Alegria de encontrar nos jovens o sentido do serviço

Sou nascida e criada numa família católica, fui educada desde cedo sobre os preceitos da Igreja, aprendi a estar sempre engajada e à serviço. Entretanto, nem tudo foram rosas. Nem sempre dei importância ao importante. As vezes dava desculpas mais tolas apenas para não servir.

Já conhecia a Comunidade desde criança, porém, nunca tive tanto interesse. Até que no dia 27 de maio de 2017, fui para o Luau 180 Graus, em Itapipoca e nesse tempo, estava passando por dificuldades, porém, mal sabia das maravilhas que Deus iria fazer na minha vida. O Padre Antônio Furtado, na homilia, disse, “a primeira coisa que o católico faz quando se irrita com a Igreja é procurar outra igreja”.

 

As palavras dele me “acertaram em cheio”, porque era aquilo que eu estava vivendo. Mas, havia decidido que iria mudar essa situação. Nos dias 3 e 4 de junho do mesmo ano eu tive minha experiência com o amor de Deus no Seminário de Vida do Espírito Santo, em outro evento da Comunidade, o Luau Quero Mais. 

 

A partir daí, tive meu primeiro grupo de oração, o Yeshua, que durou até meados 2019. Meus irmãos não estavam mais indo, eu não estava bem comigo mesma e quando o grupo teve que unir com outro, eu desabei e acabei por ir me afastando lentamente. 

 

Eu já não estava mais indo, e como a pandemia começou, meu contato no Centro de Evangelização era praticamente nulo. E aquilo ardia em meu peito, porque sentia que deveria voltar, mas algo não me deixava, algo me impedia. Eu me sentia presa e incapaz de agir, de voltar para os braços daqu’Ele que me ama e de conviver com os irmãos que eu tanto quero perto de mim. 

No passado, fui para o CJS em Itapipoca, retornando aos poucos para a Comunidade, e mais ou menos no final de outubro, voltei definitivamente para a Obra para apresentar o espetáculo Filho de Deus Menino Meu, interpretando o papel de Maria, Nossa Senhora. Esse foi o marco que fez com que o meu retorno fosse definitivo. Porém, sentia que ainda me faltava algo. 

 

Finalmente havia chegado 2022, o Acamp’s! Estava indo com tudo bem, e por providência, eu ganhei uma inscrição para o Acampamento. A partir dali meu sentimento de esperança havia desbloqueado. Eu estava tão animada pra viver aquilo, ver os jovens terem uma experiência com o amor de Deus era tudo o que eu necessitava.

 

Fui como serva nesse Acampamento e a medida em que servia, mais feliz ficava. Quando o meu ministério de música ia pra capela, olhava para Jesus e via a vida nova, o novo de Deus que estava procurando. Via a Virgem Maria e via o consolo, o amor, o conforto que precisava. 

Nas Adorações, eu via o quão maravilhoso Deus era, quantas realizações Ele estava fazendo na vida dos jovens, vê-los prostrados diante do altar era o que fazia reacender a chama do Espírito Santo em mim. Eu também estava prostrada em completo clamor a Deus, porque ali, havia me decidido de algo: Não quero viver na mesmice, quero viver o novo que Deus tem pra mim. 

Mesmo nos louvores de animação onde me utilizava dos dons artísticos para animar ainda mais aquelas pessoas, Deus me tocava ao ver os jovens dançando e cantando tão contentes assim como eu. Me sentia alcançada por cada vida, cada realidade, cada testemunho daqueles jovens. Sentia que meu lugar era ali, junto deles.

 

Pessoas da minha faixa etária testemunhando as feridas curadas, as dores que haviam passado, aquilo tudo me fazia ter a compreensão de que aquela era a missão que Deus havia me dado. A evangelização agora era parte de mim. 

Minha experiência com o amor de Deus foi renovada no momento de efusão, enquanto rezava por cada um ali. Eu sentia meu interior arder, só sabia chorar, chorar e chorar… E tudo se concretizou quando Deus se utilizou de uma irmã da Comunidade para me dizer que minhas correntes estavam sendo quebradas ali naquela efusão, que eu estava livre, finalmente livre para me derramar de vez do amor d’Ele. E ali eu confirmei mais uma vez o propósito que o Senhor havia me falado: Ele tem uma missão para mim, Ele me quer aqui, Ele precisa de mim tanto quanto eu necessito d’Ele. 

Quero a permanência, quero não mais abandonar, e, novamente, quero o novo de Deus na minha vida. Estou voltando para as minhas origens, meu ser Shalom enraizado no meu Projeto Artes, evangelizando com a música, a dança e o teatro para que os jovens vejam as maravilhas de Deus através dos nossos dons.

 

Quero sempre cultivar isso junto aos meus antigos companheiros e os novos amigos, fruto do Acamp’s. Se você leu até aqui, por favor, reze por mim! Cada oração sua é um passo mais pertinho do céu. Porque afinal, nós somos estrangeiros aqui. Grata por cada leitor, contem com minhas orações. Rezarei por toda a Comunidade Católica Shalom.