Ou seja, nós temos incluído o nome, a cidade para onde ele ia, que era a cidade de onde ele era originário, com boa probabilidade, e isso nos faz ligar a esse personagem, mas o personagem principal no qual queremos falar é Jesus.  É Dele que estes dois homens, no dia da Ressurreição, estão falando.

Eles viajam para uma cidade chamada Emaús, a 60 estádios de Jerusalém. Alguns manuscritos colocam 160 estádios. Um estádio corresponde a cerca de 185m. Nós teríamos em 60 estádios cerca de 11 km. Se fossem 160 estádios nós teríamos quase o triplo desse percurso, cerca de 22 km. Atendo-se aos 60 estádios temos então uma caminhada de 11 km. Nessa caminhada Jesus está com eles, e Jesus já logo entra na conversa.

É bem interessante algo que percebemos nas Sagradas Escrituras! Eles estavam conversando entre si. Eles estavam dialogando. Jesus se aproxima, pôs-se a caminhar cm eles. Jesus, a um dado momento, de uma maneira discreta, se coloca dentro daquele diálogo, tamanho é o sofrimento daqueles homens, cujo rosto vai ser descrito como sombrio.

Sabemos que nas Sagradas Escrituras o rosto feliz indica um rosto luminoso, tanto que a benção de Aarão pede justamente que o rosto de Deus se ilumine para os homens, ou seja, seja um rosto feliz, um rosto de benevolência.

Esses homens, pela dor que estão vivendo, eles têm o rosto triste e sombrio. Jesus discretamente se coloca a caminhar com eles. A dor era tamanha, e o entreter-se nesse tema da Paixão e da decepção que eles viveram, e como vamos ver mais a frente: “Esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas já e o terceiro dia”, ou seja, a esperança foi frustrada.

Então, a frustração que eles traziam dentro de si fazia com que eles estivessem presos em um círculo vicioso, o círculo vicioso do desapontamento, da frustração, da tristeza, da perda sim do mestre e do Senhor, que os acompanhou até poucos dias atrás, e morreu de uma forma tão trágica.

E aí Jesus, caminhando com eles, lhes faz uma pergunta. O evangelista diz que os seus olhos estavam impedidos de reconhecê-lo, não conseguiam reconhecê-lo, e João, o evangelista, também traz essa noção da dificuldade de alguns em reconhecer Jesus.

A dificuldade vem justamente de vários fatores, e poderíamos falar do corpo glorioso, mas poderíamos falar também da falta de fé, que é um fator determinante para enxergar Jesus.

Querem encontrá-lo morto, como Maria, para quem os anjos dizem: “Não está aqui. Não está morto”[1], ou seja, para eles é difícil, e é bem compreensível, compreender a nova realidade de Cristo.    

“Ele lhes disse”. Então, Jesus que começa a caminhar com eles, lhes faz uma pergunta, e a pergunta num campo bíblico muitas e muitas vezes indica justamente Deus que quer entrar em diálogo com o homem. Os dois estavam em diálogo, mas num diálogo distorcido, que não contemplava toda a realidade.

Sim, estão falando sobre fatos dolorosos, certamente. Eles não estão mentindo quando estão discutindo sobre isso, mas o fato é que há um a mais. Eles não conseguem enxergar o todo, e Jesus vem justamente para que esse diálogo seja profundo, para que a verdade seja apresentada.

“Então Jesus perguntou: ‘O que ides conversando pelo caminho?’ Eles pararam”. Eles estão num momento de dor tão profunda que ao escutar que alguém não sabe do que aconteceu, eles chegam a parar para falar. Eles param e o rosto está sombrio de tristeza, lhes falta a luz.

“Um deles, chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?’”. 

Ou seja, o fato ficou tão conhecido, porque Jesus era conhecido, e a morte de uma pessoa tão conhecida, tanto pelo povo como pelos chefes das nações, os chefes religiosos, não pode passar despercebida. “Você é o único que não sabe de nada disso?”.

Jesus quer continuar a escutar. “Ele perguntou: ‘O que foi?’”, ou seja, quer dizer: “Fala-me mais sobre o que incomoda. O que faz com que o rosto de vocês esteja sombrio?”. E eles continuam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo”.

Essas palavras vão estar também na pregação apostólica[2]. Jesus como profeta poderoso em obras e em palavras, diante de Deus e diante do povo! Isso quer dizer que as palavras e as obras realizadas por Jesus Cristo eram reconhecidas como vindas de Deus.

Deus atesta este profeta, vamos dizer assim, Jesus Cristo, este homem de Deus, mas o povo atesta também. Há um consenso de que Ele vem de Deus, e de que Ele fala as palavras de Deus, um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo.

E aqui entra o desapontamento: “Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel”.

