Oferta e escondimento! São essas as duas palavras que me ocorrem quando penso na maternidade! Tenho refletido que todas as outras missões as quais eu me dedico – trabalho, ser esposa, filha, o serviço na Igreja… – são também grandes oportunidades de oferta de vida, então qual seria a diferença da maternidade?
Uma missão
A resposta que me vem é a de que a maternidade é, de todas as minhas missões, a mais escondida! Ninguém vê as madrugadas acordadas, as lágrimas para amamentar, as infinitas trocas de fraldas, as ocasiões em que eu só queria descansar, mas leio “só mais 5 páginas” do livro preferido dos pequenos ou mesmo quando já exausta da labuta do dia todo, junto as crias para rezarmos a oração do Santo Anjo…
Talvez seja isso, a maternidade me coloca numa constante saída de mim mesma, numa luta contra o meu egoísmo em cada uma das asceses maternais, que não serão “aplaudidas” por ninguém, que não me darão nenhum salário ao final do mês e que nem mesmo assegurarão a gratidão dos meus filhos no futuro ou mesmo que eles sejam pessoas de bem quando crescerem, afinal também esta escolha não está sob o nosso total controle. Daí eu me pergunto: qual o sentido de tanta doação…?
O pleno sentido maternal
A verdade é que a maternidade vivida com toda essa necessidade de reconhecimento, aplausos, gratificações, revela o quanto corremos o risco de nos perder nesta missão de ser mãe, porque, acredite, não há amor mais gratuito, se vivido conforme Deus quer! Por isso a maternidade só encontra pleno sentido, quando vivida por amor a Deus e, pasmem, por amor aos nossos filhos!
Sim, podemos fazer muitas coisas como mãe e não amá-los como Cristo deseja, fazendo tudo apenas com vistas a aliviarmos a nossa consciência e não por amor a eles! Há alguns anos eu cantava “quero ofertar minha vida, gastar os meus dias, minha juventude, por amor, porque o meu perfume não se espalhará, se não se derramar por amor a Deus” e pensava que isto somente seria possível se eu fosse enviada em missão aos lugares e homens mais distantes, hoje eu percebo que a cada dia, na sacralidade do meu lar.
Nosso Senhor me chama a gastar escondida e concretamente minha vida por aqueles que Ele mesmo me confiou: meus filhos! E eu sei que chega aos céus cada um dos meus pequenos gestos de amor, pois Deus tudo vê!
Sim Jesus, por amor a Ti eu quero amá-los, conduzi-los aos teus caminhos, ensiná-los a te amar e a serem teus amigos, quero derramar todos os meus melhores perfumes por eles e pelos outros filhos que quiseres me confiar. Shalom!
Gabriela,
Consagrada da Comunidade de Aliança Shalom