Formação

A espiritualidade das (dos) Atendentes

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Há poucos dias saiu a publicação do Documento de Aparecida que nos lança o grande “desafio de revitalizar o nosso modo de ser católico e nossas opções pessoais pelo Senhor.” (D.A.13) Como cristãos da América Latina somos chamados a redescobrir a beleza e a alegria de ser cristãos(ãs) (14) e assumir decididamente uma pastoral missionária. (370).

Penso que nesse contexto de Igreja se insere o serviço de inestimável valor das (dos) atendentes paroquiais. Vocês estão dentre aqueles primeiros braços que abraçam tantos dos irmãos e irmãs que ouviram o apelo do Evangelho. O serviço, o ministério das (os) atendentes paroquiais é de suma importância e não pode ter o jeito de um serviço burocrático, daquele que tantas vezes somos condenados a experimentar nas seções de serviço público, nos hospitais, etc.etc. O nosso rosto precisa ter algo daquele brilho dos olhos de Cristo que atraia a tantos. Em outras palavras, a alma do serviço que vocês prestam é torná-lo, ainda que em momentos difíceis, um serviço de amor doando-se pela paróquia, e porque não dizer, pelo Reino de Deus.

Não podemos nos esquecer daquela sublime vocação que o Senhor nos chamou: à santidade. Também para as (os) atendentes servem, ao menos parcialmente, as palavras do apóstolo Pedro um dia dirigida aos presbíteros: “… Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele não forçadamente, mas de boa vontade, como Deus quer; não por lucro sórdido, mas generosamente; não como tiranos daqueles que vos foram confiados” (1Pd 5,2-3 trad. da Bíblia do Peregrino). O serviço prestado na secretaria paroquial não pode ter o travo da coação, mas prestado de bom grado, como querido por Deus e por dedicação e caridade para com o próximo.

Talvez devêssemos ter sempre em mente que aquele que busca a Igreja para obter uma informação, para preparar os papéis de casamento, agendar uma missa ou marcar um batizado de seu filho, é o próprio Cristo.

No serviço de secretaria vocês terão a oportunidade de exercer virtudes tão apreciadas em nossos tempos: a paciência, a cordialidade, a bondade, a afabilidade. Lembremos do que dizia S. Paulo; “Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns de qualquer forma” (1Cor 9,22b.

Participando de toda a vida da paróquia, vocês, como membros do Corpo de Cristo, são chamadas(os) a tomar parte nas suas angústias, esperanças, alegrias, oferecendo suas lágrimas, dores, seus pequenos e grandes sofrimentos como sacrifício de suave odor, pelo êxito das iniciativas do pároco com o Conselho Paroquial, pela conversão daqueles que não compreendem devidamente o seu papel e missão na Paróquia. Em suas orações, não se esqueçam de rezar: pelos padres para que se mostrem firmes e fiéis a Cristo; pelas pastorais e movimentos e serviços prestados pela igreja; por aqueles que vocês têm atendido e que se mostram mais necessitados de suas preces.

Comecei estas considerações mencionando o Documento de Aparecida. Este, traçando diretrizes para a nossa Igreja, insiste em tornar toda a paróquia missionária. Recostando a cabeça no peito de Jesus, como discípulo (a) amado(a), ouvindo sua voz e os gemidos de seu corpo a caminho da glorificação final, estaremos cada um à sua maneira, contribuindo para a edificação do Reino e, assim Aparecida vai “acontecer”.

Cheguem abundantes para cada um de vocês, pelas mãos de Maria Santíssima, a mulher atenta aos desejos de seu Filho, as mais preciosas graças.

Dom Paulo Francisco Machado
Bispo auxiliar de Juiz de Fora (MG)


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