Meu nome é Terezinha Fernandes. Sou uma irmã com promessas temporárias no Carisma Shalom como Comunidade de Aliança. Sou cearense de Fortaleza, mas atualmente moro na missão de Sobral. Minha história com a providência divina vem desde a infância.
Cresci vendo meus pais devolver o dízimo na paróquia e me ensinaram a sempre dar 10% do que Deus providenciasse. Assim, quando ganhava R$10 para comprar bombom, tirava R$1 para a coleta da missa. Minha mãe também tinha uma especial amizade com São José que foi marcando minha história. No entanto, passada a adolescência, quando comecei a estagiar na época da faculdade, e depois a trabalhar, já não via mais a devolução do dízimo como uma prioridade. Sempre contribuí com a paróquia, mas no final do mês quando “sobrava” depois de pagar as minhas contas.
Minha formação é em jornalismo e comecei a trabalhar em um grande jornal de circulação no Estado na editoria de Economia, em um caderno de finanças. Passei a entrevistar “gurus” da economia que sempre diziam quais os melhores investimentos que renderiam os maiores lucros. Nessa época também, como equipe, começamos a participar de premiações da área de finanças e por muitas vezes fomos a equipe de jornalismo premiada, inclusive com valores em dinheiro.
Comecei a investir esse dinheiro que recebia em fundos de ações, tesouro direto, previdência privada e outros investimentos. Gastava muito tempo do meu dia pesquisando como conseguir os melhores investimentos para o meu dinheiro, aplicando sempre no que renderia melhores lucros. Também fazia cursos rápidos de finanças em corretoras de seguros. Eu pensava que poderia ter uma boa renda extra até os 30 anos, assim como os “gurus” ensinavam ser possível.
Foi então que, por indicação de uma colega de trabalho, aceitei a proposta de uma vaga temporária na revista Shalom Maná, da Comunidade Shalom. Trabalhava na Diaconia, sede do Governo Geral da Comunidade Católica Shalom, pela manhã e durante a tarde e à noite, continuava no meu emprego no jornal. E logo nos primeiros dias, eu me encantei com a providência de Deus na vida dos missionários. Eu ouvia os testemunhos de como Deus cuidava dos irmãos da Comunidade de Vida e de Aliança, a fidelidade do Senhor e eu também queria experimentar essa prodigalidade de Deus.
Comecei a participar de um grupo de oração e a rezar com o Enchei-vos. Em uma das orações, quando eu pedia a Deus para ter a alegria que eu via nos missionários, o Senhor passou a me falar: “Dê a primazia“. Partilhei com a minha pastora e ela me disse que a primazia se dava na vida de oração e na partilha de vida, de dons e bens. Passei a rezar pela manhã, como primeira atividade do meu dia, e a devolver minha comunhão de bens assim que recebia o salário do mês.
No entanto, seguia ainda com minhas aplicações e investimentos. Um dia, enquanto fechava o caderno de Finanças e lia a coluna de um economista conhecido nacionalmente, eu me assustei profundamente com o título: “Como ficar milionário guardando 15% do seu salário”. Imediatamente, o tema me remeteu à comunhão de bens e o Senhor me falou ao coração que o tesouro que eu estava construindo ao dar a primazia era no céu e não na terra onde as traças corroem. Fiquei tão emocionada que fui ao banheiro chorar e, ao voltar para a sala, decidi que não iria mais ficar responsável por aquele caderno. Foi a última coluna daquele autor que eu li. Conversei com meu editor e pedi para ficar em outras áreas porque queria aprender coisas novas. Fui então para o caderno geral de economia e para o empregos. Também desfiz as aplicações com renda variável que me tiravam a paz e deixei em uma renda fixa.
Depois desse entendimento, na reunião de pauta seguinte, Deus me inspirou a sugerir uma matéria até então nunca feita por nós, mostrando o outro lado da economia: os pobres. A presidente da época falava sempre em extinguir do Brasil a extrema pobreza e eu fiz uma matéria mostrando quem eram os extremamente pobres. Deus me suscitou a deixar uma cesta básica em cada casa que chegava com a equipe de reportagem. Depois dessa matéria, fiz uma outra que falava de desigualdade social e mostrava a situação de quem vivia no lixão; do luxo ao lixo. Deus me chamou então para a promoção humana e eu passei a servir no sopão.
No ano seguinte, em oração, Deus me dizia que se eu pulasse, Ele me seguraria. Tomei coragem, fui em missão e vivi a experiência mais fecunda de toda a minha vida de saber que Deus sempre providencia o que precisamos em cada tempo. Ao retornar de missão, voltei para o mesmo trabalho de antes “para dar testemunho” e depois passei a trabalhar na Comunidade. Ingressei na Comunidade. De lá, vim para Sobral com minha família.
Experimentei muitos momentos do cuidado de Deus que nunca deixou faltar nada quando minha mãe adoeceu de câncer, nas ocasiões em que fiquei desempregada ou quando adoeci. O Senhor também suscitou em muitos momentos o “ir além” para ajudar algum irmão em dificuldade e Ele sempre providenciou o necessário. Aos 30, quando eu pretendia ser “milionária”, Deus me consagrou e me mostrou que a pobreza de fato é o abandono nas mãos do Pai da Providência.
Na reciclagem de 2015, o Senhor gritou ao meu coração acerca do abandono. Coloquei para a formação despojar o dinheiro que tinha guardado e, fechado o discernimento, dei uma oferta desse dinheiro para a construção da Igreja do Ressuscitado e, com o restante, o Senhor me deu um presente: o pagamento da entrada do meu apartamento.
Posso testemunhar que na minha vida Deus nunca deixou faltar nada do que fosse necessário para eu caminhar para a santidade. Ele nem sempre me deu o que quis, mas como Pai, vem me ensinando a ser 15% mais pobre para que na mesa do meu irmão não falte o que sobra na minha.
Shalom!
Por Terezinha Fernandes
Comunhão de Bens
Comunhão de Bens é a partilha total de vida dos membros da Comunidade e Obra Shalom, inspirada em Atos dos Apóstolos 2 e 4, que colocavam tudo em comum. Esta partilha é expressa mensalmente na devolução de 10% dos rendimentos para os irmãos de Grupo de Oração e 15% para os membros da Comunidade.
Parte do valor arrecadado dos 10% é destinado para a manutenção dos Centros de Evangelização, sustento da vida missionária e ações evangelizadoras como eventos, seminários, cursos, etc. Parte do valor recebido dos 5% é destinado aos necessitados da Comunidade e aos pobres.
Acesse: comshalom.org/comunhaodebens/
Boa tarde, eu estou a uns meses sem paróquia fixa e tenho dado meu dizimo na paróquia que eu assistir a missa naquela semana. Atualmente estou participando do grupo de oração na sahlon e logo apois o grupo tem a missa dominical… minha pergunta é: é correto ei entregar meu dizimo na comunidade Shalon ou o correto seria eu entregar numa Paróquia mesmo?
Olá! Isso fica a seu critério, se você está engajado na Obra Shalom, pode fazer sua Comunhão de Bens. Já se estiver engajado na paróquia, pode fazer o dízimo.