Formação

A Igreja, Mãe e Educadora

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Do ensino de hoje, é fundamental que abramos o nossos coração para a importância da Igreja em nossa vida. Nela recebemos a palavra de Deus, luz que ilumina o nosso caminho para Ele; nela somos pelos Sacramentos, ao longo da nossa caminhada; nela encontramos o testemunho autêntico dos Santos, que chegaram à plenitude da união com Deus à qual desejamos chegar; e nela, finalmente é que realizamos nossa vocação à comunhão com Deus, e Nele, com todos os Batizados.

Precisamos desenvolver um verdadeiro espírito filial para com a nossa Igreja. No seu seio é que fomos gerados, nascidos de novo e feitos membros do Corpo de Cristo. É ela que nos concede a misericórdia de Deus que triunfa sobre os nossos pecados. É ela que nos alimenta da Palavra e da Eucaristia do Senhor.

1. O que são os mandamentos da Igreja (Cat 2030 A 2040)

Jesus Cristo se fez homem e veio até nós para nos remir e nos dar vida divina. E, a fim de perpetuar sua tarefa até o fim dos tempos, fundou a Igreja. Ele poderia realizar esta continuidade apenas de modo interno e individual, mas preferiu criar uma sociedade visível, que fosse depositária:

a. do seu ensino
b. da plenitude dos meios da salvação para o homem.

Esta sociedade é a Igreja, pela qual nós recebemos os dons espirituais, por meio de realidades visíveis, tudo conforme a nossa composição material e espiritual. Para isto, escolheu Pedro e os outros apóstolos, que transmitiram aos seus sucessores, Papas e Bispos, os poderes que receberam de:
– ensinar a doutrina de Cristo
– santificar pelos Sacramentos
– governar mediante leis

Por força deste último poder, o de governar, a Igreja tem o direito e o dever de fixar aos fiéis todas as prescrições que considerar conveniente, a fim de assegurar melhor o cumprimento:

a. dos mandamentos da lei de Deus
b. dos conselhos que o Senhor dá no evangelho

Estas prescrições são os Mandamentos da Igreja. Faltando ao cumprimento dos mandamentos da Igreja, viola-se uma lei divina, pois a primeira tem como fundamento a segunda.

2. Diferenças enre os Mandamentos das Lei de Deus e os da Igreja
2.1 Os primeiros obrigam todos os homens, os segundos somente aos cristãos batizados.

2.2 Os primeiros são imutáveis, os segundos podem mudar (mas, enquanto não mudam, devemos obedecê-los).

2.3 Os primeiros não podem ser dispensados por nenhuma autoridade ou razão, enquanto que os segundos deixam de obrigar:- por graves razões

– por dispensa da autoridade eclesiástica

3. Quais são os Mandamentos da Igreja? (Cat 2041 A 2043)

Basicamente, são todas as prescrições do Código de Direito Canônico, no entanto estudaremos aqui só as cinco principais, porque abrangem todos os fiéis:

3.1 Primeiro Mandamento da Igreja

“Participar da Missa inteira nos domingos e festas de guarda”

Cat 2042 : “O primeiro mandamento da Igreja ordena aos fiéis que tomam parte na celebração Eucarística onde se reúne a comunidade cristã, no dia que comemora a Ressurreição do Senhor”. (Veja Também o Código de Direito Canônico no seu Art. 1247).

“A participação na Celebração Comunitária da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e de fidelidade a Cristo e à Sua igreja. Assim os fiéis atestam sua comunhão na fé e na caridade. Dão simultaneamente testemunho da santidade de Deus e da própria esperança da Salvação, reconfortando-se mutuamente sob a moção do Espírito Santo” (Cat 2182).

A razão deste preceito eclesiástico fundamenta-se:

a. Em que o ato fundamental do culto católico é a Santa Missa.
b. Em que este ato ajuda o cristão a cumprir o Terceiro mandamento da lei de Deus, que consiste em “guardar os Domingos e dias santos”.
c. “O sacrifício Eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua através dos séculos o Sacrifício da Cruz, é a culminância e a fonte de todo o culto e da vida cristã” (Cat, c.897).

3.2 Segundo Mandamento da Igreja

“Confessar-se ao Menos uma Vez por Ano”

Cat 2042: “O segundo mandamento assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo”.
Sabemos que todo cristão, mesmo liberto do Pecado Original pelo Batismo, pode voltar a pecar, porque é dotado de liberdade, e, como de fato peca, sua vida se constitui num repetido recomeço. Por isto, constantemente se precisa converter a Deus, pelo Sacramento da Reconciliação.

Há também necessidade grave de Confissão:

1. Em perigo de morte – No caso de isto não ser possível, deve-se procurar fazer um ato de contrição perfeito, com o propósito de se confessar na primeira oportunidade

2. Se vai receber os Sacramentos da Confirmação, Unção dos enfermos, Ordem, Matrimônio e Eucaristia, e tiver consciência de estar em pecado, não pode se restringir apenas ao ato de contrição.

Observação:

– Embora a Igreja só obrigue uma vez ao ano, ela recomenda a confissão freqüente, meio necessário para sair do pecado mortal, evitar a multiplicação dos veniais e perseverar no bem.

3.3 Terceiro Mandamento da Igreja
<“Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição”

O valor da Eucaristia reside na presença real de Jesus e no fato deste Sacramento ser o vértice e o cume de toda ação da Igreja e vida do cristão: Comungar com Cristo vivo e Ressuscitado.

