Nesse dia de 3 de Maio, a Igreja anima seus fiéis, a lembrarem-se, com amor e louvor a Deus, de duas grandes testemunhas de fé. Tratam-se de São Filipe e São Tiago.
O primeiro, São Filipe, nasceu em Betsaida, e o Evangelho de João apresenta dados interessantes de seu belo testemunho de fé e amor a Deus. Jesus passou, chamou-o para o discipulado e ele disse um sim generoso, cheio de amor e vida, leia: “Disse-lhe Filipe: ‘Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta’. Respondeu Jesus: ‘Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai?’” (Jo 14,20).
Como podemos ver, essa santa curiosidade de Filipe contribuiu para que Jesus desse mais uma pista na didática salvadora de Deus, ou seja, revelou sua identidade Una e Trina: Pai, Filho e Espirito Santo. Essa alma esposa do Senhor presenciou, entre outras coisas, o acontecimento da multiplicação dos pães, após interrogar Jesus sobre como fariam para alimentar aquela multidão (cf. Jo 14,8).
Filipe também fazia parte daquele grupo que, junto da Mãe de Jesus, recebeu a efusão do Espirito Santo, na manhã de Pentecostes (cf. Jo 20,19-23). Segundo São Clemente de Alexandria, ele foi martirizado assim como Jesus, ou seja, crucificado. Há relatos de que ele se sentia honrado por ofertar sua vida, como o seu Mestre.
O Segundo, São Tiago, é outro fiel seguidor de Jesus. Nasceu em Caná, filho de Alfeu e parente de Jesus. Esteve também presente nos principais milagres realizado por seu Mestre. Nos Atos dos Apóstolos, encontramos alguns relatos de que tenha sido ele o primeiro bispo de Jerusalém. Ele ainda recebeu mais de uma visita do Apostolo Paulo e foi reconhecido como uma das principais referências da Igreja, ao lado de outros grandes nomes, como São Pedro e São João.
Uma das cartas do Novo Testamento é atribuída a ele. Nela, ele ensina um princípio que derruba muitas teses, que depois Lutero tentou defender. Entre elas, o sola gratia. Segundo essa heresia, a salvação vem por graça divina, um “favor imerecido” apenas, e não como algo acolhido livremente pelo homem pecador.
A salvação é um dom, será sempre um dom, porém, como todo presente, faz-se necessária uma condição de base, que o presenteado acolha livremente o presente. Caso contrário, não seria um presente, mas algo imposto. Segundo São Tiago, “a fé sem obras é uma fé morta”, e que é preciso deixar que o Espírito Santo governe a nossa vida (cf. Tg 2,14-24.26). O Espirito Santo conquista, atrai e apaixona o coração do homem, para que, seduzido, acolha esse amor, obedecendo aos mandamentos.
Segundo alguns relatos históricos, essa alma esposa foi martirizada por volta do ano 62. Seu exemplo mostra que o martírio não está centrado no sofrimento, mas no amor a Jesus Cristo que supera tudo o que podemos encontrar nessa vida. Que essas duas almas esposas do Senhor intercedam por nós.
São Filipe e São Tiago, rogai por nós.