Formação

A Igreja é santa, pois é corpo místico de Cristo

A convicção da Igreja é firme por entender que a coerência de vida evangélica é a maior pregação e maior ação evangelizadora que existe.

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Foto: Cathopic

Não raramente, encontramos entre os críticos da Igreja, um foco nos equívocos e vacilos cometidos por seus fiéis ao longo dos séculos. Os mais focados vão além das críticas e tornam-se verdadeiros opositores das ações e projetos eclesiais. 

Continuemos, então, nosso mergulho na doutrina da Igreja, presente no Catecismo, voltados nessa matéria para a identidade da Igreja, sobre o conceito que ela tem de si mesma. Leia a declaração do Catecismo: 

A Igreja é […], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é proclamado ‘o único Santo’, com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus’. A Igreja é, pois, ‘o povo santo de Deus’, e os seus membros são chamados ‘santos’ (CIC 823). 

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Como podemos ver, assim como no Sacramento do Matrimônio, o homem e a mulher tornam-se uma só carne, a Igreja, sendo a esposa a escolhida, torna-se uma só carne com Cristo. Daí podemos imaginar o que significa um cisma, uma divisão na Igreja. Toda falta de unidade na Igreja é um ato de tortura e mutilação desse Divino e Humano Corpo: 

A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n’Ele toma-se também santificante. ‘Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus’. É na Igreja que se encontra ‘a plenitude dos meios de salvação’. É nela que ‘nós adquirimos a santidade pela graça de Deus’” (CIC 824). 

A Igreja é santa e pecadora! Frases como essa, volta e meia costumam ser pronunciadas em conversas sobre a Igreja e suas falhas. O Catecismo, sobre essa questão, também declara que: “Já na terra, a Igreja está ornada de verdadeira santidade, ainda que imperfeita. Porém, em seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: ‘Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho’” (CIC 825). 

O Salvador, Jesus Cristo, ciente dessas inconsistências presentes na Comunidade (Igreja) e em cada fiel (Batizado) aponta o amor, a caridade como a luz que deve orientar todo o agir cristão. O Catecismo deixa, então, como citação, a declaração de uma grande Santa da Igreja, Santa Teresinha do Menino Jesus: 

Compreendi que, se a Igreja tinha um corpo composto de diferentes membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue… Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e lugares … numa palavra, que ele é Eterno”  (CIC 826).  

A Igreja, então, é um instrumento de purificação no mundo. Apoia-se na graça e, dela, obtém energia para que sua luz brilhe, atraindo e orientando tantos que, perdidos, mergulhavam nas sombras da morte. 

Daí a importância dos irmãos que já não estão mais neste mundo (os Santos), mas que, através de suas comprovadas virtudes, ainda iluminam os demais fiéis que diferente deles ainda militam no tempo e no espaço: 

Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está nela, e ampara a esperança dos fiéis, propondo-lhes os santos como modelos e intercessores. ‘Os santos e santas foram sempre fonte e origem de renovação nos momentos mais difíceis da história da Igreja’. ‘A santidade é a fonte secreta e o padrão infalível da sua atividade apostólica e do seu dinamismo missionário’” (CIC 828).

A convicção da Igreja é firme por entender que a coerência de vida evangélica é a maior pregação e maior ação evangelizadora que existe. Nunca podemos deixar de empreender esforços missionários e apostólicos, porém, sem coerência de vida e testemunho, essas ações poderiam se confundir com militância, ativismo cultural.


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