Meu coração estava mais acelerado do que no dia do resultado do vestibular. Era a primeira vez que eu, Felipe Augusto, ia na casa da minha amada Regina. Ela também estava bastante empolgada. Inclusive, tinha falado sobre como era a Carla, sua irmã mais nova, o Beto, seu irmão mais velho. Contou sobre o seu cachorro, o Flash, e também sobre o seu gato, o Bolota. Regina tinha me falado sobre seus pais também, mas não tinha fotos deles nas redes sociais. Minha expectativa era grande, inclusive, porque aquele era o dia em que conheceria a minha sogra.
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Estava ansioso porque nossos colegas em comum haviam dito que a mãe de Regina era dura na queda. Era daquelas que ao olhar para você fazia uma Raio-X completo. Mesmo eu não tendo nada o que esconder ou temer, fiquei com essa informação passeando pela minha mente por um bom tempo. Não sei por que nossos colegas falaram isso. Confesso que imaginei que era só para me assustar. E, de fato, deu certo. Mas enfim… Arrumei-me e segui o meu caminho.
Primeiro tive que encontrar a Regina na igreja. Regina é daquelas que não perde uma missa e não esquece o terço quando sai de casa. Além disso, tem sempre um conselho sábio para dar a quem precisa. Gosto dela por tudo isso também. Contudo, ao contrário dela, eu não costumava ir muito à igreja. Acho que a última vez foi quando recebi o Batismo. Sim, faz muito tempo mesmo. Bom, quando Regina estava saindo, vi uma senhora a acompanhando. Pensei de imediato: deve ser mais uma senhora beata. Apesar de ser jovem, Regina sempre andava com as senhorinhas beatas.
Quando ela e senhorinha chegaram perto de mim, já fui me adiantando… Já sei Regina: vamos dar carona para sua amiga beata. Pode deixar! A gente pode levar ela sim. Regina tentou responder, mas a senhorinha foi mais rápida. Confirmou tudo e ainda disse que era muito feliz por ser beata. Regina sorriu e entrou no carro. Perguntei onde a senhora morava, mas ela disse que era bem perto da casa da minha amada. Então, pediu para que eu seguisse o caminho de costume.
Ao longo do percurso, essa senhorinha resolveu fazer um interrogatório comigo. Perguntou tudo: onde eu morava, com o que eu trabalhava, quais eram as minhas intenções… Enfim, eu estava gostando dessa entrevista até que ela perguntou algo que me inquietou: “Como você vive a sua fé?” Não consegui responder de imediato. Regina, inclusive, tentou trocar o assunto, mas a senhora voltou a questionar. Pensei bastante, pois, como disse, há muito não participava de nada. Aquela mulher tocou no meu ponto mais fraco: a espiritualidade.
Diante do meu silêncio, a senhora começou a falar que tinha tido uma profunda experiência com o amor de Deus ainda em sua juventude. Inclusive, havia conhecido o seu esposo em um grupo de oração. Eles caminharam juntos, viveram um bom tempo de amizade, deram o passo para o namoro, depois para o noivado e enfim se casaram. Segundo ela, tudo no tempo de Deus. E a senhorinha falava com uma alegria tão grande que ia ficando cada vez mais interessado no assunto.
Em um determinado momento, ela me convidou a viver a minha fé por meio de uma experiência verdadeira e concreta com Jesus Ressuscitado. Eu não entendi muito bem no início, mas logo a Regina aproveitou para me falar sobre um evento que iria acontecer na paróquia. No carro mesmo, decidi que iria. Regina ficou bastante feliz e eu fiquei feliz por vê-la com aquele sorriso. Ela disse, inclusive, que queria muito me fazer esse convite naquele dia, mas a senhorinha foi mais rápida.
Já estávamos quase chegando na casa da Regina quando perguntei onde poderia parar ou mesmo seguir para deixar aquela senhora. No entanto, ela olhou para Regina e sorrindo disse que eu poderia parar na porta da casa da minha amada. Assim, eu fiz. Quando estávamos descendo do carro, perguntei onde ela morava e a mulher apontou para a casa da Regina. Fiquei surpreso. Ela estendeu a mão e disse: “Prazer, sou Maria do Carmo, sua sogra.” Ao ouvir isso, paralisei. Minutos depois, estávamos os três rindo na calçada daquela situação inusitada. Foi assim que conheci minha sogra, e ela ainda me evangelizou.
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