Shalom

Maternidade, uma vocação de amor

A consagrada Tâmara da Missão Rio de Janeiro conta como enfrentou seus medos com a vivência total do matrimônio.

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Tâmara e a filha, Joana (Arquivo pessoal)

Meu nome é Tâmara Carvalho, tenho 26 anos. Sou consagrada na Comunidade de Aliança e casada com o Alan Gripp há 2 anos e 7 meses, namoramos desde os 16 anos. Sou mãe da Joana de 1 ano e 6 meses. Sou formada em Jornalismo pela PUC-Rio e atualmente trabalho como Social Media, atendendo diversas empresas e pequenos empreendedores nas redes sociais.

Hoje eu sei que vivo o sonho de Deus para mim, posso dizer que encontrei o meu lugar, a minha missão no mundo, que sou imensamente feliz sendo ESPOSA, MÃE E EMPREENDEDORA. Posso dizer com segurança, que eu sou: Tâmara, filha de Deus, casada, mãe, Shalom! E  que, de fato, isso não é acidental. Isso é minha essência. E quando a gente encontra o nosso lugar, mas o nosso lugar de verdade, a gente sente PAZ. Mesmo que haja dificuldades e lutas, a gente sente paz. Mas, nem sempre foi assim. Nem sempre eu quis casar, não estava nos meus planos.

A graça supera o medo

Eu sempre busquei o trabalho acima de tudo, ainda na adolescência. Meu foco sempre foi crescer muito, me desenvolver muito. Não tinha  espaço para outros assuntos. E a minha conversão começou exatamente pela área afetiva. Conheci o Alan na escola, um jovem de 15 anos que evangelizava, que falava de Deus. E foi lá que conheci a Comunidade Shalom e foi lá que me apaixonei por ele. Trilhamos um caminho de 7  anos até o nosso grande dia.

Eu ainda precisava muito me converter, precisava me abaixar. Sei que Deus queria melhorar a qualidade (e não a quantidade) dos meus  frutos, a qualidade da minha oferta de vida. E foi através da maternidade que Ele fez isso. Mesmo depois que casei, eu tinha muito medo de ser mãe. Sentia-me muito jovem, imatura, “com a vida toda pela frente” (me disseram), ouvi o famoso “aproveita o casamento, não tem filho agora não”.

Mesmo sendo católica, mesmo sendo consagrada, mesmo sabendo das promessas que fiz diante do altar de acolher os filhos que Deus  enviasse, esse medo continuava a existir. E é normal. Temos medo do que é novo e desconhecido. Hoje sei que fui dando um peso pra maternidade maior do que de fato era. Entendi, com o passar dos meses, que engravidar ou ser mãe não era o meu medo real.

Que eu tinha medo mesmo era de ter que abrir mão da minha vida, do meu trabalho, do meu tempo, dos milhares de planos que tinha feito, medo de não viajar, medo de não conseguir mais estudar. Não era que eu não queria ser mãe ou não desejasse filhos, pelo contrário, eu  queria! Mas, sem perceber, eu ia adiando, eu pensava: ah quando fizer isso aqui, eu vou me sentir mais pronta, depois que eu concluir isso ali, eu vou estar pronta. E aí, eu fui percebendo que me deixei tomar por um pensamento mundano de que filho é impedimento, de que filho atrapalha.

Novos sonhos com a maternidade

Mas, o Bom Deus sabe do que precisamos. Na doação livre do matrimônio, de não se reter, Deus nos enviou a Joana. Olha, eu não tinha NOÇÃO desse amor, desse amor que não quer nada em troca, que sente segurança nos meus braços. Um sorriso, vale mais que qualquer  coisa. Vale mais que todo dinheiro! Por ela, eu paro tudo que estou fazendo. Com a maternidade, eu cresci muito.

A maternidade me tirou de mim, me desinstalou, me ensinou sobre doação de si. “Você só vai entender quando for mãe”, essa frase é real. A gente, antes da maternidade, não tem ideia desse amor. A gente imagina, mas não sabe como é. Tudo se alarga, a nossa tenda se alarga, o  nosso coração cresce de uma forma e a qualidade da nossa oferta muda. A gente consegue entender um pouquinho mais do amor de Deus  por nós, porque de fato somos capazes de dar tudo a um filho, que não esquecemos nem por um segundo do nosso filho.

A maternidade transformou o meu relacionamento com Deus, o meu relacionamento com o trabalho, o meu relacionamento com o meu  marido. Transformou para MELHOR, converteu áreas que estavam a muito tempo obscurecidas pelos pecados da ganância, da vaidade, da  soberba. Existem desafios, não é fácil! Mas é feliz! Ah, a maternidade não me roubou meus sonhos, mas me fez sonhar novos sonhos!

Família, um dom fecundo de amor (Arquivo pessoal)

Não me roubou meu tempo, mas me fez aproveitar cada segundo dele. Não me roubou meu emprego, mas ressignificou ele, me dando ainda  mais empenho. Não me roubou do meu marido, mas santificou o nosso amor.

Trabalho como vocação

Quem é mãe pode confirmar isso que eu vou falar. A vida é completamente diferente depois da maternidade. As mudanças começam no segundo que o teste dá positivo, vem um turbilhão de sentimentos. Nasce uma mãe, nasce uma empreendedora. Para mim não era uma opção largar o trabalho. Não porque eu não podia, mas porque de fato o meu trabalho era um meio de santificação para mim.

Mas, essa é a minha realidade e as vias de Deus para mim. Para outras mães, o Senhor pode ter outra condução. Largando ou não a CLT, a  maternidade não é impedimento para não trabalhar (a não ser que queira). Foi aí que a minha mudança profissional começou. Foi aí que eu  decidi empreender.

Eu queria poder ter tempo de ficar com a minha filha quando ela nascesse, queria ir em todas as consultas (inclusive nunca faltei uma). E  comecei a empreender, a acreditar em mim por ela. A gente precisa ter propósitos. Um propósito que seja capaz de nos MOVER. 

Qual o seu propósito FORTE hoje?

Meu propósito mais forte é a família.

Sem um propósito, você acaba que vai só vagando, deixando a vida te levar. E toda vez que você esbarra com um desafio, você muda sua  direção.. E fica andando em círculos e nunca chega em lugar nenhum. Quando o cansaço bate, é o nosso propósito que faz a gente agir,  mesmo que cansada.

Tâmara Carvalho Gripp, casada com Alan Gripp Souza
Consagrados Comunidade de Aliança
Missão Rio de Janeiro


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