Hoje nós celebramos 40 anos de história, onde um jovem que ofertou a sua vida e com ele todos nós também e a renovamos todos os dias, por amor a Deus, aos jovens e aos pobres. Sou Shalom e isso não é acidental, em meio as lutas e as exigências desse chamado que me faz sair de mim a cada instante, para ter um encontro pessoal com Deus.
Como nos disse Moysés: “Precisamos olhar para o nosso passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança” Esse é o movimento do meu coração nesse dia, olhar para aquilo que eu vivi com gratidão, pois é essa história que me faz estar aqui, me faz ser Filha de Deus, Shalom, Comunidade de Aliança, chamado este que existe desde toda eternidade.
“Um coração inflamado por esse amor a tudo realiza e a tudo se dispõe”
O Senhor que inflama minh’alma com esse brado, com essa verdade, por isso todos os dias essa oração brota com desejo e disposição de ser aquilo que Deus quer que eu seja, muitas vezes a fraqueza da infidelidade ultrapassa, esse é o momento de me levantar, não apoiada nas minhas próprias forças, mas amparada pela graça que ultrapassa os limites humanos.
Eu conheci o Shalom em meio a uma crise, onde eu duvidava do amor de Deus, e em um Show do MSH no Círio Musical eu novamente fui alcançada por Deus e pelo seu amor, e foi dessa forma que o carisma entrou na minha vida, devastando toda tristeza e dúvida com relação a Deus e ao seu Amor, mas meu coração é muito resistente e orgulhoso, demorou para tomar posse da graça, mas como diz aquele ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” Deus como sempre foi paciente, e esperou o meu tempo.
Deus em nenhum momento violou o meu tempo, muito menos interrompeu o fluxo da graça, pelo contrário só aumentou, fui conhecendo e me aprofundando na beleza que é a vocação, e foi então que a rosa desabrochou, a liberdade tomou conta do orgulho, e quanto mais eu bebia mas eu queria transbordar, foi quando eu descobri que podia ser amada sem precisar dar nada em troca e mais ainda que eu podia amar de forma simples e humilde como a Virgem Maria.
Não tem como viver a vocação sem experimentar do caminho de obra nova, caminho este que me permite ser podada, retirando todos os excessos que me impedem de crescer, e ser mais de Deus e mais Shalom, muitas vezes na minha experiência pessoal eu tive medo de deixar o jardineiro podar pela dor, ou até mesmo pelo medo de tocar na verdadeira raiz, essa obra é concreta e real.
Eu sempre achei que para ser de Deus eu só precisava ir à missa, ser bom e ajudar os outros, afinal de contas foi assim que fui criada para ser. O Shalom me ensinou que isso é uma pequena gota na imensidão do oceano, que o centro de tudo é Deus, sem a oração eu não sou nada, custei a entender e mais ainda a aprender, e apesar de tudo muitas foram as vezes que esse caminho de intimidade com Ele me salvou e continua a me salvar, hoje como Discípula de primeiro ano da comunidade de aliança eu posso afirmar que eu só estou aqui porque eu aprendi a rezar um pouquinho o restante é completado pela graça.
O Shalom é o lugar para nós pecadores que desejamos viver a santidade, por isso aqui é o meu lugar, é a minha casa, é essa convicção do chamado de Deus que me faz estar aqui e deixar tudo todos os dias.
Tudo isso para dizer que essa vocação me salvou e me salva todos os dias, por isso que meu coração exulta de alegria por fazer parte desses 40 anos de história. Que a Virgem de Nazaré nos ensine cada vez mais a sermos gratos pelos feitos de Deus na nossa vida.
Por Yasmin Bastos
Discípula da Comunidade de Aliança