O Dia da Saudade é 30 de janeiro. Contudo, não lidamos com esse sentimento uma vez ao ano. Ele está presente na nossa vida e na nossa rotina muito mais do que imaginamos. Tem gente que tem saudade de momentos passados, de pessoas queridas, de lugares marcantes. Seja qual for, cada um de nós traz no peito uma saudade.
Não pretendo fazer um estudo aprofundado da palavra e nem muito menos da filosofia que o termo carrega. Quero, a partir de algumas experiências, arriscar dizer algo sobre a “senhora saudade”, que não tem hora para bater na nossa porta.
A saudade é como a fome
Para começar, vou tentar descrevê-la. A autora Clarice Lispector pode ajudar nessa empreitada, pois, para ela, a saudade é como uma fome que só passa quando o alimento da presença é consumido.
Saudade é um pouco como fome
Só passa quando se come a presença
Mas, às vezes, a saudade é tão profunda que a presença é pouco
Quer-se absorver a outra pessoa toda
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira
É um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
Não sei se consegui me fazer entender, mas vamos caminhando para não perder o ritmo do que quero dizer. Agora, vale falar da saudade dos momentos, aqueles que ficaram no passado e que, vez por outra, voltam e mexem com a gente como em um avião turbulento.
Quando ficamos presos a esses acontecimentos de outrora, parece que não conseguimos avançar na nossa própria história. É muito bom olhar para trás e louvar a Deus por tudo o que nos aconteceu, contudo paralisar nossos olhos nas cenas passadas não nos permite ficar atentos àquelas que ainda estão sendo gravadas. A dica é seguir em frente, sem medos e apegos.
A saudade das pessoas e dos lugares
Sobre a saudade das pessoas queridas, posso dizer com certeza que esse tema não é fácil. Porém, se levarmos em consideração a realidade da ressurreição, uma nova esperança brotará em nossa coração. Isso porque, na alegria do céu, todos juntos estaremos em louvor e adoração. Todos unidos a Deus em um só coração.
Há lugares que conhecemos e que queremos para sempre neles morar. Vivemos nesses locais experiências tão bacanas que para a nossa casa não desejamos mais voltar. Contudo, não é bem assim. Precisamos nos deixar guiar pela Divina Providência. Deus sabe o que é melhor para nós. Se assim Ele quiser, um dia regressaremos à terra que conquistou nosso coração.
Por fim, de todas as saudades, acredito que a mais grave é a da oração. Não podemos ficar muito tempo sem ela, pois, como disse Clarice, nossa fome só vai aumentar. Necessitamos da presença do Amado, só nEle e com Ele estaremos verdadeiramente saciados. E vale lembrar que essa saudade é mais fácil de matar: basta voltar, recomeçar!