Hoje vamos meditar sobre o mistério pessoal e testemunho de duas santas almas esposas de Deus, São Simão e São Judas Tadeu apóstolos. Deixemos que seus exemplos de fé e amor a toda prova nos encorajem também em nossa realidade de vida.
São Simão e o zelo que brotou da experiência com Jesus
Simão foi um dos doze primeiros apóstolos e possuía um cognome de cananeu, por sua terra de origem, Canaã, mas também ficou conhecido como o zelota, em referência a uma possível participação na seita dos Zelotes, que lutava em favor da manutenção das tradições hebraicas e pela libertação política de Israel. A sua eleição foi narrada pelos evangelistas sinóticos e ele é chamado de “zelote” por Lucas e de “cananeu” por Mateus e Marcos. Ele participou da missão de Jesus em seus três anos de anúncio do Reino dos Céus e, após sua morte e Ressurreição, permaneceu evangelizando muitos povos até o fim de sua vida, provando que o seu zelo pelo anúncio da Boa Nova foi muito maior do que o cuidado pelas coisas deste mundo.
Alguns biógrafos dizem que São Simão anunciou o Evangelho na Grã-Bretanha e na África. São Fortunato, que foi Bispo de Poitiers no final do século VI, indica ainda que tanto Simão quanto Judas Tadeu tenham sido sepultados na Pérsia. Segundo esses relatos, ambos foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos. Esses aconselharam as autoridades locais e o povo a condená-los por meio de decapitação.
Outros dizem ainda que São Simão foi sepultado numa localidade proxima ao Mar Negro, na Caucásia, tanto que ali, entre o século VI e VIII, foi edificado um templo em sua homenagem. Beda, por volta do ano 735, introduziu os dois santos na lista dos mártires da Igreja, dedicando a eles o dia 28 de outubro. Na antiga basílica de São Pedro havia ainda uma capela dedicada a esses dois fiéis. Nela era conservado o Santíssimo Sacramento, sendo um fecundo lugar de oração.
São Judas, exemplo de sabedoria e de intimidade com Deus
São Judas era chamado também de Tadeu ou Lebeu. São Jerônimo interpretou seu nome como um indicativo de bom senso e prudência. Foi São Judas ainda que, na Última Ceia, fez a seguinte interrogação a Jesus: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22). Há indícios que alegam que ele tenha se dedicado ao combate às seitas que ameaçavam a sã-doutrina e os costumes da Igreja. O penúltimo livro do Novo Testamento é atribuído a São Judas e começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente.”
O famoso pensador cristão Orígenes dizia que essa epístola é “cheia da força e das graças do céu.” Segundo São Jerônimo, São Judas teria pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei na época um nobre de nome Abgar. Teria ainda, segundo Nicéforo Calisto, evangelizado a Mesopotâmia. São Paulino de Nola muito o admirava e o tinha como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor Jesus Cristo, em algumas revelações particulares, teria declarado que atenderia a todos os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorressem a Ele por intercessão de São Judas Tadeu.
Santa Brígida também deixou declarações nas quais Jesus revelou que quem recorresse a Ele, pedindo graças por intercessão deste santo apóstolo, não seria recusado. Tantas e tão extraordinárias foram as graças que os fiéis receberam de Deus pelos méritos desse Santo Servo, que se tornou conhecido como o Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas. São Judas ainda é representado nas obras de arte segurando um machado, uma clava, uma espada ou até mesmo uma alabarda, pelo fato de sua morte ter acontecido por uma dessas armas.
Que Deus conceda a toda a sua Igreja, por intercessão desses servos fiéis, a graça da fidelidade a Jesus e aos valores do Santo Evangelho até o fim.
São Judas Tadeu e São Simão, rogai por nós.