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Crônicas de um Missionário – Diago Alves | Episódio #1 – A Pequena Via

A Pequena Via. Nesse primeiro episódio da Série segue a história de Diago que conta a relação da missão e Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

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Iniciando o mês dedicado à missão, começamos com uma série que contará algumas fábulas e histórias de missionários. Nessa temporada, com 4 episódios, apresentamos a história de Diago Alves que está aqui em Juazeiro do Norte como Comunidade de Aliança Missionária.

 

A Pequena Via

“Meu nome é Diago, tenho 26 anos, natural de Belo Horizonte – MG e estou às portas de fazer as minhas Primeiras Promessas no Carisma Shalom como Comunidade de Aliança e atualmente estou em missão aqui, em Juazeiro do Norte, completando hoje dois anos.

Cheguei na missão em 01 de outubro de 2019, e pra começar essa história falarei da relação dessa data, dia de Santa Teresinha, com a minha experiência de estar em missão. Está pensando que é coincidência eu chegar aqui justamente no dia daquela que é proclamada pela Igreja, ao lado de São Francisco Xavier, Padroeira das Missões?! Não! Pura Providência, desígnio de Deus e claro, um dedo, ou quem sabe, uma rosa de Teresinha.

“No Coração da Igreja serei o amor”, diz a “flor do Carmelo”, como tantas vezes é lembrada, em sua autobiografia, História de uma alma. Comecei a ler, e devido a sua linguagem, que para mim na época era “melosa” por demais, interrompi a leitura. Para meu espanto, tudo mudou no meio de 2018, após um retiro de 10 dias feito pela Comunidade para seus membros (Reciclagem), que tinha por tema: “Só tenho hoje”, frase da Santa e aonde iríamos nesse período aprofundar sua história e seus escritos nessa perspectiva da santidade.

Os dias foram passando e a cada pregação pela manhã sobre Teresinha, meu coração se inflamava, descobri atrás daquelas palavras demasiadas “doces” uma Teresa forte, valente, penitente, violenta de coração, que tivera a coragem de se vencer e se fazer pequena. Ora, já dizia Santa Elizabeth da Trindade, que é mais fácil deixar ser pregado com Cristo do outro lado da Cruz, que tornar-se com ele uma criancinha balbuciante, pois Teresa teve essa coragem de ser criança para assim entrar no Reino de Deus, a convite de Jesus.

Tudo começou ali, fui me aproximando dela, pedindo sua intercessão e pelos sinais que tive percebi que ela também se aproximava de mim. Nesse retiro mencionado, foram faladas muitas coisas, mas a palavra “MISSÃO” era a que ficava forte.

Desde que tive minha experiência com Deus, sempre tive esse desejo de ir em missão, era algo muito latente dentro de mim, e fui buscando formas para que tal desejo se realizasse. No entanto, por vários motivos e insucessos fui deixando de lado, e abafando isso dentro de mim. E… Santa Teresinha interviu! Ali, pude ouvir aquela voz de Deus falando no meu coração: “Não tardeis mais!”. Tive coragem de reabrir um processo, primeiramente no meu trato com Deus, de dar uma nova oportunidade de ouvir sua Vontade pra minha vida. Fui rezando e cada vez mais se tornava veemente esse desejo e o querer de Deus pra mim se tornava claro, era a sua vontade. Nesse primeiro processo de discernimento, me abrindo à intercessão da Santa, fiz a novena das rosas, justamente nessa intenção de ir em missão, e ganhei uma rosa, sinal de que a graça seria alcançada, como se pede na própria novena. Deus estava se manifestando e ‘Tetê’ também.

Depois de vários sinais e confirmações, resolvi pedir formalmente à Comunidade essa graça, de ser enviado como Aliança Missionária (um tempo particular no qual os membros da Comunidade de Aliança partem em missão e vivem a dinâmica missionária da Comunidade de Vida). E, depois de um tempo de espera, a resposta foi favorável e eu seria enviado para a missão de Juazeiro do Norte- CE.

