Formação

Por que Maria é Mãe da Igreja?

Na primeira segunda-feira após Pentecostes, a Igreja celebra a memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, um título que tem raízes profundas, e que foi inserido no Calendário Litúrgico em 2018, por desejo do Papa Francisco.

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“Maria é mãe da Igreja, sim, senhor!” Essa foi uma resposta que ouvi, de um sacerdote, num diálogo amigável, mas sério com um cristão, de outra denominação. Entre outras coisas, o padre dizia que esse título (Mater Ecclesiae) foi oficialmente dado à Virgem Maria durante o Concílio Vaticano II pelo Papa Paulo VI.

Nessa matéria, convido você a vir comigo para meditarmos com profundidade, sobre o sentido profundo e teológico desse título bendito da Mãe de Jesus. O primeiro mistério que precisamos contemplar é: A Igreja é o corpo místico de Cristo. Fazem parte desse Corpo místico, a Igreja triunfante, militante e padecente. Não são três igrejas diferentes, mas a mesma e única Igreja em estágios diferentes na pedagogia salvadora de Deus. Vejamos então agora, uma a uma.

Igreja Triunfante

São aqueles fiéis que passaram por este mundo e não tiveram medo de colocar Deus e seu projeto de amor no centro de suas vidas. Projeto esse, revelado em Jesus o Príncipe da paz, nosso Redentor e Salvador. São eles: Os mártires e tantos homens e mulheres, que embora não tenham derramado o próprio sangue, mas colocaram suas vidas, prestígios, fama, reputação, bens, enfim a vida, a serviço de Deus. Esses compartilham pelos méritos de Jesus, da presença e do triunfo de Deus, no céu. Podem como o apóstolo Paulo dizerem: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.”(2Timoteo:4,7-8)

A Igreja Padecente

Essas são as almas que estão no purgatório, se esforçaram, mas não escolheram a Deus de modo satisfatório, não colocaram de modo decidido e sincero a Deus e seu projeto de amor no centro de suas vidas. Assim, pelos méritos de Jesus salvador, estão sendo purificadas no oceano da misericórdia de Deus. Por quanto tempo? Não é possível respondermos a essa pergunta, pois um dia para Deus é como mil anos, e mil anos como um dia. (Cf.2Pedro:3,8-13)

Sobre essa questão, vai dizer São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (cf.Mt 12,31).” Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas, podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, apenas no século futuro, pelos méritos da misericórdia de Deus em Jesus.

Esse espaço existencial da graça e da misericórdia de Deus, a tradição espiritual da Igreja denominou, purgatório. Maria é mãe também dessa Igreja, ali estão seus filhos, sendo lavados pelos méritos de Jesus. Estão recebendo um banho na misericórdia de Deus. Maria é também mãe dessa Igreja, sofre com ela e intercede por ela.

A Igreja Militante

Somos eu e você que lê. Sim, eu e você que ainda estamos nesse mundo, combatendo os bons combates que a providência amorosa de Deus, nos permite enfrentarmos. Aqui não me refiro aqueles sofrimentos causados por erros escolhidos por escolhas pessoais, mas aqueles combates e provações que encontramos por termos colocado Deus e seu evangelho no centro de nossas vidas.

Veja, como o apostolo São Paulo, se mostra como um grande exemplo de alguém que soube combater nessa Igreja:

“Caríssimo, quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa”. (2Tm:4,6-8)

Muitos foram os Cristãos, que poderiam tomarem na íntegra como suas, essas palavras do grande apóstolo Paulo. Tantos que a Igreja até reserva uma celebração específica para eles, a solenidade de todos os santos. Maria assim é mãe de toda a Igreja, por que repito é mãe de Jesus, o Redentor.

Se você se sente filho dessa Mãe bendita, termine sua leitura, fazendo essa oração:

“Maria, Mãe da Igreja, ensine-nos a escutar a Palavra do Senhor, para que, a seu exemplo, sejamos uma comunidade fiel à oração, ao serviço a ao anuncio da Boa Nova. Que a Senhora seja para nossa comunidade a Estrela de Evangelização sempre renovada. Maria, Mãe da Igreja, Rogai por nós. Amém!”

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