O Evangelho diz que Jesus estava comovido, entregou o pedaço de pão a Judas. Judas, amigo e seguidor de Cristo. Eu imagino Jesus olhando pra ele com tristeza, mas será? Talvez o tenha olhado com amor, mas isso não foi capaz de mudar a decisão de Judas, “Satanás entrou nele e Jesus disse: o que você está para fazer, faça-o logo” e deu um suspiro ao ver Judas sair.
O destino de Jesus estava selado: a Cruz estava próxima, o grande mistério de amor, amor também por Judas, a entrega também por ele. Jesus o amava, mas isso não bastou a ele. Era necessária a traição de Judas, Jesus sabia que Judas o iria trair e mesmo assim o escolheu, por amor, unicamente por isso.
Jesus também sabia que Pedro o iria negar naquela noite, negar que era seu discípulo, que era seu amigo, mas Pedro nega e depois, dando-se conta do que fez, volta para o seu grupo, escolhe não ficar preso na culpa e isolado na dor, ele escolhe a unidade e por isso pode contemplar a Ressurreição.
Quantas vezes em nossas vidas, somos como Judas, trocando Jesus por muito menos que moedas de prata, o trocamos pelos nossos desejos, pelos nossos pecados e pelas nossas pequenas infidelidades de cada dia.
Também muitas vezes somos Pedro, ao achar que o peso de seguir a Cristo é muito grande, acabamos o negando no nosso cotidiano, omitindo daqueles com quem convivemos as virtudes que deveríamos propagar, fazendo com que Ele não seja refletido nas nossas ações.
Que apesar das nossas faltas, tenhamos sempre a força para retornar, como Pedro, para o lugar onde Deus planta o nosso coração, para, assim, podermos contemplar a Ressurreição do Senhor em todas as situações das nossas vidas.
Maria Thereza Medeiros Brazão, Vocacionada na Missão de Natal