Já nos preparativos, tanto material quanto espiritual, novamente fui recorrer ao auxílio e intercessão de Minha Amiga no Céu. Começaram as surpresas… Durante a novena, nas vésperas da viagem, recebi algumas ‘piscadelas’, como ela mesma diz, Dela. Uma grande amiga, que por sinal também é grande amiga de Teresinha, sem nada saber, no dia de minha missa de envio, já naquela parte de despedidas, me entregou de presente uma rosa, assim já tive a certeza da sua intercessão. Logo após, outra pessoa, me entrega um ícone da Santa, e ainda diz que o mistério da missão seria o da Pequena Via, tesouro e doutrina espiritual de Teresa.

Pronto! Pensei: “Santa Teresinha ouviu minhas preces e vai me ajudar nesse tempo de missão, como ajudou até aqui!” Pensou que acabou? Ainda não! Outra irmã de Comunidade, ao me deixar no aeroporto, me deu um presente com um bilhete, e disse para abrir dentro do avião. Tudo bem! Quando eu abri, era uma medalha da Santa e estava escrito, pasmem, que o mistério da missão, pasmem… era a da Pequena Via. Como é?! Isso mesmo! Teresa queria deixar claro. E para ter certeza de tudo isso, sem planejamento consciente, cheguei na nova terra de missão no dia Dela, e para me receber tinha uma frase de quem???? Isso!!! Santa Teresinha: “Posso, apesar de minha pequenez, aspirar pela Santidade.” Novamente a Pequena Via.

Foi decorrendo a missão, e fui inserido em muitas realidades que pra mim eram novas. Vida Comunitária intensa, horários delineados, uma vida de abandono nas mãos de Deus, obediência, evangelização, uma vida só pra Deus. Fui sendo inserido em um mistério diante de tudo o que me acontecia de amar a Deus nas coisas pequenas, nas coisas simples. Eu que sou muito prático, e numa certa boa vontade de fazer grandes coisas, descobrir o valor de colocar grande amor naquilo que às vezes possa parecer insignificante, mas que aos olhos de Deus se enche de valor por estar embebido de amor.

Passa-se um tempo, chega a Pandemia COVID-19, de repente, todos devem ficar dentro de suas casas, os Centros de Evangelização (a casa onde a Comunidade realiza suas atividades apostólicas) fechados. E agora?! E a missão? Como será? Como irei anunciar? Fazer o que fazia? Todos, sem exceção, tiveram que se reinventar. Me vi ali também, me perdoe o comparativo, mas como Teresinha num certo claustro, sem poder sair. Mas ela em sua cela foi a Padroeira das Missões. Como eu seria missionário dessa forma? Deus sempre responde à nossa oração, assim me foram respondidas essas questões.

A Pequena Via, a via de Deus. Descobri que missão mais que um lugar é um estado. Estado de saída de si. Ir em missão é sempre sair! Um sair que não é simplesmente geográfico! Eu de Belo Horizonte – MG, vir pra terra do Padim, Juazeiro do Norte, não! É estado de sair de mim mesmo e ir ao encontro do outro. Diante desse contexto, de não parar em mim mesmo, o que tinha era Deus e os irmãos, a disposição ao acordar, a solicitude em estar aonde deveria estar, me dispor, me colocar a serviço, não paralisar diante dos desafios…

Assim como Teresa, que ali no seu claustro viveu para fora de si. Viveu para os outros. O Grande Outro, seu Amado Senhor e amando Nele os outros que são seus irmãos.

Hoje, no seu dia, completando dois anos em missão, contemplo os feitos de Deus e a presença tão marcante Dela durante todo esse tempo.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós.

Diago Alves

Comunidade de Aliança

 

Quer saber mais deste tempo de missão do missionário Diago? Próxima Semana um outro episódio.

Acompanhe o Podcast no link abaixo

https://youtu.be/uWQJF_FBBZI


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