A espera messiânica desses homens, a espera pelo Messias que viria realizar uma salvação nacional, uma libertação nacional – que era uma das formas fortes do Messianismo, ou seja, o Senhor que vem libertar Israel dos estrangeiros, daqueles que querem se apoderar de Israel-, fazendo de Israel realmente livre, a libertação que é também política.

“Nós esperávamos que ele viesse libertar Israel, como anunciaram os profetas, como fora anunciado”, ou seja, dentro das palavras deles nós entendemos que eles colhem aquilo que fora dito sobre o Messias, veem o que Jesus realizou em vida, e sim as informações estavam batendo, mas quando se trata da morte de Cristo parece que as informações não batem, parece que não mais se pode perceber o Messias com os traços da Paixão. 

“Nós esperávamos que ele viesse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!”. Faz três dias.

O terceiro dia é fundamental para a fé hebraica, como um dia de manifestação, e isso vemos em várias passagens do Antigo Testamento, mas vemos, sobretudo, no Novo Testamento, que é dia da manifestação divina, que é Ressurreição.

Porém, há outro elemento hebraico que vemos numa tradição posterior a Jesus, mas se crê que na época de Jesus também estava presente.

Essa tradição vai do II século D.C., e que os judeus pensavam que o corpo morto, até o terceiro dia, é como se a alma ainda estivesse ali, não tivesse descido ao xeol, tivesse por perto do corpo.

As razões disso, não temos como aprofundar agora. Não tem nada a ver com espiritismo, nada disso! Acreditava-se que existia algum aspecto de vida perto do corpo ainda, mas no quarto dia, com a putrefação, a alma certamente já havia abandonado o corpo completamente, de modo que agora se pode perceber e atestar somente o mau cheiro.

Por isso eles dizem: “Já é o terceiro dia que tudo isso aconteceu”, ou seja, a nossa esperança se foi. É interessante nós observarmos tudo isso dentro da ótica da expectativa dos discípulos, e nós vamos falar um pouco mais disso daqui a pouco.

“É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo”.

Ou seja, essas mulheres nos assustaram, porque disseram que está vivo, mas, dizem eles: “Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.’”.

Porque o susto?

Primeiro, é uma profunda alegria a Ressurreição, esse anúncio da Ressurreição, porém, ninguém viu. É certo que viram os anjos, mas os outros, os homens que foram, e aqui incluídos os discípulos, porque que os discípulos também não viram os anjos?

Então, tudo permanece suspenso.

Não se pode acreditar que Jesus tenha Ressuscitado, que os anjos tenham dito às mulheres e não tenham dito aos discípulos, ou que Jesus não tenha se manifestado aos discípulos. E assim, deste modo, eles estão ali em meio aquele susto, mas uma profunda decepção volta a tomar conta deles.

É então que Jesus começa a falar: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!”.

Insensatos e lentos de coração.

A Sagrada Escritura reserva ao coração o papel de intelecto. É no coração que se compreende as Sagradas Escrituras.

Por isso, a Virgem Maria guardava todas as coisas no coração. Não é um guardar afetivo. Não é que falte o afeto, mas é, sobretudo, um guardar os elementos, organizar os elementos no coração, como faz a mente. Então, o judeu reserva ao coração essa sede da inteligência.  “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!”.

“Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?”. Eis mais uma pergunta, mas dessa vez não são os discípulos que devem responder, mas o próprio Cristo:

“E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele”.

Vejamos bem alguns elementos! Eles estão decepcionados com o Messianismo, com este Messias, com o Messianismo que eles traziam. Era um Messianismo de libertação nacional, com característica política também, que não se realizou em Jesus Cristo.

Os romanos continuam a dominar sobre os judeus, sobre a terra de Israel. Mas é também um Messianismo feito a própria imagem e a própria semelhança. São as expectativas deles no Messias que estão frustradas.

Nosso Senhor veio realizar não conforme o sentimento e a interpretação pessoal de cada um, mas o Senhor vai para o dado objetivo, “sois lentos para compreender”, e explica o que Moisés e os profetas, e em toda a Escritura, se refere a Ele.

Não o messianismo feito a própria imagem e semelhança de cada pessoa, mas feito a partir da palavra de Deus, a palavra de Deus que é verdade, que vem anunciar a verdade, e sim, superar as frustrações que nesse caso são benditas, porque aquilo que se constrói com as próprias mãos a nível de expectativa de Deus é melhor que seja frustrado, para que o verdadeiro edifício da fé se erga, construído por Deus, com fundamentos sólidos.

É deste modo que o Senhor explica o que diz respeito a Ele em toda a Sagrada Escritura, e é interessante! A começar por Moisés. Moisés refere-se ao Pentateuco, os cinco primeiros livros da bíblia.

“E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele”. Aqui nós temos uma riqueza de compreensão exegética. Como diz um grande autor dominicano francês, Marie-Joseph Lagrange, que é fundador da Escola Bíblica de Jerusalém, ele diz que Cristo é o sensus plenior, o sentido pleno das Sagradas escrituras.

