“Eram um só coração e uma só alma… tudo entre eles era comum e não havia entre eles nenhum necessitado.” (Atos 4, 32-34) –, ideal de vida de todo cristão, testado e comprovado pelos santos. Quase um sonho para a desorientada sociedade de hoje. Regras de felicidade e plenitude de todo homem. “Ah se soubesses quem pode dar-te a paz” (Luc 19, 42), disse o Nosso Senhor Jesus Cristo ao povo de Jerusalém que não reconheceu Quem o visitava.
Se olharmos com cuidado, encontraremos necessitados nas nossas próprias casas. Se não de dinheiro, do nosso amor, da nossa paciência, do nosso tempo. E o tempo é cruel! Sabemos que não volta. Só temos o hoje para amar. (Santa Teresinha do menino Jesus)!
A unidade vivida pelos primeiros cristãos era levada a sério, sobretudo na vivência do mandamento do amor: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.” (Jo 13,35; 15,17), pois o amor é a maior evangelização: Olha como eles se amam – diziam os encantados pagãos ao verem como os cristãos se tratavam “e o Senhor cada dia lhes ajuntava outros…”(Atos 2, 47b).
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Cuidamos dos nossos planejamentos, das nossas ações evangelizadoras e dos meios para atingi-las, e isto tudo é bom, mas e do amor, que é o fermento que faz crescer a massa? Que é a melhor parte? É possível esquecermos-nos dele? Não. É impossível. O amor é livre, simplesmente vai, se doa, ninguém pode detê-lo, ninguém precisa pedir para que se apresente, tem sede da felicidade do outro (quem Deus coloca ao nosso lado).
Se estivermos convencidos de que a unidade traz vida e vida em abundância, que é um riquíssimo dom do Espírito Santo, e por isso precisamos pedir e pedir frequentemente; se soubermos que podemos fazer muitos planos, mas é o Senhor quem coloca em nós o querer e o executar (Fil 2, 13), vamos viver como os primeiros cristãos e sermos testemunhas para o mundo.
Peçamos a Deus que faça crescer em nós o desejo pela unidade na família, na comunidade que pertencemos e em toda a Igreja. Invistamos tempo em suplicar aos céus este maravilhoso dom, porque Ele prometeu dar a quem insiste em pedir, prometeu abrir a quem insiste em bater (Mat 7, 7-8). A perseverança tudo alcança! Unamos as nossas súplicas com as de Cristo:
“Pai Santo guarda-os em Teu nome, que Me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como Nós somos um” (Jo 17, 11b).
Que o Espírito Santo ilumine os nossos passos e Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa mãe, interceda para que vivamos a perfeita unidade, que é o desejo do Seu Filho para nós.
Andrea Sperandio | Consagrada na Comunidade de Aliança Shalom
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