A gratidão sempre foi um dos importantes componentes da vida espiritual na Igreja. Nas Sagradas Escrituras vemos diversos atos de infidelidades do Povo da Antiga Aliança. Um dos motivos dessas infidelidades, denunciado pelos Profetas, foi justamente a ingratidão. Deus denuncia a ingratidão de seu povo dizendo:
“Na angústia a mim clamaste, e te salvei, de uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! Se quisesses me escutar: Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei. Abre bem a tua boca e eu te sacio! Mas meu povo não ouviu a minha voz, Israel não quis saber de obedecer-me. Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, abandonei-os ao seu duro coração” (Sl 80,9-13).
Um modo concreto de expressarmos nossa gratidão e nosso amor a Deus é ouvirmos Sua voz, obedecendo-O em tudo. Abramos bem nossos olhos e tenhamos discernimento: O mundo tentará nos seduzir com seus intentos e manobras, porém, em meio aos ruídos ensurdecedores e dispersantes do mundo, ecoa também a voz do Amado dizendo:
“Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos sem demora, humilharia e voltaria minha mão contra o opressor” (Sl 80,15).
Um bom exame de consciência abre muitas portas para uma retomada de caminho. Nosso amor fica mais maduro e encarnado na vida:
“O reconhecimento de nossas faltas e o arrependimento são fontes de alimento deste amor, pois quanto mais percebemos o quanto não merecemos o amor de Deus, mais nosso coração se inflama de gratidão Àquele que misericordiosamente nos ama tanto” (Escrito Amor Esponsal, §18).
Frutos concretos dessa obra
Um dos frutos que rapidamente nós mesmos e os outros notarão em nossos novos hábitos e comportamentos é que eles se tornarão mais leves. Descobriremos que:
“Um coração inflamado por esse amor, tudo realiza e a tudo se dispõe” (Escrito Amor Esponsal, §11).
Pessoas ingratas e insensíveis sempre existirão, no entanto, entre perdas e ganhos, o amor sempre vence, promovendo sentimentos e gestos de reciprocidade nas pessoas realmente atentas de coração. Se alguém te fez um pequeno ou grande bem, seja grato. Se te fez um grande mal ou foi ingrato, mantenha-se firme no amor e nas boas obras. Sua atitude será como uma pequena vela acesa diante da escuridão que o envolve pela ingratidão. Quem sabe um dia, seus olhos se abrirão e você poderá acolhê-lo como o irmão apresentado na narrativa do filho pródigo (cf. Lc 15,11-32).
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A realização de quem promove uma boa obra deve estar no próprio ato do bem feito. Se vier um “muito obrigado” de alguém, ótimo. Se não vier, ótimo também, pois amei, servi, fiz o que era certo e isso me basta.
Seja grato! Shalom!