Formação

Inflamados pelo Espírito

Tudo que nos é proposto fazer para a Comunidade, à Igreja e para a humanidade requer de um momento de oração e súplica ao Espírito Santo de Deus, não vejo motivo de não fazer aqui. Portanto, que tal rezarmos antes de discorrermos na leitura? 

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Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

VINDE ESPÍRITO SANTO, ENCHEI OS CORAÇÕES DOS VOSSOS FIÉIS […]

Meditar e rezar sobre o tema proposto é recordar de duas passagens das Sagradas Escrituras, é claro que existem muitas outras passagens, porém vamos tomar essas duas: Atos dos Apóstolos 2, 1-41 e Daniel capítulo 3.

Estamos familiarizados com o relato de Pentecostes em Atos dos Apóstolos, e podemos observar o quão este momento na vida dos apóstolos de Cristo é de fundamental importância a ser vivenciado, pois se cumpre a promessa do Pai como bem diz Pedro na mesma passagem.

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Tal momento vivido pelos apóstolos requer de nós não somente uma mera recordação como se fosse uma lembrança do passado, mas devemos ter em mente e no coração que tal fato transcende o espaço e tempo, ou seja, aquele Espírito Santo que veio como um vendaval impetuoso e que preencheu toda a casa onde estavam os apóstolos, também é enviado para preencher o nosso coração atualmente, o mesmo Espírito que inflamou os corações dos apóstolos, também inflama o nosso coração.

O que é inflamar?

Inflamar quer dizer pôr fogo ou colocar fogo em, ou ainda converter em chamas; ora, no momento em Pentecoste a Palavra diz: “Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles.” (At 2, 3). O Espírito Santo repousa como fogo a nos consumir e sabemos, segundo a Palavra, as consequências de um coração repleto do Espírito: o testemunho.

É esse coração inflamado pelo fogo do Espírito Santo que nos lança para dar testemunho da Ressurreição de Cristo, não é diferente daquilo que nos diz o fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo, na revista Escuta do ano de 2021, pg. 145: “[…] devemos estar inflamados, impulsionados e conduzidos pelo Espírito. Na nossa vida, na nossa ação comunitária e missionária, seja o Espírito a nos impulsionar e conduzir”.

Na mesma página da Revista nos deparamos com o envio que Deus suscita à Comunidade, em profecia, para que o fogo do Espírito incendeia o mundo, através desses corações inflamados por esta fornalha; não é assim que devem ser os corações de seus missionários, Comunidade de Vida, Aliança e Obra?

Corações inflamados

O mesmo testemunho de corações inflamados pelo fogo do Espírito podemos retirar da passagem em Daniel 3. De maneira pessoal, sempre me coloco no lugar de Sidrac, Misac e Abdênago, e me pergunto: Qual resposta eu daria ao rei Nabucodonosor, que por sua vez me jogaria em uma fornalha acesa caso não adorasse a estátua de seu deus? Como não concluir que diante de certas circunstâncias de nossas vidas como cristãos que dão testemunho da fé vivida, tais testemunhos necessariamente exigem de uma concreta abertura ao Espírito Santo? 

Se assim for, o nosso Deus, a quem servimos, tem o poder de nos livrar da fornalha acesa e nos livrará também, ó rei, da tua mão. Mas se ele não o fizer, fica sabendo, ó rei, que não serviremos o teu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. (Dn 3, 17-18)

Quantos personagens relatados nas Sagradas Escrituras e na história da Igreja agiram como o rei Nabucodonosor para com o povo de Deus? Pois bem, não é certo pensar que o testemunho dado pelos corações inflamados pelo Espírito Santo, preenchidos pelo fogo divino, se voltam com tanta confiança em Deus que nada temem, tão pouco a ameaça da fornalha acesa que o mundo profere? Recordemos das Palavras de Nosso Senhor, Jesus Cristo em Mateus 5, 11-12: 

Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós. 

Testemunhas inflamadas pelo Espírito Santo

A inquietação daqueles que presenciam um verdadeiro testemunho é evidente, tal como em Atos 2 no momento de Pentecoste, onde alguns impressionados ao verem os apóstolos proclamarem as maravilhas de Deus cada um em seu próprio idioma, e outros, mais duros de coração, zombavam dizendo que estavam embriagados de vinho doce.

Devemos até concordar com estes, pois realmente estavam embriagados, cheios da presença do Espírito Santo, inflamados por um fogo que é diferente daquela chama acesa da fornalha do rei Nabucodonosor, é diferente da chama do mundo que consome para morte afirmando ser vida, no entanto o fogo do Espírito Santo nos consome para a Vida Eterna e escolhemos morrer para este mundo.

Cristo Ressuscitou aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou aleluia! E disso somos testemunhas, consequência de um coração inflamado pelo fogo do Espírito Santo. Tenhamos coragem de se deixar consumir por esta chama viva, de testemunhar com ousadia, radicalidade evangélica e com parresia, confiantes da presença do Espírito em nossas vidas que nos une aos santos em cada missa bem celebrada, roguemos a Mãe de Deus Maria santíssima, a toda pequena, ela que é tão íntima do Espírito, ousamos pedir que nos ensine a sermos também, íntimos do mesmo Espírito.

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós! Amém.    

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Yuri de Moraes Barros
Seminarista e consagrado – Comunidade de Vida
Assistência de Formação


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