Confesso que acho curioso e significativo o fato de que justamente Roma, a capital da Itália, lugar onde historicamente foram lideradas as maiores perseguições e massacres contra os cristãos no mundo antigo, tenha se tornado, depois, a sede mundial de pastoreio e governo da Igreja. Foi ali também que as brutais perseguições e assassinatos de alguns Apóstolos foram promovidos e tantos outros fiéis cristãos dos primeiros séculos igualmente foram martirizados. Entre os frutos das ofertas dessas almas esposas de Deus, um dos mais significativos foi justamente a liberdade de culto.
Essa vitória se deu em 13 de junho de 313. Os governantes de Roma, Constantino I, na época, imperador do Ocidente, e Licínio, imperador do Oriente, concordaram com a liberdade de crença para toda a população do império, incluindo os cristãos. Isso, porém, repito, foram ecos dos testemunhos desses fiéis, mártires de Roma.
Memória agradecida da Igreja
As primeiras perseguições formais contra a Igreja desencadearam-se por ordem do imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma, no ano 64, e continuaram pelo menos até o ano de 67. O imperador espalhou a notícia de que a culpa pelo incidente teria sido dos fiéis, então, as perseguições começaram.
Na ocasião, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos, provocados por torturas de todos os tipos. São Pedro e São Paulo sofreram o martírio nessa época. Esses acontecimentos são testemunhados pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma. A Igreja, assim, formalizou um momento na liturgia, o dia 30 de junho, para fazermos memória da fidelidade dessas almas esposas do Senhor.
Que elas intercedam por nós, que ainda estamos nesse mundo. Que, como elas, não tenhamos medo de colocar Deus e sua vontade no centro de nossas vidas. Que sejamos também nós, por meio da fé, profetas em meio ao clima de hedonismo e relativismo cultural do mundo atual.
Primeiros Mártires de Roma, rogai por nós.