Por isso toda a Sagrada Escritura se remete a Cristo, ao mistério de Cristo.

Ele explica a partir de Moisés, percorrendo os profetas – porque os profetas começam para o povo hebraico justamente com Josué, ou seja, exatamente depois dos cinco livros de Moisés, do Pentateuco-, percorrendo os profetas e toda a Sagrada Escritura, tudo o que se refere a Ele, porque toda a Sagrada Escritura se refere a Jesus Cristo.

“Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: ‘Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!’ Jesus entrou para ficar com eles”, diante deste pedido.

“Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: ‘Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?’’.

Olha só que coisa interessante! O Senhor falava no caminho e o coração deles ardia. É comum essa experiência em que a Sagrada Escritura é anunciada, a compreensão vai acontecendo e o coração vai ardendo, justamente esse coração lento, como diz o Senhor Jesus, este coração lento para compreender.

Vai entendendo e vai ardendo, e vai desejando encontrar profundamente Jesus. E aqui nós temos o sinal Eucarístico. Jesus dá a benção e parte o pão, e dá aos dois discípulos.

Nós podemos ter dificuldade de compreender a Ressurreição de Jesus neste tempo que vivemos, com as dores que vivemos, e podemos viver como esses dois discípulos, fechados em nossa dor, ou na dor da humanidade, que não deixa de ser um fechamento caso nela não penetre a graça de Deus.

Mesmo que eu pense na dor de todos os homens deste mundo, se ali não coloco o sofrimento de Cristo que veio redimir, este é um pensamento fechado e vicioso, que não vai me permitir brilhar no meu rosto a luz de Cristo, vou permanecer com um olhar sombrio, e a Ressurreição não vai tocar o meu coração, como não tocou a vida deles, senão quando Jesus entrou no caminho, e o Senhor é discreto, caminha ao nosso lado e podemos não perceber!

Temos de nos aproximar das Sagradas Escrituras, lê-la em sintonia e harmonia com a Igreja, e nos aproximar do corpo de Cristo que é partido para nós.

Este é o modo com o qual aquelas expectativas que podemos ter do Messias, de Jesus Cristo, e de Deus, elas vão ser frustradas, e já estão muitas vezes frustradas, e bendito seja Deus!

Para que seja construído na verdade uma experiência real com o Senhor Jesus, a experiência que é a experiência da Igreja, por meio da palavra e da Eucaristia, a experiência que é a experiência dos Padres da Igreja, dos doutores da igreja, dos santos de todos os séculos. Esta é a experiência com Cristo que transforma as nossas vidas.

“Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém”, percorrendo novamente o caminho que havia sido percorrido anteriormente, mas eu tenho certeza: o percorreram muito mais rápido e com o rosto brilhando!

A Sagrada Escritura não diz, mas é próprio do encontro com Deus. Percorreram de volta com desejo de dizer aos discípulos, e é isso o que acontece! Percorreram mais rápido e o rosto não estava mais sombrio, isso é certo!

“Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’ Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão”.

Anunciaram a verdade da Ressurreição! Escutemos essas palavras e que elas penetrem no nosso coração. É verdade!

O Senhor Ressuscitou e apareceu a Simão, chefe da Igreja! É muito interessante essa menção da aparição a Simão, que São Paulo também vai narrar em 1 Coríntios 15, como São Paulo vai narrar outras aparições que não estão nos Evangelhos, ou seja, o Ressuscitado fez muito mais coisas do quê o que está descrito, se manifestou a muito mais pessoas do que está escrito em cada um dos Evangelhos.

Mas é interessante! Apareceu a Simão, aquele que tem por missão confirmar na fé os irmãos.

Apareceu a Simão para que a fé na Ressurreição tenha por primeiro proclamador o chefe da Igreja, o Papa, o primeiro Papa, aquele que entrega a sua vida por amor a Cristo e funda-se a Igreja. Sobre esta pedra Cristo funda a Igreja, a Igreja Apostólica.

Por isso, a fração o do pão que só há realmente quando tem sucessão apostólica, e isso nós constatamos logicamente dentro da Igreja Católica e daquelas que são Igrejas também, mesmo que orientais.

A fração do pão, o corpo de Cristo, a palavra Dele, palavra de verdade, vem nos fazer encontrar o verdadeiro Senhor, aquele que Ressuscitou, para além das nossas tristezas, para além da tua tristeza, para além da tua angústia. Ele Ressuscitou!

Permita que este viajante caminhe ao teu lado, te explique as Escrituras, e ao partir o pão, que você aproximando-se desse pão de vida, reconheça que Ele realmente Ressuscitou, aleluia!

Um grande abraço! E que o Senhor nos acompanhe nesse itinerário Pascal!

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[1] João 20,11-18.
[2] Atos 7, 22.

Elton Alves | Missionário da Comunidade Católica Shalom na Alemanha


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