Hoje, redijo esse texto diretamente da mesa do “QG” da Comunicação, no meu 15° Acampamento. Olho para o meu lado direto e vejo as famílias “Lolek” e “Miguel” jogando polo aquático na piscina. Nas minhas costas, a equipe “Dávila” e a “Lisieux” competem entre si numa partida de futsal. Da minha mesa, ouço os gritos e as risadas dos participantes do acampamento e um sorriso sincero se abre em meus lábios escondidos pela máscara.
A questão é que não poderia ser diferente. Nove anos atrás minha vida inteira mudou em um Acampamento como esse. E, se hoje sorrio, é porque no Acamp’s descobri a verdadeira felicidade. Quando, nos meus 14 anos, sentia uma tristeza e um vazio imenso dentro de mim, quando acreditava que minha vida não tinha sentido e que minha existência não fazia a diferença na vida de ninguém, foi no Acamp’s, que descobri que sou amada.
Descobri que minha razão de ser é amar a Deus e ser amada por Ele. E, ao longo desses anos, experimentei o transbordamento desse amor. A cada acampamento que ia, a alegria parecia ser maior ainda que a do meu primeiro acampamento. Percebi que há de fato, mais alegria em dar do que em receber.
É como uma dívida de gratidão. Necessidade de dar de graça aquilo que de graça recebi. Por isso, 15 acampamentos. E que venham mais 15. E mais 30. Em cada jovem que vejo sendo tocado pelo amor de Deus, eu mesma sou tocada novamente. É gratidão. É amor de Deus que se transborda em um movimento duplo: de nós, servos, para os jovens e dos jovens para nós.
Fomos salvos por esse amor e, como uma boa notícia, queremos espalhá-la. No próximo acampamento esses mesmos jovens, que hoje experimentam, eles mesmos transbordarão para outros jovens. E esse movimento é contínuo, terá prosseguimento. Como uma cascata. Como um efeito dominó. Não se encerra em mim, ou em nós, mas se perpetua na vida todo jovem que um dia terá essa indescritível experiência.
Por: Anne Elise, postulante da Comunidade Católica Shalom