A Palavra do Senhor me abriu os olhos e os ouvidos. Ao andar pela minha cidade vi muitas mulheres mortas: vítimas do desamor, da falta de fé, de abusos causados por outros e por elas mesmas… vi seus corpos profundamente feridos e sangravam absurdamente. Mulheres que agonizavam sob o peso de uma palavra de condenação sobre si: que tinham que deixar de ser quem eram. Elas, de diversas formas, me pediam socorro.
Este mesmo Senhor que me abriu os olhos para enxergá-las, me perguntou:
– Achas que é possível que voltem à vida?
– Senhor, Tu o sabes! E eu sei que tudo podes recriar, porque sei onde foste me buscar quando eu também estive no vale da sombra da morte. Eu creio que podes, pelo poder da tua Palavra, realizar uma ressurreição nessas mulheres!
– Então, profetiza! Então anuncia incansavelmente o amor verdadeiro a todas as tuas irmãs! Anuncia como minha Mãe, pela conquista e pela ternura, sendo mulher, sendo socorro designado por mim, vivendo cada vez mais a tua identidade: Filha de Deus, Shalom, casada, mãe.
Ao invocar o Espírito de Deus, Aquele que cria e tem o poder de fazer tudo existir, ouvi a primeira palavra que o Senhor soprava sobre elas, que era Amor! “Sois amada! Sois querida!” Vi então aquelas mulheres ressuscitarem! De início, com meros gemidos, olhos que se despertavam… contudo, o mais belo era ver o coração de cada uma delas voltar a bater de amor, pois sobre aquelas mulheres havia sido pronunciada a palavra esperança, o remédio do Espírito Santo para que vivessem e amassem.
Na medida em que elas conseguiam abrir os olhos e os ouvidos, a Palavra eterna de amor pronunciada sobre cada uma, fazia com que seus corpos se enchessem de vida; seus ventres se transformassem de lugares de morte em tabernáculos de vida; seus corações de pedra se tornassem de carne.
Seus corações se abriram e se tornaram casas para acolher, assim como todo o corpo que se enchia novamente de vida. A fertilidade não era mais um peso, mas motivo dos mais ternos gestos de acolhida; sua sexualidade fora profundamente tocada pela palavra castidade e então a violência que dominava aquele cenário de ruína e de destruição, deu lugar à paz e à ternura.
Ao olharem para o Cristo se reconheceram nEle, e também saíram a anunciar que nem mesmo a morte pode deter o que o Senhor pensou ao criar a mulher. As palavras mortíferas foram obrigadas a se retirar dos corações quando a Palavra, o Verbo de Deus, foi pronunciado sobre as suas vidas.
Então me dei conta que…
É tempo de recriação!
É tempo de sair dos túmulos!
É tempo de ouvir a palavra do Senhor!
Viviane Lopes
Consagrada da Comunidade de Aliança
Shalom Aparecida