A Igreja tem recomendado vivamente a todos os fiéis a prática da comunhão freqüente e até diária. São Pio X afirmava esta necessidade “para que, unidos a Deus por meio do Sacramento, nele se encontre forças para refrear as paixões, purificar-se das culpas de cada dia e impedir os pecados graves a que está exposta a humana fraqueza”.

Quem se encontra em pecado mortal não pode comungar sem se ter confessado antes, pois para este tipo de pecado, não basta a contrição interior.

O tempo Pascal em que se obriga no mínimo esta Confissão ao ano, começa no domingo da ressurreição e vai até o domingo de Pentecostes.

A abstenção de qualquer alimento ou bebida é de uma hora antes da Comunhão e não inclui água ou medicamentos, e excetua os doentes, as pessoas de idade e os que cuidam destes.

O Código de Direito Canônico aconselha aos fiéis que procurem receber a Comunhão dentro da Santa Missa, mas esclarece que, por justa causa, ela autoriza fora da Celebração Eucarística.

Atualmente, a Igreja permite receber segunda vez no mesmo dia a Eucaristia, desde que seja dentro da Missa. A única exceção a esta regra é o perigo de morte, em que se pode comungar outra vez fora da Celebração Eucarística. A comunhão de quem a recebe em perigo de morte tem o nome de VIÁTICO, provisão divina para a grande viagem para a eternidade.

Por causas justas, a Igreja introduziu o costume de distribuir a Comunhão aos fiéis só debaixo da espécie de pão, porque nos diz a fé que sob cada uma das duas Espécies Consagradas se contém Jesus Cristo integralmente, com Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Só o Sacerdote celebrante deve comungar sob ambas as espécies, posto que deve ter feito a dupla consagração para que se realize a imolação do Sacrifício da Missa, e este sacramento deve ser consumido, tomando-o como alimento da alma. Porém em certos casos, a Igreja concedeu a faculdade de distribuir aos fiéis, na Missa, a comunhão sob duas espécies.

3.4 Quarto Mandamento da Igreja

“Santificar as Festas de Preceito”

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, este Mandamento da Igreja, completa a observância dominical pela participação nas principais festas litúrgicas, que veneram os Mistérios do Senhor, da Virgem Maria e dos Santos.

A festa faz parte integrante da vida humana, e corresponde à necessidade que o ser humano tem de se restaurar física e espiritualmente, em comunhão com os seus. E a festa religiosa é ocasião para entrar em contato com os valores divinos, eternos. Assim entendido, as festas da Igreja são uma expressão do desejo de eternidade inato a todo homem. Para os cristãos, a grande intervenção de Deus na história, e por conseguinte, o grande motivo de festa é a Páscoa de Cristo: a Ressurreição do Senhor significa a vitória sobre a morte, a nossa “re-criação”, e a vida Eterna que através de Jesus veio até nós, se iniciando no tempo. A partir desta festa, o calendário cristão foi estipulando outras, todas porém ligadas à Páscoa, não só porque em todas se celebra a Eucaristia, mas também porque todo e qualquer motivo de alegria cristã se deriva da Páscoa (As vitórias de Maria e dos santos são a expressão e o fruto da vitória de Cristo ressuscitado).

Assim é que a Constituição Sacrossanctum Concílium reafirma:
“Relembrando os Mistérios da Redenção, a Igreja franqueia aos fiéis as riquezas do poder santificador e dos méritos de seu Senhor, de tal modo que, de alguma forma, os torna presentes em todos os tempos, para que os fiéis entrem em contato com eles e sejam repletos da Graça da Salvação”(SC 102).

3.5 Quinto Mandamento da Igreja

“Jejuar e abster-se de carne conforme manda a Santa Mãe Igreja”

Jesus nos ensina que fazer obras de Penitência é condição indispensável para entrar no Reino dos Céus (Lc 13,3).

Santo Tomás de Aquino explica a necessidade de fazer penitência (razões de ordem teológica):

– desprendendo-se do que é terreno, alcança a liberdade de coração, de modo que se eleva mais facilmente às coisas do céu;
– Temos remédio eficaz para reprimir a concupiscência e vencer os apetites desordenados;
– Alcançarmos a reparação dos pecados próprios e alheios;
– Alcançarmos méritos diante de Jesus.

Todo fiel tem, por lei divina, obrigação de cumprir obras de penitência. Há diferentes modos de cumpri-las, mas na Igreja sobressaem o jejum e a abstinência, obrigatórios em certos dias, para certas pessoas.

4. O Chamado a socorrer a Igreja nas suas Necessidades

Veja I Cor 16,1
Segundo ensina o Catecismo da Igreja Católica, “desde os inícios, os cristãos levam, com o pão e o vinho para a Eucaristia, seus dons para repartir com os que estão em necessidade. Este costume da coleta, sempre atual, inspira-se no exemplo de Cristo, que se fez pobre para nos enriquecer (veja II Cor 8,9).“

Embora divina pela origem e pela finalidade, a Igreja tem uma estrutura visível, e se compõe de membros humanos, tendo portanto necessidade de recursos materiais para cumprir o seu altíssimo fim. (Lc 10,7; ICor 9,14). Com estes recursos a Igreja pode ajudar os mais carentes, os pobres, as missões, os seminários, e também sustentar os ministros do culto e cuidar da manutenção das Igrejas.

Vejamos as Palavras de S. Justino a este respeito: “Os que possuem bens em abundância e o desejam, dão livremente o que lhes parecer bem, e o que se recolhe é entregue àquele que preside. Este socorre os órfãos e viúvas e os que, por motivo de doença ou qualquer outra razão, se encontram em necessidade, assim como os encarcerados e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele toma sobre si o encargo de todos os necessitados”.


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