A interação entre escola e família é fundamental, especialmente em nossos dias, quando os pais têm tempo escasso para os filhos, em função do trabalho. É preciso descobrir caminhos de cooperação e complementariedade, eliminando atitudes defensivas e acusatórias que só prejudicam o processo educativo do adolescente.Deve-se também favorecer, se não foi feito até agora, a participação do adolescente em grupos que alimentem valores cristãos universais e proporcionem um ambiente relacional saudável. Outras alternativas como um hobby – artes, esportes, dança, etc. – devem também ser promovidas pelos pais e pela escola para ocupar de forma criativa e construtiva as horas extra-curriculares do adolescente.É importante promover momentos regulares de convívio familiar alegre, criativo, descontraído, que elevem a autoestima dos filhos, que motivem para a partilha de vida de forma positiva, além de promover atividades lúdicas e fraternas que restaurem as relações familiares.Não há adolescente que resista quando os pais abrem as portas de casa para acolher a turma de amigos e favorecer um convívio prazeroso (assistir a filmes, campeonatos de jogos de salão, etc,),tudo isso com um lanche saboroso.
Sabemos que é necessário ordenar e organizar a vida familiar e também ajudar o adolescente a organizar-se. Também,ocasionalmente, a mãe arrumar o quarto, verificar bolsos de calças para lavar e organizar oportunamente seu armário, pode ser importante não só para manifestar atenção e cuidado, mas para perceber se há algum “sinal de alerta” quanto ao uso de drogas.
Não se escandalizem com esta possibilidade, pois atualmente é muito comum que adolescentes bem educados e“ajustados” tenham acesso a drogas, até mesmo por recreação e curiosidade, ou por influência da turma de amigos. Sendo próprio da adolescência o gosto por desafiar o perigo e uma certa onipotência, não é difícil ocorrer a experiência com álcool e drogas.
No caso das drogas, geralmente se começa com o uso recreativo da maconha, que oferece sensação de poder e relaxamento. Mesmo sendo vista por alguns grupos como “inofensiva”, sabe-se hoje que ela é a porta para outras drogas e traz efeitos muito prejudiciais,como por exemplo, a fadiga física e mental, a dificuldade de concentração e interrupção da memória recente, a consequente diminuição no rendimento escolar,alterações de percepção de tempo e distância, entre outros.
O adolescente adicto no contexto de famílias disfuncionais
São situações de disfuncionalidade, resultante tanto de agressões externas, quanto de crises internas:
– Morte violenta ou não de um dos membros da família
– Doença crônica e grave de um dos membros da família
– Desemprego crônico do(a) chefe da família
– Alcoolismo ou dependência de outras drogas de um ou mais membros da família
– Desajuste conjugal crônico e/ou crises de relacionamento sem enfrentamento honesto ou mal resolvidos
– Violência e maus tratos físicos
– Autoritarismo e ausência de diálogo
– Ausência de regras e de limites adequados
– Ausência de referências éticas ou religiosas
– Pai ou mãe com distúrbios emocionais crônicos sem ajuda adequada
Ter sentido de vida e dar significados relevantes ao cotidiano
O ser humano em seus elementos constitutivos necessita estabelecer com o mundo, consigo mesmo, com o outro e até com Deus uma relação prazerosa que o fortaleça nessa difícil arte de viver.Criados à imagem e semelhança do Criador, encontramos alegria e prazer quando experimentamos o amor autêntico, aquele de que fala o apóstolo Paulo (1Cor 13,1ss) – Este é o sentido da vida – e dele fluem inúmeros significados para o cotidiano da pessoa, trazendo-lhe alegria,prazer de viver e motivações transcendentes para enfrentar os desafios e os sofrimentos inerentes à condição humana.É a partir da experiência deste Amor Ágape, cuja fonte é Deus e cuja a expressão mais humana é Jesus, que a pessoa vai abrindo-se a este sentido maior da existência e acolhendo os valores que o compõem conforme refere o apóstolo Paulo. Neste ambiente de amor, o indivíduo encontra segurança e motivação para desenvolver-se plenamente e ser feliz.O amor, com respeito, sem egoísmo, sem comodismo, deve ser também um amor que exige, orienta e educa. Este é o caminho para que a pessoa abandone a busca das compensações prazerosas destrutivas de si mesmo e dos outros.
Laura Martins
Formação Jun /2013
*Os Projetos Volta Israel e Juventude, ambos da Comunidade Católica Shalom, encabeçam a Campanha Vida Quero Mais. A eles já se uniram diversas instituições de ensino. Neste ano queremos contar com a sua parceria no combate a este flagelo que preocupa nossa sociedade.
Bibliografia
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COSTA, Wedja Granja. Socionomia como Expressão de Vida. Fortaleza:Fundação de Estudos e Pesquisas Socionômicas do Brasil, 1996.
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SOUSA, Klênio Antonio. Psicopedagogia On Line. Portal 1998. Criminalidade Juvenil. Artigo em publicação on line .
RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO JUVENIL. 2004. Brasília: Edições UNESCO BRASIL. Waiselfisz, Julio Jacobo(coord), 2007.