Os padres Pedro Ortiz de Zárate e Juan Antonio Solinas, mortos em 1683 por indígenas da Argentina, foram beatificados no dia 2 de julho. Chamados de Mártires do Zenta, os padres eram missionários entre os indígenas Tobas, Mocovíes e Matartoguayos. E neste sábado (16) o padre jesuíta Johann Philipp Jeningen foi beatificado no rito presidido pelo cardeal Marcello Semeraro em Ellwangen, cidade dos Alpes Orientais da Alemanha.
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Na sequência, a próxima cerimônia de beatiestá é prevista somente para setembro, quando João Paulo I vai se tornar beato em missa presidida pelo Papa Francisco no dia 4, na Basílica de São Pedro.
Padre Pedro Ortiz de Zárate
O sacerdote nasceu em 29 de junho de 1626 em San Salvador de Jujuy, Argentina, em uma família de origem basca. Com 18 anos, se casou com Petronila Ibarra Argañarás y Murguía, uma mulher rica com quem teve dois filhos.
Ocupou vários cargos públicos, incluindo o de prefeito. Depois da morte da esposa, ele decidiu seguir a vocação sacerdotal. Pedro confiou a educação dos filhos à avó materna e foi ordenado sacerdote por volta do ano de 1657.
Já em 1659 foi nomeado pároco de Jujuy, onde permaneceu por quase 24 anos. Fez longas viagens para alcançar as populações indígenas mais isoladas e ajudar os pobres e os doentes. Promoveu a construção de igrejas e capelas, dedicando-lhe inclusive o próprio patrimônio pessoal.
Padre Juan Antonio Solinas
Padre Juan nasceu em Oliena, Nuoro, na atual Itália e em 1663 ingressou na Companhia de Jesus. Realizou os primeiros votos na profissão religiosa em 16 de junho de 1665.
Nos primeiros meses de 1672, comunicou aos superiores o desejo de evangelizar os povos indígenas do Novo Mundo. Juntamente com alguns colegas, mudou-se primeiro para Barcelona, de lá para Madri e, finalmente, para Sevilha. Em Andaluza completou os estudos de teologia e em 27 de maio de 1673 foi ordenado sacerdote.
Já na América, o primeiro destino apostólico foi a Redução de Itapúa, no território do atual Paraguai, em 1678, onde se destacou pelo zelo apostólico e caridade para com os povos indígenas. Depois, foi enviado para a Redução de Santa Ana.
Depois de passar algum tempo com o nativo Hohomas, em 1680 foi nomeado capelão militar. Nos dois anos seguintes trabalhou em outras reduções e em 1683 foi destinado à missão do Chaco junto com Pedro Ortiz de Zárate.
Martírio dos padres argentinos
Em maio de 1683, tanto padres como outras 70 pessoas iniciaram uma longa e perigosa jornada ao Vale do Zenta. A morte dos padres Pedro Ortiz de Zárate e Juan Antonio Solinas ocorreu quando estavam evangelizando as populações indígenas e atendendo os pobres do Vale do Zenta, junto com 18 leigos, incluindo alguns indígenas.
O martírio aconteceu depois da celebração da missa no Forte São Rafael. Os missionários foram cercados por cerca de 150 indígenas que se aproximaram fingindo intenções pacíficas. Quando os missionários se viram indefesos e cercados, os agressores os atacaram com lanças e machado, os torturaram, mutilaram e decapitaram.
Pe. Johann Philipp Jeningen
O padre jesuíta alemão, viveu no século XVII, conseguiu transformar uma pequena capela dedicada à Mãe de Deus na colina de Schönenberg, no Ducado de Württemberg, em um popular Santuário Mariano, visível de todas as direções e também destino de várias peregrinações. Embora quisesse partir em missão para o Brasil ou para a Índia, segundo informações da própria ordem religiosa, foi inspirado pelo exemplo de São Francisco Xavier e exerceu o ministério nas áreas rurais ao redor da cidade de Ellwangen.
Ele visitava diferentes localidades, a pé, sob sol e chuva, para difundir o ensino moral católico e promover a prática religiosa. Pelo estilo da pregação, alcançou pessoas de todas as classes sociais, tanto que era conhecido como “o bom Pe. Philipp”, por querer consolar e aliviar o sofrimento dos aflitos. Rodeado de uma autêntica reputação de santidade, morreu naquela região, em 1704, aos 62 anos, e foi enterrado na Basílica de San Vito de Ellwangen.